Holocausto é de arrepiar
Eu tenho preconceito em relação aos judeus. Sempre os considerei inteligentes, tendo em vista os já citados luminares: Cristo, Marx, Einstein, Freud. O patrulhamento de alguns, porém, é o antípoda. A tentativa de impedir (até agora com sucesso) a apresentação de um carro alegórico sobre o Holocausto, de uma escola de samba, me parece descabido para um órgão como a Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj).
[Revista Época: Samba & Holocausto]
O presidente da Fierj, Sérgio Niskier, disse que “não havia qualquer conotação de racismo ou preconceito”, e elogiou por isso o carnavalesco da Viradouro, Paulo Barros. Explica o motivo da ação:
O que havia era a inadequação do tema dentro do enredo.
Parece frase de um julgador do quesito samba-enredo, seria melhor que deixasse isso para os profissionais. Mas continua.
Não víamos como um carro repleto de cadáveres, dentro de um enredo com outras emoções de arrepiar, poderia representar uma denúncia do anti-semitismo, para que este nunca mais aconteça. Julgávamos que a população poderia não entender esta mensagem e que isto banalizaria o maior crime cometido contra a humanidade, aí sim uma situação que não desejamos.
Chama-se isso censura prévia. E poderia ser usado até contra o Guernica (Picasso). Como a pessoa não entendeu a mensagem proposta pelo artista, a massa não-pensante também seria estimulada a banalizar um dos maiores crimes contra a humanidade. Portanto, proíba-se.
Toda vez que um órgão como a Federação Israelita age dessa forma, trabalha contra um dos grandes esforços dos próprios judeus, e mais um presente para a civilização: a demonstração de que o Holocausto foi um crime perpetrado contra toda a humanidade, os judeus as maiores vítimas. É o monumento à intolerância. Não mais!
O judiciário, representado pela juíza Kalichsztein, favoreceu à Fierj. A liberdade de expressão é um bom tema para samba-enredo.
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