Poucos posts abaixo, comento nota da coluna Vertical S.A. em que o jornalista critica o Pão de Açúcar por não "traduzir" o nome das frutas (eles chamam ata de fruta-do-conde). Só volto ao assunto para me postar ao lado do jornalista do Povo e sugerir que transmita isso aos seus colegas de jornal.
Todos os jornais, num pacto que só se justifica por uma solidariedade jornalística. Como escrevem para si usam códigos próprios. Decidiram que a siderúrgica Ceará Steel não leva acento, sob o fragílimo argumento de que o nome é inglês. Nunca vi explicação para isso, mas entendo a subserviência do vernáculo à lingua de Milton. Se há palavras de diferentes nacionalidades num título, prevalecerá o inglês.
Lembram de uma locutora que leu I (ai) For Rainbow? É a velha síndrome. Imagino que se o chefe pedir para ler a matéria em voz alta, o jornalista vai enrolar a língua para pronunciar Ceará em inglês. Deve ser engraçado. Pense aí.
E olha como é doido: uma empresa asiática se junta a uma da Europa e abre uma empresa na América do Sul. Põe o nome "steel", de rápida compreensão no mercado internacional de commodities. Resolve homenagear o Estado onde se localiza o empreendimento. Mas os nativos não aceitam (yes, nós have steel), tiram o acento do Ceará.
Em todo o jornal, o acento só aparece na foto da placa de indicação da siderúrgica, como a da p.26.