segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ombudsman pró-aborto


O ombudsman do Povo criticou o fato de o jornal entrar “no ritmo da ofensiva contra o aborto”. E passou a atacar os argumentos de quem falou contra o aborto: a coluna Concidadania e um artigo da jornalista Regina Ribeiro.

Ora, é muito cômodo para um homem dizer que uma mulher estuprada tem o dever moral de parir o filho do estuprador, mas imaginem o sofrimento da vítima de agressão sexual.
O autor não disse que a mulher tem de parir o filho do estuprador, pois o filho é também dela. O filho deve ser julgado pelos crimes dos pais? Essa fase da humanidade não já estaria superada? E se o autor da coluna fosse mulher, mudaria a argumentação? O que autor disse é que, do ponto de vista moral, é dever parir o filho. Por quê? Porque abortar seria matar uma vida. Se a mulher foi vítima, a condenação fatal não pode ser para o filho.

Ela deve ser condenada a carregar no ventre, durante nove meses, com todos os incômodos e complicações de uma gravidez, uma criança gerada por ato de violência (o mais torpe dos crimes)?
Aqui o ombudsman deixa transparecer sua hierarquia de valores. A violência sexual seria o mais torpe dos crimes, ou o mais torpe dos crimes é aquele praticado contra a vida?

O aborto ocasionado por estupro é permitido pela atual legislação brasileira. Querem proibi-lo? Aborto não ocasiona estupro. A gravidez ocasionada por estupro é que tem respaldo legal para ser interrompida. E o autor não falou em proibição, falou em dever moral.
Uns têm, outros não.

Nenhum comentário: