Só vale morrer?
Faltou talento ao autor da manchete da p.34 do Povo:
Benazir diz que "morre" com paquistaneses
Primeiro, as aspas numa só palavra lhe tiram o sentido denotativo. Às vezes, soa como uma ironia, o contrário do que quer dizer. E Benazir não disse uma coisa nem outra. Atentem para o contexto. Depois que foi alvo e escapou ilesa de um atentado, ela demonstrou que não se deixa intimidar. Ela retornava de exílio e afirmou que ficaria em seu país para "viver ou morrer" com os paquistaneses.
O motivo da opção mórbida, não sei. Mas sei que a manchete é equivocada, pois não está de acordo com o texto da matéria, confunde o leitor.
Se ela acaba de sobreviver a um atentado, qual o motivo de não usar de forma positiva?
Benazir diz que "vive" com paquistaneses
E as aspas aí não seriam tão sem sentido. Serviriam para enfatizar o viver, mesmo sob atentados.
2 comentários:
André, você tem insistido na tese da aspa numa palavra só. É furada, amigo. Ela pode, sim, significar o uso da expressão foram de seu sentido original. Ou, simplesmente, significar que se trata de citação. Simples assim.
Você pode até ter razão, mas não naquele contexto (semelhante a tantos que tenho visto na mídia).
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