segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Povo erra feio

O plantão da redação do Povo já devia estar sob efeito da festa da virada quando deu a notícia sobre a morte do soldado do Ronda do Quarteirão. Até às 19h30, constava no site que o soldado, identidade ainda não revelada, fora morto a faca, no Bom Jardim.



A notícia já tinha saído no Canal 10 e no site Verdes Mares com as informações corretas. O nome do soldado é Carlos Henrique de Carvalho, morto a tiros, perto da Academia de Polícia, na Washington Soares.

O pior é que não estão lendo nem o comentário de leitores. Pois um deles, Edson Santos, já havia alertado: O soldado não foi morto a faca, foi bala msm com um tiro na cabeça e não foi no Bom Jardim, foi por tras do Shoping Salinas da Washington Soares qd ia assumir o serviço do ROnda na Academia de policia Militar. Ele estava fardado e desarmado, eu passei pelo local qd o corpo ainda estava lá.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Furo no Diário



O Diário deu um furo no concorrente, mas há detalhes curiosos. Comento mais tarde, quando voltar da praia...

Voltei.
Pois bem. Foi um furo e tanto, e se tivesse sido falha mecânica, teria arrasado. Mas não dá para soltar confetes em cima de um piloto ausente.


A curiosidade fica por conta de uma legenda sob a foto de Thiago Gaspar.

Note que a foto é datada de 30/12/2005, um dia depois da tragédia, quando, conforme o Diário, só então as equipes de jornalismo tiveram acesso ao local.

Então, como foi que o Diário divulgou foto do acidente na capa logo no dia 30/12/2005?

A capa desse dia foi republicada ontem em fac-símile, como podem ver na figura abaixo. Notem que é mesma foto da capa de hoje (primeira imagem acima) e está sem crédito.
Terá conseguido o furo da mesma forma que conseguiu a foto?

Mais um blog

Adicionei nos meus favoritos o blog Assim Mesmo, de Portugal. Assim se define: Blogue sobre a língua portuguesa, com ocasionais reflexões e incursões noutras áreas, porque afinal a língua cobre toda a realidade. Com marcado sentido pedagógico, sem abdicar do necessário humor.

Há muitos exemplos de jornais brasileiros, com várias citações do Povo.

Legendas trocadas

Na p.2 do Povo.

Kirchner no PDT

O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner compõe o ministério de Lula e preside o PDT, de acordo com este destaque publicado na p.21 do Povo.

Jornalismo estilístico

O PT é um partido que discute muuuuito. Para reforçar essa idéia, o jornalista do Povo usou um recurso estilístico, o da repetição. Veja na imagem abaixo.


Erro nas contas



Uma breve consulta ao dicionário, e hoje há de graça na internet, poderia evitar esses erros que O Povo insiste em cometer, juntando preguiça e ignorância. Qualquer dicionário vai explicar a acepção de laranja:

Pessoa que serve de intermediária em transações financeiras fraudulentas, usando o próprio nome para ocultar a identidade de quem a contrata

Logo, não há conta laranja (nem contas-laranja ou contas-laranjas) como o jornalista inadvertidamente grafou. Daqui a pouco, vão dizer que as contas são criminosas. E como um erro puxa outro, o jornal cometeu esta frase:

O Ministério Público do Estado identificou 24 contas bancárias no Ceará usadas para os depósitos das vítimas de golpes virtuais de vários estados do País.

Então está explicado, conta laranja é para que se depositem vítimas.

Você confere a matéria aqui 24 contas-laranjas já foram identificadas em três bancos

Por falar em conta, mais problemas na p.11. Na matéria principal, com o título MP acusa ex-secretários de improbidade administrativa", o repórter chamou de "Água" o helicóptero "Águia". E escreveu isto:

Na ação a promotora requer a indisponibilidade dos bens móveis e imóveis, além do bloqueio do dinheiro nas contas-corrente.

Primeiro, não há "contas-corrente", mas contas correntes. Contas-correntes (tudo no plural e com hífen) é um livro contábil (acho que nem existe mais) onde são escrituradas as contas correntes de um estabelecimento.

E teve mais esta no início do box, com título "Acidente há dois anos":

exatos dois anos...

O certo seria "Há exatamente dois anos..."

E mais embaixo, trouxe a confirmação de que levou um furo:

Apesar do longo período, o laudo sobre as causas do acidente ainda não foi divulgado.

