sábado, 20 de outubro de 2007

Só vale morrer?

Faltou talento ao autor da manchete da p.34 do Povo:

Benazir diz que "morre" com paquistaneses

Primeiro, as aspas numa só palavra lhe tiram o sentido denotativo. Às vezes, soa como uma ironia, o contrário do que quer dizer. E Benazir não disse uma coisa nem outra. Atentem para o contexto. Depois que foi alvo e escapou ilesa de um atentado, ela demonstrou que não se deixa intimidar. Ela retornava de exílio e afirmou que ficaria em seu país para "viver ou morrer" com os paquistaneses.

O motivo da opção mórbida, não sei. Mas sei que a manchete é equivocada, pois não está de acordo com o texto da matéria, confunde o leitor.

Se ela acaba de sobreviver a um atentado, qual o motivo de não usar de forma positiva?
Benazir diz que "vive" com paquistaneses

E as aspas aí não seriam tão sem sentido. Serviriam para enfatizar o viver, mesmo sob atentados.

2 comentários:

Anônimo disse...

André, você tem insistido na tese da aspa numa palavra só. É furada, amigo. Ela pode, sim, significar o uso da expressão foram de seu sentido original. Ou, simplesmente, significar que se trata de citação. Simples assim.

André Carvalho disse...

Você pode até ter razão, mas não naquele contexto (semelhante a tantos que tenho visto na mídia).