domingo, 27 de abril de 2008

Porta-voz israelita

O jornalista Frederico Fontenele Farias reconheceu alguns erros cometidos em sua coluna Internacional no Peopel (O Povo) da semana passada. E cometeu outros. Ele respondeu a Saulo Tavares, cuja carta apontando os erros foi publicada aqui no post Caiu do cavalo.

Trago a réplica do jornalista e a tréplica de Saulo. Considero emblemátia a frase que termina a coluna (na imagem ao lado):

Sou a favor da existência do Estado de Israel e de se ter todo o direito de criticar o sionismo de extrema-direita.

Ué, se for de esquerda não mereceria crítica?

Trecho da tréplica de Saulo:
O senhor diz não ter comparado o exército de George Washington ao hamas, porém disse textualmente que: “Sobre os antecedentes do Hamas, as autoridades de Washington ... precisam recordar o próprio passado. A partir de 1776, na Revolução Americana, o Exército Continental de George Washington, na prática, foi uma guerrilha”. Se isso não é uma comparação (o pior é que visa legitimar um grupo criminoso com essa comparação) o que será???

...
Quanto a dizer que Sharom foi o maior insuflador do terrorismo muçulmano, é bom lembrar que ele tinha 20 anos quando da Partilha da Palestina pela ONU em 29/11/1947, onde foi cassado o mandato colonial britânico e no seu lugar foi aprovada a criação de dois estados nacionais independentes, um para os judeus e outro para os árabes palestinos. O Islã declarou a Jihad contra tal resolução das Nações Unidas, patrocinando a invasão de cinco exércitos árabes em maio de 1948 para liquidar a "entidade sionista" e jogar os judeus ao mar, sob os auspícios da Liga Árabe, composta de títeres do colonialismo britânico: os reis Abdula da Transjordânia, Faissal II do Iraque, e Faruk do Egito...

Esse terrorismo islamita - da Jihad-Guerra Santa - começou em 1948 e persiste até hoje, mudando-se apenas os nomes de seus líderes... Um deles, o Ministro de Comunicações da Autoridade Palestina 'Imad Al-Faluji, esteve no Líbano e falou aos palestinos refugiados no campo 'Ein Al-Hilweh sobre a visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas. Em seu discurso Al-Faluji disse que a Intifada de Al Aksa foi premeditada e que foi a resposta palestina frente ao fracasso de atingir seus objetivos nas negociações de Camp David. Depois que Israel anunciou sua intenção de utilizar as palavras de Al-Faluji como resposta à Comissão Mittchell, foi reportado que Yasser Arafat pressionou Al-Faluji para desmentir suas palavras. Subseqüentemente, Al-Faluji anunciou que nunca havia efetuado tais comentários.

Por fim acho curiosa sua maneira de defender Israel, nunca criticando a violência árabe, apenas aquele país e, principalmente, nunca apresentando sugestões para o fim dos conflitos, limitando-se às acusações, muitas delas sem correspondência com os fatos como as mostradas agora e como mostrei domingo passado e que, curiosamente, jamais é publicado. Apenas sua versão é lida por quem compra O Povo.

Um comentário:

Anônimo disse...

não li todo o texto, pois acho essa polêmica um saco. Mas num acho que, para além do fato de considerar ambas como guerrilhas (no que está certo), o jornalista não faz comparação entre o exército comandado por Washington e o Hamas.