O Diário traz hoje o resultado do laudo.

Luizianne detesta ser fiscalizada


Ontem, o Diário do Nordeste trouxe uma notícia, no cabeçalho da p.3, que mais parece um teaser. Na verdade, é o anúncio de uma notícia não publicada no jornal.

A notícia anunciada ontem saiu hoje. No Povo.

Com o título "Luizianne acusa presidente do TCM", a matéria expõe os erros políticos da prefeita. Errou muito na promoção do réveillon do ano passado, reagiu com arrogância. Também errou na festa deste ano, ao ponto de ter que "desconvidar" seus convidados. Mas o culpado é sempre um agente externo. Agora, o alvo é o presidente do TCM. A tática de se posar de vítima, de coitadinha, deu certo nas eleições passadas.

Pelas próprias palavras da prefeita, o TCM está apenas cumprindo sua função institucional. Será que o Ministério Público também é da oposição?


sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Miró anônimo

Quadro de um famoso artista espanhol ilustrou matéria sobre um curso de especialização em crítica de arte, na p.6 do Vida & Arte (O Povo).
No crédito, o jornal colocou apenas isso: BANCO DE DADOS.

A informação só foi dada na versão digital, que incluiu a seguinte legenda: "Obra do espanhol Miró, um dos mais importantes da arte contemporânea"

Manchete laranja no Povo

Sem boa notícia para manchete, o Povo apelou para esta laranja. E quando começa a inventar, sai de baixo. Essa palavra "contas-laranja" não existe. Exemplo de impropriedade. Laranja não é a conta, mas a pessoa que abre a conta em seu nome para terceiros.


A invencionice se estendeu para a p.6. Lá, não sabem se "seqüestro virtual" (outra impropriedade?) é uma palavra só, ligada por hífen, ou uma expressão. Na dúvida, grafam das duas formas, como se vê na imagem abaixo.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Véspera de Natal


Embora com bastaaannte atraso, a Comunicado (Diário), veio falar do arrastão (não, arrastão não!). E começou errando até a data. Terça-feira já era Natal, e não véspera, como está aí ao lado.

Registros de sábado


Com esse título, o Diário de segunda tentou se recuperar do furo que O Povo lhe dera na edição dominical. O Diário, que nada publicara sobre o arrastão de sábado, nem mesmo no seu site, tenta mostrar um clima de tranqüilidade e até desmentir que houve arrastão, sustentando isso apenas na versão oficial. Não poderia ser mais chapa branca, a partir da capa, onde Cid passeia, seguido de um arrastão de seguranças.


Enquanto a capa fala em "Tranqüilidade no Centro", as legendas das fotos na p.6 falam de "o medo predominou" e de um "domingo intranqüilo".


O título da página foi "Tumulto afeta vendas no Centro de Fortaleza".


Já nas páginas de polícia (12 e 13), tudo lindo, veja as manchetes:


domingo, 23 de dezembro de 2007

O Povo é mais jornal


O Centro foi palco de dois grandes acontecimentos jornalísticos, um incêndio na madrugada e um arrastão, com grande tumulto e uma morte, à tarde. O Diário só noticiou o incêndio, devem ter viajado para as festas.

O Povo mostrou ser mais jornal, saiu com uma capa falsa no segundo clichê e toda uma página dedicada ao pânico nas ruas centrais de Fortaleza. O Diário se mostrou burocrático, numa agilidade paquidérmica. Ou não quis noticiar, pois o site ignorou o assunto.

O Povo foi muito mais jornal.



O Diário trouxe só o incêndio, um jornal velho diante das novidades do Povo.


O Povo deu destaque ao incêndio e ao arrastão, com duas capas.




Marte próximo



Ilustração, sem crédito do autor, na p.7 do Ciência & Saúde, do Povo.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Geração Ronda


Foto do dia, de Fco. Fontenele, na capa do Povo.

Negociação

Longe das notícias de Fortaleza, em paradas de aeroporto, não tenho atendido a algumas indicações feitas por leitores. Só costumo publicar quando confiro o que foi dito. Continuem mandando, no devido tempo...

