quarta-feira, 14 de maio de 2008

Até isso! Até mais...

Meu amigo, minha amiga, preciso viajar.
Longe dos jornais e com bem menos tempo, o blogue vai depender dos poucos leitores. De novo, Brasília. Volto sempre que possível. Esse tempo de um ano foi um diário de declarada paixão aos jornais, deve ter sido de alguma serventia, além das incompreensões.

O jornalismo está com linguagem boçal e distante de seu público. E, às vezes, com pensamento enviesado, que considera ataque pessoal qualquer crítica ou análise. Deixo para reflexão trecho de email enviado por um bravo jornalista. Sentiu-se atingido e reclama princípios éticos:

Ao contrário de colegas nossos, não vou mirar nos seus chefes para atingi-lo e, eventualmente, fazê-lo parar com os ataques.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Família de invasores



As manchetes do O POVO e do DIÁRIO, embora se refiram ao mesmo fato, trazem interpretações disitintas sobre o que aconteceu lá na UFC e inclusive classificam de forma diferentes os ocupantes: são famílias ou invasores, deixaram ou foram retirados do campus?
Do leitor Flávio Jucá Araújo, sobre as capas de ontem dos jornais.

sábado, 10 de maio de 2008

Manchete impontual

O que é mesmo elevação pontual, o que o repórter quis dizer com isso? E o editor aceitou o termo e o levou para a manchete no Negócios do Diário.

O reporter diz: "Aos poucos e de forma pontual, alguns postos de combustíveis de Fortaleza começam a realinhar os preços do álcool..."

De quantos pontos foi a elevação, foi na hora aprazada, em que ponto se deu? O Aurélio registra nove acepções para o verbete "pontual", nenhum parece se enquadrar com o que pretendeu dizer o repórter e a manchete. Confira abaixo:



Dilma mentirosa


A mulher é mesmo mentirosa. Não diz a verdade nem sob tortura. Naquela época, havia um motivo nobre, a verdade poderia colocar em risco a vida de seus companheiros. Era a ditadura.

Na democracia, mente para livrar sua pele, para não correr o risco de perder o cargo e a chance de se candidatar. Disse que não havia dossiê, quando sempre soube de sua existência. Ainda mais, quando já sabia do resultado da investigação da PF sobre a autoria de quem vazou o dossiê. Dessa mentira, não tem como fazer um discurso emocionado. Era a hipocrisia cobrindo mais uma mentira.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Comunicado oficial

A coluna Comunicado (Diário), talvez na pressa de elogiar o desempenho da ministra Dilma, escorregou na informação:

...o gesto do senador Agripino Maia (DEM/RN) é avaliado por observadores políticos como o sepultamento das pretensões de se instaurar a CPI dos cartões corporativos no Congresso.
Essa CPI foi instaurada já há algum tempo e está em pleno funcionamento, como atesta matéria de hoje da Folha CPI dos Cartões quer convocar suspeitos.

Enquanto as colunas de cunho político estão com um tom crítico em relação aos gestores do Ceará e de Fortaleza, até com fortes cobranças, a Comunicado faz uma defesa quase apaixonada.


Sobre a greve dos ônibus, a Vertical (Povo) não livra a cara da prefeita. Já a Comunicado perdeu o bonde ao dizer que a prefeita chegou a negociar, mas a greve foi feita por gente que não é do sindicato. Pronto, basta a greve ser feita por quem não está atrelado ao peleguismo para eximir a Prefeitura. Decididamente, a Comunicado já foi menos chapa-branca.


O homem do dossiê

É um velho conhecido do PT o homem que vazou o dossiê da Casa Civil. A Polícia Federal revelou que houve troca de emails entre ele e o assessor do senador Álvaro Dias. O homem do dossiê há tempo faz trabalho semelhante para irrigar as CPIs, o maior tempo de serviço é para José Dirceu. Agora que sabemos que o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, vazou o dossiê, resta saber quem elaborou. As informações estão na edição de hoje da Folha.

