segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Diário e ACI

No post abaixo, manifestei expectativa de como a imprensa agiria no caso da fraude em prêmio da ACI, beneficiando o Diário. A suspeita da fraude recai sobre um dos editores do Diário. Foi a pior possível.

Calado, o diretor-editor do Diário teria se saído muito melhor. Vamos aos principais trechos do "pensamento do diretor-editor":

Na semana em que um senador culpado se livra da cassação de mandato, três jornalistas inocentes foram vítimas de uma tempestuosa cassação de prêmios.

O diretor-editor assume a defesa das "vítimas" e esconde o ilícito de um de seus editores. O começo do texto acima poderia ser este:

"Na semana em que um senador culpado se livra da cassação de mandato, um editor do Diário também escapa de cassação."

Foi punido apenas com advertência, pena desproporcional à gravidade do desvio ético que cometeu.

Além dos mais, os jornalistas não foram vítimas de uma "tempestuosa cassação". Eles foram vítimas de um colega de redação, com cargo de chefia, que agiu de maneira deliberada a beneficiar o veículo em que trabalha e é preposto.

O Diário do Nordeste permite que os seus jornalistas, por iniciativa pessoal, participem de concursos de reportagens como forma de promover a qualidade da produção editorial.

Olha aí, o Diário PERMITE. O Diário faz mais do que isso, estimula. E usa as premiações em peças promocionais.

Não importam as razões internas da entidade para a cassação: a falta de critérios do certame, o vazamento do resultado, a falta de comando e autoridade. O fato é que a visível desorganização da entidade, na promoção do concurso, prejudicou a imagem profissional de três excelentes jornalistas, que devolverão à ACI os certificados e os prêmios ganhos.

Não importam as razões??? Onde foi que o diretor-editor fez sua faculdade de jornalismo? Será essa a orientação que ele passa para a redação? Que coisa estranha!

Ora, o que mais interessa aqui são as razões. E o diretor-editor sabe muito bem delas. Ele prefere jogar o fardo nas costas da vetusta ACI, quando o integrante da instituição, culpado pela fraude e pelo constrangimento por que passam seus colegas de trabalho, é seu subalterno direto.

O Diário do Nordeste se solidariza com os jornalistas Nathália Lobo, Maristela Crispim e Fernando Ribeiro. Para a redação, eles são honrados como pessoas e respeitados profissionalmente, à margem das futricas das entidades de classe.

Solidariza-se com os profissionais atingidos, mas nenhuma linha para repudiar a fraude. Que beleza de ética.

Na mesma edição uma carta dos jornalistas "vítimas". Também jogaram a culpa na entidade e exageraram na vitimização.

Ah, não menos importante: que textozinho ruim o da carta. Como é que esse povo ganha prêmio?

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