Aproveito para responder o comentário abaixo:

Ricardo Pereira Rocha disse...
caro André, senti falta de seu comentário sobre a história da Petrobras X Governo. Depois que você apontou, passei a concordar que o jornal O Povo vinha desesperadamente tentando negar informação do Diário, que se confirmava cada dia mais, de que a Petrobras negava haver dívida. Conforme você apontou, parecia coisa de quem não tinha se conformado com o furo. Eu já achava impossível a Petrobras pagar uma dívida sem contrato, sem nada. Mas hoje os jornais trazem informações que contrariam a tese. E eu fiquei achando que é o Diário que não quis dar o braço a torcer. Porque não me entrou na cabeça essa conversa de que uma empresa como a Petrobras, num dia, nãoreconhecia dívida. No outro, topou pagar 150.000.000. Me pareceu que o jornal O Povo estava com a razão.

caro Ricardo,
Você está correto quanto à primeira conclusão. Quem confirmou isso, a Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, publicado no próprio O Povo, comentado pelo ombudsman. Quanto a isso, não tenho dúvida. Analiso o que foi publicado, um leitor. Os argumentos estão no post que você já conhece. Recomendo reler. Também pode calhar de não caber na cabeça que um estado como o Ceará, num dia, apresentava dívida de RS 308 milhões. No outro, deixou por R$ 150 milhões. Os dois jornais falam em negociação.

Quanto a esse vaivém da Petrobrás, não é inédito. Um dia assinou o contrato (saiu nos jornais). No outro, negou-se a fornecer o gás. Agora, é só carvão e R$ 158 milhões a menos.

Com bom tempo, aterrisso.

Feliz Natal.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Edição política

Qual foi o assunto político do dia?
A avaliação de Luizianne.
Onde esse assunto foi tratado no Diário? Na editoria de Política, claro. Óbvio que não! Lá, só se fala em Ilário x Cartaxo, com repeteco na Comunicado. Saiu na página vizinha, a Nacional, p.5. Vamos ver a página.

A começar pela foto, primeiro alvo do olhar. Boa imagem captada por José Leomar, mas não é neutra.

Depois, o título:

Fortalezenses dão nota
5 à gestão de Luizianne


Num ranking em que décimos decidem posições, dava para colocar no título a nota real: 5,2. Não vale argumentar falta de espaço, veja aí:

Fortalezenses dão nota
5,2 à gestão Luizianne


O próximo alvo é o abre da matéria, claramente negativo, como se vê ao lado. Chamou atenção para a reprovação [que é maior que a aprovação, podem alegar].

Agora o olho corre para quadro com o ranking dos prefeitos. Ontem, teve um quadro semelhante, incluindo todos os 10 governadores avaliados. Hoje foi diferente, apenas seis. Luizianne ficou na faixa de baixo, entre os três últimos.

Depois vem a legenda. Vai dizer quarta entre nove. Isto é, medíocre:

Luizianne Lins ficou com a quarta colocação entre os prefeitos das nove capitais pesquisadas.
Pode-se parar por aqui a não ser por uma teoria conspiratória.

Ao lado da matéria com a foto da prefeita, há outra com foto de um dos seus. Arimá Rocha foi assinar um convênio, foi adiado. Que sorte!

No cabeçalho da capa, outra dor de cabeça do PT, partido da prefeita.


Ao contrário do Diário, o Povo soltou fogos. Antes, veja o conjunto da página ( a outra metade é anúncio).
Enquanto isso, o Povo festeja como se já fosse réveillon. Luiziane é popular na chamada de destaque na capa, de ponta a ponta no cabeçalho, e no título na editoria de política.


Traído no Diário

Na capa do Diário, essa chamada, além de ter erro de colocação de vírgula, não condiz com a matéria interna num detalhe:

O ex-comandante do Policiamento da Capital, coronel Carlos Alberto Serra, disse, ontem, em depoimento, ter sido traído

Quem falou em traição foi o advogado, conforme este trecho:
O advogado Paulo César Feitosa, que defende o coronel Serra, afirmou que "Serra está se sentindo traído pelos seus subordinados"

O Povo não deixou dúvida:
O advogado Paulo César Feitosa, que o defende, falou à imprensa que o ex-comandante do Policiamento da Capital afirmou ontem que se sentiu "traído" por seus subordinados da corporação. Mas em nenhum momento do depoimento Alberto Serra utilizou a palavra "traição".
Compare as matérias.

