sábado, 17 de novembro de 2007

Crítica infeliz

A Comunicado (Diário) faz uma acusação leviana contra o Unicef, mais especificamente ao selo concedido pela instituição. A crítica [abre a coluna] foi baseada na ignorância. Veja aí:

O selo em xeque

Estudo do MEC que reprovou a educação pública em todos os municípios do Ceará, feito em 2005 e divulgado em abril último, indicando até que há crianças analfabetas matriculadas na rede de ensino, tem efeitos colaterais.

A notícia é de abril. Quando o Diário a publicou, não houve comentário da coluna. Deve ter sido instigada agora pela manchete oportunista que O Povo deu de uma notícia requentada que comentamos aqui no post Notícia velha. Mesmo tanto tempo depois - poderia ter ensejado uma reflexão -, o texto de hoje comete injustiça:

Um deles atinge o Selo Unicef Município Aprovado - boa iniciativa lançada em 1999 pelo escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para o Ceará e Rio Grande do Norte. O selo está, segundo o Unicef, ligado à certificação de municípios ´que se destacam nos cuidados para a melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes´, o que inclui, é claro, a educação. E por isso a apuração do MEC o põe em xeque.

Argumento inebriado pela desinformação. Em prol da sobriedade, alguns dados:

  • O Ceará tem o melhor índice do IDEB no Nordeste. Com a mesma pontuação de 3,2 apenas Maranhão.
  • A média nacional é 3,8
  • Nenhum Estado atingiu nota superior a 5.
  • O Ceará está na 15ª pontuação no Brasil.
  • Algumas cidades cearenses conseguiram nota acima da média nacional.
  • Aiuaba apresentou o melhor índice no Estado, erradicou o analfabetismo na faixa de 7 a 15 anos.

A situação é dramática, mas a do Ceará não é das piores e apresenta avanços na educação. Esses avanços são estimulados pelo Unicef, num trabalho dignificante, ao contrário da inocente crítica. É um trabalho que precisa ser incentivado, exatamente pela dramaticidade da situação.

O IDEB é uma boa iniciativa do governo, um instrumento para monitorar e mensurar o esforço das políticas públicas. Essa primeira coleta serviu para um diagnóstico e base para estabelecimento de metas.

No raio x do IDEB, também se constatou que estudantes lêem, mas não entendem. É uma praga. Mas o presente texto da Comunicado não é mais um exemplo. Foi apenas uma leitura apressada da manchete do jornal concorrente.

Não foi o selo que ficou em xeque.

Ah, se alguém quiser informação detalhada do Ideb é só clicar aqui.

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