quarta-feira, 12 de março de 2008

Do leitor

Agradeço colaboração do atento leitor Paulo Brasil:

Caro André,
Já que você levantou essa questão da bancada petista no Povo, trago mais dois exemplos publicados no domingo que não foram comentados em seu blog. A primeira página do caderno de Política é apenas para criticar os tucanos. Nenhum outro jornal deu esse destaque. É só pesquisar.

O outro exemplo, mais gritante, está no caderno People, na coluna assinada pelo jornalista Érico Firmo. Com uma argumentação toda empolada, o jornalista defende o fechamento do Senado. Por quê? Porque é o único local que Lula ainda encontra resistência.


Não temos condição de ver tudo nos jornais, agradeço com muito carinho a participação do leitor, principalmente esta, muito apropriada. Realmente, a manchete "Teresa Cruvinel critica oposição à ECB" foi demais. Quanto à coluna do jornalista Érico Firmo, deixo à consideração do leitor. Os argumentos para acabar o Senado dão uma certa razão ao Paulo.

As matérias estão disponíveis nos links abaixo.

Tereza Cruvinel critica oposição à ECB
Senado pra que te quero?

6 comentários:

Wanderley Filho disse...

André,

Concordo com sua preocupação no tocante ao engajamento político de alguns - ou da maioria - dos jornalistas do O Povo, notadamente simpáticos à reeleição de Luizianne.

Muitos deles talvez imaginem ser independentes, mas estão presos a clichês ideológicos forjados nas faculdades de jornalismo. Outros sabem muito bem o que estão fazendo.

O Povo não merece virar aparelho do petismo. Lamentável.

Parabéns pelo blog e pelo espírito arguto.

Wanderley

Anônimo disse...

caro André, sobre meu texto, classifico o comentário do leitor no âmbito da teoria da conspiração. Claro que o Senado não será extinto, e em pelo menos dois pontos do artigo deixo claro que nem defendo isso, mas a redefinição dos papéis da Casa. Além do mais, alguém de bom senso acha que o Senado, se viesse a ser extinto em uma reforma política, deixaria de existir já no atual governo? Francamente! Há gente com mandato até 2014. Pelo menos até lá ele tem de continuar a existir, para o bem da democracia. Do contrário seria cassação de mandato. Nunca fui a favor de mudança de regras com jogo em andamento, já escrevi isso várias vezes. Dá margem a casuísmo, como seria casuísmo defender a manutenção do Senado porque ele tem uma composição política que favorece determinada corrente, ou sua extinção porque favorece uma força outra.

De mais a mais, incomoda-me a leitura episódica. Toda eventual crítica - ainda que se considere isso uma crítica - à oposição deve ser considerada partidarismo? Estará a oposição acima de críticas. Falei isso porque, caso se recue no tempo apenas uma semana, ver-se-á em minha coluna uma crítica que revoltou alguns petistas. Classifiquei a saída de Mário Mamede e Artur Bruno do Governo do Estado, da forma como ocorreu, de "absurdo, sinal de descompromisso, falta de transparência e desprezo pela opinião pública". Isso, posso lhe assegurar, não me coloca em nenhuma bancada tucana na imprensa.

Aliás, considero este espaço importante para a reflexão sobre a mídia. Mas deixa de contribuir quando parte do pressuposto de que o jornalista agiu com interesse X ou Y - uma mera suposição do autor - e transforma o jornalismo em um Fla-Flu passionalista. Sobretudo em um período eleitoral, a análise da mídia, creio, deve ser feita de forma serena. Tanto quanto possível, sem suposição. É possível dizer: essa matéria está correta, esta é pertinente, essa informação está errada, aqui houve erro de critério de noticiabilidade. Daí a dizer: "Eita, que esse cara é petista". "Aquele outro é tucano", é demais... Sem nunca ter visto a pessoa na vida! Fazendo isso, corre-se o risco de se converter em uma outra "bancada", para atender interesses contrariados.

Deixo claro que, como se percebe, sou leitor do blog e não me incomodo em responder a críticas, já o fiz mais de uma vez. Mas, daqui em diante, recusar-me-ei a debater - não com a pretensão de que isso vá prejudicar-lhe ou a sua audiência em algo - comentários que partam da compreensão de que estamos vendidos ou com objetivo de atender interesses A ou B. Isso é muito comum em toda campanha, partindo de todos os comitês. Se este blog vai trilhar esse caminho de análise de mídia, pautado na ilação, boa sorte. Mas não conte comigo como interlocutor. Atenciosa e respeitosamente

André Carvalho disse...

Caro Érico,
Admiro sua disposição ao debate, não o contrário. Seus argumentos em relação ao Senado são melhores que os do deputado Ariosto, nem entrei no mérito. Disse que poderia o leitor ter razão. Ou não. Eu não o colocaria entre os da "bancada petista". Aliás, essa expressão foi a partir daquela capa de Lula e Luizianne. Pra mim, foi eleitoreira, feita com paixão. Chegam-me emails e comentários de várias matizes, alguns de dentro do próprio O Povo. Tento não me deixar ser usado por eles, mas respeito meus leitores. Não vou censurá-los, a não ser em caso de xingamentos, ofensas, bobagens.
Concordo com você que essa de apontar "ah, fez isso porque é petista, tucano, católico, flamenguista" é restritivo e desinteligente. Na falta de argumentação, a desqualificação. Debato as idéias, e é até bom não conhecer as pessoas de cujo trabalho faço comentários.
A dar crédito ao emails bobos que chegam, eu não sou eu.Já me apontaram como quatro pessoas diferentes. Quem não me conhece especula sobre minha identidade. Todos querem fazer isso que você condena. "Ah, é fulano, eu conheço. Ele diz isso porque é contrariado".
Bobagem.
Vou continuar assim, é o meu jeito. Nem que eu escreva só pra mim. Vou redobrar a atenção ao que dizem meus leitores. Assim como sugiro refletir sobre os seus, nem sempre é interesse contrariado. A teoria da conspiração também tem mão dupla. Tê-lo como leitor é uma honra.
Também desejo boa sorte pra você.

Anônimo disse...

caro André, sobre a questão do Senado, entendi que foi comentário do leitor e respondi especificamente a ele. E concordo inteiramente que nem sempre - aliás, é uma minoria - o leitor critica por interesse contrariado. Não me incomoda que o leitor diga: "O texto é uma porcaria". Aliás, incomoda-me sim, mas respeito e avalio o meu próprio trabalho. O que me revolta é quando o cara diz: "Não gostei do seu texto e, por isso, você é um picareta que está recebendo dinheiro para escrever". Aí é demais... Bom, é isso.
De um rubro-negro e católico, que não é nem tucano, nem petista.

Anônimo disse...

André,
Li os comentários do jornalista sobre o Senado. Venho confessar de público que não havia lido todo o seu artigo. Fui traído pelo instigange título "Para que serve o Senado?", que já dizia a que vinha. Fiquei irritado já que discordo frontalmente com a tese, só enfraquece o Nordeste. Ruim com ele pior sem ele. Se agredi o jornalista me penitencio. Seus comentários me fizeram mudar de idéia. Peço desculpas publicamente e peço que ele pense melhor sobre a tese. Além do mais,é flamenguista.

André Carvalho disse...

Paulo,
Vocês flamenguistas sempre se entendem. Brincadeira! Leitores do seu nível são sempre bem-vindos. O objetivo não é atacar ninguém, mas analisar e refletir sobre a imprensa cearense. Se possível, contribuir para sua melhoria. Sou Fluminense, mas tenho outra paixão que me aproxima de Érico: Cristo.