Erro quadro a quadro

Diário e Povo cometeram erros nos quadros que ilustram matéria sobre avaliação de governadores e prefeitos.
O Diário errou ontem o nome de Yeda Crusius (à esquerda), e o Povo trocou o PT pelo PSDB no partido de Luizianne.
Talvez lhe tenha doído mais a troca de partido do que os 36% de reprovação.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Crime no Barroso

Sobre o mesmo assunto que o Diário trouxe na p.16 (imagem acima), o Povo publicou Comerciante é executado com 4 tiros no Barroso II na p.3. Lá, desconheceram a informação de ex-policial. Até se desdenhou disso:


Segundo vizinhos do comerciante, ele gostava de se passar por policial e "brincar" de desvendar crimes. Uma carteira de delegado regional do Piauí, em nome do comerciante, foi apreendida pela Polícia.

Defesa do idioma

O título acima é o mesmo do editorial do Diário, que começou assim:
A lentidão é marca característica do processo legislativo,
Melhor excluir uma das duas palavras.
especialmente quando os projetos de lei se originam nas duas casas do Congresso Nacional.
Expressão desnecessária.

Mais na frente, depois de falar de silvícolas e africanos, chega a esta conlusão:
Assim, o País perdeu muitos idiomas, tanto indígenas quanto negros pela imposição da língua portuguesa.
Do pouco que me lembro das aulas de história do Brasil, já vigorava a língua portuguesa quando os africanos chegaram. E, obviamente, a deles não era língua autóctone. Portanto, não se pode dizer colonizada. Ao contrário, se ela tivesse prevalecido seria colonizadora.

Depois, veio esse problema de regência verbal:
A proposição obriga a que todos os documentos oficiais sejam escritos na língua portuguesa

E ainda:
e combate as expressões estrangeiras, determinando a imediata tradução no próprio quando não for possível evitá-las

Conclusão surpreendente:
A matéria será levada ao plenário da Câmara onde se espera que seja aprovada com urgência.
Para quem iniciou o texto dizendo que a lentidão é a "marca característica" do legislativo, é contraditório esperar urgência.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Escorregou na aterrissagem

O verbo é aterrissar (ou aterrizar). Isto é, com Z ou dois SS, jamais com um único S, como publicado na contracapa do Zoeira (Diário).

Onde???

O Diário trouxe esta notícia na p.20. Como foi de última hora, esqueceu de dizer onde foi o evento.

Susto no cemitério


Um susto quando li esta chamada na capa do povo (à direita), cheguei a achar que o policial era algoz. A manchete da p.10 (abaixo) me serenou. Era vítima, coitado. Dos bandidos e da situação econômica do país.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

CNBB apóia suicídio

Quando dom Cappio começou sua segunda greve de fome contra o compartilhamento de ínfima parte das águas do São Francisco para um Nordeste muito mais seco que a região de Sobradinho, a CNBB emitiu uma nota, em 27 de novembro, sem qualquer admoestação ao extremo ato do franciscano, mesmo sabendo que a causa do martírio auto-imposto não é consensual nem dentro da igreja:

Temos clareza que o tema da transposição do Rio São Francisco traz consigo muitas implicações, não havendo unanimidade nem mesmo na Igreja, o que julgamos perfeitamente compreensível.

Agora, dia 12, dirigiu uma nota ao presidente Lula manifestando preocupação com "a pessoa e a vida" do frade. E não se tem notícia de carta endereçada ao bispo, agindo voluntariamente contra sua própria vida. O máximo que a igreja faz é lembrar a Bíblia "todos tenham vida" para fazer um apelo ao... Lula.

E, para completar, o Conselho de Pastorais, da instituição, ainda faz este apelo:
Neste tempo de Advento, vivenciando a esperança, convidamos as comunidades cristãs e pessoas de boa vontade a se unirem em jejum e oração a Dom Luiz Cappio, por sua vida, sua saúde e em solidariedade à causa por ele defendida.

Ainda acho que a Igreja deveria deixar claro para seus fiéis que este ato extremo, apesar de praticado por uma autoridade eclesial, não deve ser imitado. Daqui a pouco teremos uma legião de místicos acreditando que o rio é mesmo São Francisco e se mostrarão dispostos ao martírio. E aí, seria uma questão de fé?

Correção desnecessária

A Comunicado (Diário) corrigiu o deputado Fernando Hugo, que estaria errado na frase "Esse jogo foi uma despersonificação comportamental da presidência". Segundo a coluna "O termo certo é despersonalização comportamental".

Alguém percebeu a diferença? Continuo achando que os dois termos são corretos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Adísia Sábia

Frase ouvida de Adísia Sá em entrevista de rádio:

Os jornalistas costumam achar que sabem tudo. Quem acha que sabe tudo não sabe nada.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Descuidos no Negócios

O caderno Negócios (Diário) veio com descuidos nos títulos e destaques.
Começou com uma cacofonia no cabeçalho da capa.



Esse "decide que" veio na a p.2.






Na página seguinte, a manchete é estranha. Cinco porcento de quê? Ela quis dizer que o crescimento doPIB pode chegar a 5%.
Logo no início da matéria, o texto diminui para 20 os 24 produtos que tiveram redução de ICMS, conforme matéria comentada aqui no post Só dá 24 no Diário. O assunto foi manchete de capa.




No destaque da p.5, a regência do verbo implicar:

Jogada na torcida do penta

Mal foi protocolado o pedido de reconhecimento do pentacapeonato do Ceará, o caderno Jogada (Diário) já está na torcida. Só isso explica esta maiúscula no penta.



terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Povo reconhece erro de manchete

Três dias depois, O Povo reconhece que sua manchete de sábado estava errada. A informação correta sobre projeção de aumento da temperatura era a do Diário.

O conserto veio na p.11, sem chamada de capa.

O blog apontou o erro no mesmo dia no post 50 anos separam Povo do Diário

domingo, 9 de dezembro de 2007

Ombudsman ataca Diário

A coluna do ombudsman do Povo faz inversão de valor e séria acusação contra o Diário do Nordeste. A de que o jornal concorrente mentiu para seus leitores ao basear suas informações [certas, ao contrário das do Povo] em comunicado da Petrobrás. Assessoria da estatal negou para o Povo que houvesse emitido nota para o Diário do Nordeste. O Diário está na obrigação de comprovar.
O trecho da inversão e da acusação é este:

Dois são fatos relevantes nas respostas: 1) a Petrobras nega ter emitido "qualquer nota oficial" dirigida ao Diário do Nordeste a respeito do assunto; 2) a resposta da empresa derruba a tese de que a Petrobras teria reconhecido a dívida, como insistiu O POVO.

Vamos ver alguns trechos da coluna:

Quem lesse O POVO seria informado que a Petrobras reconhecia a dívida; os leitores do Diário do Nordeste ficariam sabendo que a Petrobras dizia nada dever ao governo do Ceará. Quem lesse os dois jornais ficaria sem entender nada.

Não é bem assim. Como o próprio ombudsman ja reconheceu, os leitores dos jornais estão mais atentos. Quem leu os dois dois jornais pôde perceber que a versão que o Povo insistia não se sustentava, como deixei claro no post Notícia velha no Povo sobre a manchete "Petrobras reconhece dívida com o Ceará". O ombudsman apontou o erro na coluna da edição passada.

No próximo trecho, uma inversão.

As duas matérias mais significativas dessa primeira parte do embate são estas. O POVO (24/11): "Petrobras reconhece dívidas de R$ 308 milhões", com o texto reproduzindo declarações de representantes do governo do Estado dizendo que a Petrobras havia assumido a dívida com o Ceará. No Diário do Nordeste (30/11), com o título "Petrobras não pretende devolver valores ao Ceará",


Pelo critério jornalístico, as duas matérias mais significativas do embate são aquelas que mereceram manchete. A matéria do Diário seria, então, a do dia 22 "Petrobras diz que não deve nada ao Ceará."



Por essas duas, o leitor percebeu que a afirmação do Diário se baseava na palavra do presidente da Petrobrás. A do Povo, em comentário de representantes do governo, interessados, obviamente, no reconhecimento da dívida. Básico. O nome da Petrobrás foi usado indevidamente na manchete.

Mas o ombudsman precisava era da outra matéria, a do dia primeiro, que recebeu esta chamada na capa do Diário: "Governo ainda não procurou a Petrobras". Era preciso falar de uma nota. O ombudsman cita o o início da matéria do Diário para, mais tarde, atacar-lhe a credibilidade:


"Em nota divulgada à imprensa a Petrobras afirmou, ontem, não haver nenhuma previsão de devolução de valores que por ventura o governo cearense alegue ter o direito de receber".

Antes, ele compara mais duas matérias.