Ele está me agredindo

Fábio Campos pinta em cores fortes duas cenas amedrontadoras, de falta de autoridade. A greve dos ônibus é comentada aqui. A outra, no post abaixo UFC fecha Pici .

DONA NERLY, 69 ANOS, ASSALTADA E ESFOMEADA
A cidade está vulnerável. Um pequeno grupo de militantes políticos conseguiu gerar o caos em Fortaleza. Procura-se a palavra do governador Cid Gomes e da prefeita Luizianne Lins sobre os últimos acontecimentos. Onde andam? O que eles têm a dizer? Que medidas foram tomadas para resolver o problema e para impedir que o absurdo volte a acontecer? Em plena semana do dia das mães, todo o sistema de transportes da cidade entrou em colapso. Dezenas de milhares de pessoas sem ter como sair ou voltar pra casa. Sem ter como cumprir suas obrigações e necessidades. Fortaleza sitiada. Dona Nerly, a senhora de 69 anos, assaltada, esfomeada, que dormiu dentro de um ônibus com pneu furado é o símbolo dos acontecimentos. “Foi uma noite horrível”. Nossos representantes políticos se mantiveram alheios. É como se o problema não lhes dissesse respeito. Chega a ser quixotesca a cena do presidente da Etufor, órgão responsável pelo funcionamento do transporte público, tentando dialogar com os líderes do movimento. Ademar Gondim, sozinho, em meio a um grupo no terminal do Papicu, a argumentar. É óbvio que não foi ouvido. Num momento, perguntou a um homem que fazia a agitação política: “qual a empresa que o senhor trabalha”. O sujeito gritou: “ele está me agredindo”. Significativo.

UFC fecha Pici


Sobre o assunto, na medida, no Povo:


Nota da UFC:
"O objetivo é salvaguardar a integridade física de alunos, professores e servidores técnico-administrativos, ameaçada nas circunstâncias presentes. Tão logo se restabeleça a segurança na área, com a saída dos invasores, as atividades serão retomadas, anunciando-se então o calendário de reposição de aulas. No dia seguinte ao da invasão, após diligências da UFC na Procuradoria Federal no Ceará, o Juiz da 5ª Vara da Justiça Federal no Ceará deferiu pedido de reintegração de posse. Desde então, aguarda-se o cumprimento da ordem judicial, por parte das polícias Federal e Militar. Enquanto isso, as instalações físicas encontram-se sob os cuidados apenas da guarda de segurança patrimonial da Universidade, sendo inegável a situação de vulnerabilidade em que se encontra o valioso patrimônio público abrigado no Campus do Pici”.

Chegamos a esse ponto. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Como se destrói


Jornalista do Povo escreve artigo para criticar a greve dos ônibus, incitada por quem não reconhece legitimidade na atual gestão do sindicato da categoria.
A despeito de sua argumentação, o título escolhido sintetiza o assunto, mas tropeça no português. Não há acento agudo em "destróe". Na verdade, a palavra correta é destrói.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Pesquisa antiga

Chamada de capa do Diário parece desmentir manchete de sábado do Povo, que falava do aumento abusivo da gasolina, comentada aqui no post Vacilo do Diário.

Corri para ler, pois considerei vacilo do Diário não ter percebido a alta do combustível. Seria um bom tira-teima. Qual nada, a matéria ANP: preço da gasolina cai se baseia numa pesquisa feita ainda em abril, antes de vigorar o reajuste do governo. Ainda disse que encontrou um posto com preço baixo do combustível, mas a afirmação da queda no preço está calcada mesmo na pesquisa antiga. O Diário ainda está devendo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

PDD, novo partido?


Foi só o PDT fechar aliança com o PSDB, e a confusão se fez. Discussão e xingamentos na reunião de ontem, conforme o Diário, na matéria Insultos no encontro para confirmar a aliança.

