segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Salvem Salviano

Se eu fosse partidário do deputado Manoel Salviano, diria que o Diário está em campanha franca para vê-lo cassado. Fogo cerrado nos três últimos dias. Será que amanhã tem mais?

Tudo começou com uma estranheza jornalística, que só virou suspeita com o tríduo. Numa matéria da p. 3, o editor fez questão de destacar a ameaça ao mandato de Manoel Salviano.

Quando digo "fez questão" não é apenas o lugar-comum do reforço. Esse destaque é um recurso jornalístico gráfico chamado ventilação, para arejar a página (aprendi bem, mestre?). O texto em destaque deve estar conectado com a matéria. Não há, porém, uma única linha sequer sobre Salviano. Só na ventilação. Então, ele fez questão.

O mais estranho é que no mesmo dia, três páginas depois, a editoria de Nacional usou também um recurso gráfico sobre o mesmo assunto, e mais específico: com a lista dos ameaçados. Como podem ver na imagem ao lado, não consta Manoel Salviano. No mesmo dia, fizemos um comentário no post Editorias divergentes.


No dia seguinte, um texto opinativo assinado pelo editor de Política, com direito a foto de Salviano (indiretamente chamado de "trânsfuga").

O redator exigia uma posição rigorosa dos dois partidos, cheguei a dizer no post Escrita ruim que ele queria ver sangue. E deitou falação jurídica, instigando a punição.

Hoje, voltou ao assunto, sempre com destaque. Desta vez, com o presidente regional do PMDB, falando duro, para dizer em manchete que a situação de Salviano é complicada. Será que foi estimulado pelo texto ou já estava pronto, e a cantilena do jornalista serviu apenas de escada para uma frase preparada?

Na verdade, Salviano pode até ficar no PMDB e não ser punido. Ele só perde o mandato se o partido pedir isso na Justiça. E esta sanha de cassação também é estranha. O mandato é mesmo é do povo, em nome de quem ele é exercido. Se o STF entendeu que pertence ao partido, é lógico que só vale a partir daí. E a decisão é histórica não por propiciar uma caça às bruxas, mas para ordenar a bagunça. O troca-troca, inapelavelmente, foi restringido.

Uma frase que passou despercebida naquele texto dominical do editor, hoje, parece um ato falho.

Dentre muitos outros, aqui no Ceará, para nos fixarmos em apenas um caso, a situação criada pelo deputado federal Manoel Salviano

É um caso de fixação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, é de se estranhar...será que envolve dinheiro???