Mas o segundo round da teima entre os jornais teria continuidade na edição de 1º/12, com informações colhidas por jornalistas de ambos os matutinos enviado ao Rio para cobrir evento da Petrobras. O POVO titulou "Petrobras está disposta a negociar", com o seguinte texto: "O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, afirmou pela primeira vez que a estatal está disposta a negociar a dívida com o Governo do Ceará [...]. No entanto, Gabrielli diz que o Governo cearense não o procurou para comunicar nenhuma dívida e que não tem conhecimento sobre o assunto". O Diário do Nordeste, a respeito das mesmas declarações, sob o título "Gabrielli afirma desconhecer dívida com o CE", escreveu: "'O governo do Estado nunca nos procurou para comunicar nenhuma dívida. Estou surpreso porque não estou informado sobre essa dívida', reagiu ontem, o presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, ao afirmar que a estatal não reconhece nenhum débito para com o governo do Ceará, por nunca ter sido procurada para negociar".

Sobre essas duas, a coluna não comentou, mas nós apontamos aqui a insistência do Povo na informação equivocada no post Meia verdade no Povo.

A seguir a coluna comenta um email assinado pela assessora de imprensa da Petrobrás em resposta a algumas perguntas do Povo. A crucial derruba a versão do Povo, a Petrobrás não reconhece a dívida. Mas havia também esta pergunta:

O POVO: A Petrobras emitiu nota oficial, enviada ao jornal Diário do Nordeste, afirmando não reconhecer a dívida que o governo do Estado diz que a empresa tem com Ceará, conforme matéria publicada pelo jornal na edição de 30/11?
Resposta: A Petrobras não emitiu qualquer nota oficial sobre o assunto.

Com base nisso, a coluna resume:

Dois são fatos relevantes nas respostas: 1) a Petrobras nega ter emitido "qualquer nota oficial" dirigida ao Diário do Nordeste a respeito do assunto; 2) a resposta da empresa derruba a tese de que a Petrobras teria reconhecido a dívida, como insistiu O POVO.

O primeiro ponto é o jornal reconhecer que errou e se desculpar, o que ainda não fez. O segundo ponto: a informação do Diário estava correta desde o início. Só agora o terceiro ponto. Estava correta a primeira matéria do dia 22, que ensejou a manchete. Na matéria do dia 30, quando baseia a informação em nota oficial da empresa, precisa esclarecer. Com a exposição da negativa, a insinuação de fraude.


OMISSÃO
A despeito da importância do tema de hoje, já havia sido comentado na coluna anterior. Enquanto isso, na semana houve duas notas de página inteira publicadas em outros jornais pela TAF rebatendo versão do jornal, parte dela derrubada pela Anac. Uma polêmica, e a coluna passou ao largo. É muito difícil a vida de ombudsman, principalmente com tantos "furos".

sábado, 8 de dezembro de 2007

Notas oficiais x O Povo

Notas oficiais estão derrubando as manchetes do Povo. Primeiro, a Anac. Agora, a Petrobrás.
Em resumo, durante todo esse tempo, estava certo o Diário. O Povo confundiu seus leitores com informações falsas. Está em débito com seus leitores, e ainda não reconheceu a dívida.

Leia a matéria e as contorções para revelar que a Petrobrás murchou as manchetes sobre reconhecimento da dívida. Nunca houve isso. E respondeu genericamente: se for apresentada uma dívida, analisar. Claro, se seu apresentar uma dívida, a empresa vai também analisar. E negar, óbvio.

Petrobras admite investimento mas alega benefícios mútuos

Metamorfose ululante


Matriz energética

Erro comum, até demais, nos jornais cearenses é confundir fonte energética com matriz, como ocorreu neste título da p.33 do Povo:
Eólica não é matriz energética, mas fonte.As várias fontes de energia é que compõem a matriz energética. O próprio entrevistado explica direitinho, mas quem deu o título, além de desconhecer o assunto, ainda não estava atento ao texto da matéria:

Ele lembra que a Alemanha, um dos países que mais se preocupa com o meio ambiente hoje, tem 52% da sua matriz energética baseada no carvão mineral


Abaixo, a imagem da composição da matriz energética brasileira. O assunto é explicado de forma didática aqui: Na trilha da energia.

50 anos separam Povo do Diário

O Povo deu como manchete que a temperatura vai aumentar 4 graus centígrados até 2050. O Diário também trouxe o assunto na capa, sem muito destaque e com patrocinador (TIM). Para o Diário, o aumento da temperatura só atingirá esse pico 50 anos depois, em 2100.


Clique na imagem para ampliar.