O próprio jornal fez confusão na chamada de capa, chamou o partido de PDD.

domingo, 4 de maio de 2008

Adjetivo torcedor



A chamada do Povo para a final no Castelão é mais criativa do que a do Diário, como sempre. Mas um detalhe a mais revela a torcida pelo Leão, já explícita em "Castelão pronto para a festa tricolor". Ainda colocou inicial maiúscula no adjetivo Tricolor.



QUAL O É?

Mais um errinho de revisão na capa:



sábado, 3 de maio de 2008

Chuvas do sertão


Precioso trabalho do Povo no caderno especial Chuvas do Sertão. Bons textos, especialmente Demitri Túlio, boas fotos, em especial de Sebastião Bisneto. Boa edição gráfica e de texto. O caderno traz cores, cheiros e sabores do inverno, o nosso inverno, não a indefectível quadra chuvosa, que causa veranico aqui e acolá.

Tânia Alves me fez voltar à infância com seu texto "Azulzinho de chuva...". Lamentavelmente, não encontrei o link, precisa ler na versão impressa.

A lamentar, pequenos vacilos comuns no Povo, principalmente no uso de hífens e apóstrofos. Eis uma pequena lista com a correção à direita:

mares d’água - dágua
sertão d’água - dágua
tromba d’água - tromba-d’água
queda d’água - queda-d’água
pau d’água - pau-d’água
galinha d’água - galinha-d’água
faz-se apostas - fazem-se apostas

Todas as águas



Foto do dia, de Sebastião Bisneto, no caderno especial Chuvas do Sertão (O Povo).

Vacilo do Diário


Manchete do Povo registra 8,7% de reajuste na gasolina. Diário só fala do diesel. Parece continuação da pauta do dia anterior, comentada aqui no post Gasolina sobe, ou não, quando O Povo anunciava que a gasolina iria subir, enquanto o Diário dizia que o reajuste seria "zero". Congelou a pauta e comeu mosca. Que vacilo!




sexta-feira, 2 de maio de 2008

Informação a prestação

Mais uma colaboração de Paulo Brasil, com seus achados. Esta é do Diário do último dia 30.


Para saber que alguém foi atingido num tiroteio, o leitor tem que ler a matéria Bandidos atiram contra casal e bebê com muita atenção. Na chamada de capa, alguém quase foi atingido:
Um casal e seu bebê de nove meses quase foram atingidos por tiros em tentativa de assalto contra eles, ontem, no Monte Castelo.

No texto da matéria, no fim do segundo parágrafo, sem ainda assumir a informação, um vislumbre:
Alexandre, segundo sua esposa, teria sido atingido pelos disparos

Na última oração do texto, enfim, a informação:
O comerciante sofreu um tiro na coxa esquerda e outro, de raspão, no pescoço, mas não corre risco de morte.

Vacilante na oferta da notícia, o repórter deixou clara sua falta de intimidade com a língua na expressão que usou para dizer que não corre risco de vida. Ora, se o homem quase nem leva tiro...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Baiano é burro, diz baiano burro



Caetano venha nos explicar o que se passa no tabuleiro da Bahia. Um baiano diz que outro teve um surto de imbecilidade por chamar de burros os baianos. E não é um papo de botequim. O mal-estar começou na Universidade Federal da Bahia.


Esta pérola "O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais, não conseguiria" é do coordenador de Medicina da UFBA, Antônio Natalino Manta Dantas. Ele afirmou que o mau desempenho dos alunos no Enade reflete o baixo QI dos baianos.


Foi o governador Jaques Wagner quem considerou a atuação do doutor da UFBA um surto de imbecilidade.

Se é mesmo assim, o surto prossegue, pois o coordenador, procurado pela imprensa, reafirmou suas declarações, conforme noticia O Povo na p.2.



Guerreira guardiã

Foto: Marcus Campos


Para Luciana Dummar, nova comandante do Povo, o jornal era a própria vida de Demócrito.

Gasolina sobe, ou não

A gasolina vai ter um reajuste de 1%, diz O Povo. Ou terá reajuste "zero", segundo o Diário.