O jornalista Frederico Fontelene Farias caiu do cavalo ao comparar Jimmy Carter ao apóstolo Paulo no episódio da estrada de Damasco, quando se deu a conversão daquele que até então perseguia os cristãos. Jimmy Carter se econtrou com o chefe do grupo terrorista Hamas, Khaled Meshaal. A iniciativa não foi bem vista pelos governos de Israel e dos Estados Unidos. O jornalista aproveitou para criticar as duas nações, distorcendo fatos históricos mais bem expostos pelo leitor Saulo Tavares, que nos enviou o comentário abaixo. Depois de Saulo, vem a coluna do jornalista no People (O Povo).
Nas vezes em que se mete a comentar o conflito árabe-israelense o colunista comete erros infantis nas informações dadas (sempre contra Israel...). O pior é que não aceita correções e até insulta que as faz, como no meu caso, me chamando de "judeu nazista"... No artigo desse domingo ele repete os mesmos erros primários, que qualquer estudante de nível básico da História de Israel poderia facilmente contestar.
Comparar as atividades do hamas com a luta dos norte-americanos por sua independência não se sustenta. George Washington e seus colegas revolucionários nunca pregaram a destruição da Inglaterra e a morte de sua população como faz claramente o hamas, nem atacaram indiscriminadamente a população britânica, como é feito contra a população israelense.
Ao focar episódios da luta pela independência de Israel o colunista erra feio. Begin e o Irgun avisaram com antecedência ao comando britânico que explodiriam o hotel Rei David em Jerusalém e aconselharam sua evacuação, no que foram desacreditados pelos ingleses, que se recusaram a evacuar o prédio.
O assassinato do conde Folke Bernadotte foi cometido pela gang Stern e não pelo Irgun, ato pelo qual esse grupo terrorista pagou com prisão, onde permaneceram mesmo após a refundação de Israel. A gang Stern acabou após sua prisão, não cometendo mais nenhum ato terrorista. Essa informação já havia sido dada por mim ao jornalista, vejo que foi ignorada...
Finalmente respondendo à pergunta feita na coluna: "quem é mais famoso como sanguinário, Meshaal ou Ariel Sharon, sob vida vegetativa depois de tão genocida?".
Ariel Sharon é normalmente acusado de "genocida" por quem quer falar mal da defesa que Israel faz de seu território e população. O curioso é que, fora Sabra e Chatila, nunca se apresentam as provas do genocídio praticado por ele. Sabra e Chatila foram obra de Elie Hobeika, ÁRABE CRISTÃO e SEGUNDO NO COMANDO DAS MILÍCIAS FALANGISTAS, como vingança pela morte de Bashir Gemaiel, seu líder, que fora morto pelos palestinos por ordem de ARAFAT.
Ariel Sharon estava em seu apartamento e só soube do fato após o ocorrido, comunicado pelo comando israelense na área. Foi responsabilizado pela Suprema Corte de Israel devido ao fato de ser o Ministro da Defesa, responsável pelas ações de seus comandados, e não pelo ato cometido pelos homens de Elie Hobeika.
A resposta é clara, Khaled Meshaal é o sanguinário, pois Ariel Sharon matou em combate, como soldado que era, encarando o inimigo e a morte de frente, com bravura, em guerras sempre iniciadas pelos árabes e vencidas por ele com criatividade e arrojo. Meshaal é apenas um terrorista, um genocida covarde e sanguinário que ataca judeus inocentes para matá-los, pelo único crime de serem judeus e isralenses.
Texto da coluna Internacional (p.3 do People).
O ex-presidente dos Estados Unidos de 1977 a 1981 e Prêmio Nobel da Paz em 2002, Jimmy Carter, tinha previsto neste final de semana encontro em Damasco, Síria, com o líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Khaled Meshaal, sob críticas dos governos norte-americano e israelense. Para os dois países, o Hamas é um grupo terrorista que ataca e prega o fim do Estado judeu.
Têm razão. Mas, violências à parte, o Hamas ganhou as eleições palestinas em 2006, ainda que no ano seguinte, o governo de Ismail Haniyeh tenha sido exonerado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, enquanto o Hamas converteu a Faixa de Gaza em terris nostrum desde junho de 2007.
A favor de Carter pesa ter apadrinhado a pacificação que primeiro deu certo no Oriente Médio, com os acordos de Camp David em 1978 e o Tratado de Washington em 1979, que selaram a concórdia em separado entre os egípcios e os israelenses, um dos legados dele que ficaram até hoje. Sobre os antecedentes do Hamas, as autoridades de Washington e Jerusalém precisam recordar o próprio passado.
A partir de 1776, na Revolução Americana, o Exército Continental de George Washington, na prática, foi uma guerrilha. Recebeu armas traficadas pelo escritor francês Pierre Beaumarchais, autor da peça O Barbeiro de Sevilha, além de voluntários de Paris liderados pelo marquês de La Fayette. O rei Luís XVI resolveu então enviar tropas regulares comandadas pelo general Rochambeau, que asseguraram a vitória contra os ingleses em 1783.
Os precedentes e sucedentes da independência israelense ficaram marcados por ações contra britânicos e árabes da milícia Hoganah e dos grupos terroristas Irgun e Stern. Líder do Irgun, Menahem Begin teve reputação de crudelíssimo, acusado pela explosão do King David Hotel de Jerusalém, em 1946, além do assassinato do mediador sueco da ONU, conde Folke Bernadotte, em 1948. Begin foi primeiro-ministro de 1977 a 1983. Pelos acordos egípcio-israelenses, recebeu com o presidente do Egito, Anwar Sadat, o Prêmio Nobel da Paz em 1978. Além disso, foi um extremista judeu que matou o então premier de seu país, Yitzhak Rabin, em 1993.
Nas difíceis relações árabe-israelenses, foram cometidas atrocidades dos dois lados. Carter iria só conversar com Khaled Meshaal e, de maneira nenhuma, dar apoio a ele. É o caso de se perguntar: quem é mais famoso como sanguinário, Meshaal ou Ariel Sharon, sob vida vegetativa depois de tão genocida?