sábado, 30 de junho de 2007

Chuva de erros

A capa do Diário traz estranhezas em seis de suas 14 chamadas. Vamos lá.

No texto da chamada "Thaila quer fazer paz":
Assim decretaria o fim da guerra do Iraque
Faltou vírgula logo depois de "assim".

Na manchete:
A população da Secretaria Executiva Regional V (Conjunto Ceará e adjacências) é a mais atingida,
O texto ficaria melhor com a omissão da SER, que ficou em primeiro plano: A população do Conjunto Ceará e adjacências é a mais atingida.

Da ZPE:
O governo do Estado já se prepara para receber as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs).
Primeiro, o Estado vai receber, se receber, uma ZPE, no Pecém. Segundo, não precisa usar iniciais maiúsculas, é substantivo comum, tanto que está pluralizado.

Carros-bomba:
mataram 52 pessoas na capital britânica. O incidente levou caos e medo às ruas londrinas.
Chamar de incidente um atentado que matou 52 pessoas é, no mínimo, inadequado.

Da Unifor:
entregou ao mercado de trabalho, 1.209 novos profissionais
Que eles sejam alertados, essa vírgula aí em cima está sobrando.

Do Dnocs:
Já pagou R$ 1.3 milhão.
Foi grafado à moda inglesa. Estamos no Ceará, corrija-se: R$ 1,3 milhão.

Editorial Diário

Parece impróprio o título "Boicote às obras" do editorial do Diário. Fala de um protesto (melhor que boicote) contra o início das obras de transposição do São Francisco, em Cabrobó (PE).

Aliás, uma curiosidade sobre a origem da palavra. Segundo o Aurélio, veio do nome de Charles Cunningham Boycott (1832-1897), proprietário de terras irlandês a quem se impuseram sanções comerciais, por se ter recusado a baixar aluguéis.

Voltemos ao editorial.
O protesto, entretanto, não vem afetando o desenvolvimento dos trabalhos.
Quer dizer, se foi boicote, não foi efetivo.

Os invasores das fazendas Mãe Rosa e Toco Preto, incrustadas no sertão pernambucano, se dizem trabalhadores sem terra e pescadores.
Antes, o editorial disse que eram apenas trabalhadores rurais.

está o bispo de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que ensaiou no passado uma greve de fome contra o projeto
A desinência do verbo já indica passado. Portanto, dizer que ensaiou no passado não acrescenta muito. Falta de tempo para pesquisar a data? Adjetive o passado, e o texto até que passa "ensaiou num passado recente" ou algo assim.

Pior trecho, redação muito ruim:
Seus inimigos não levam em conta a segurança hídrica de 12,5 milhões de nordestinos, sujeitos à contingência da escassez d´água sequer para consumo humano.
Já viram que a frase tropeça. Segurança hídrica, pomposa. O termo contingência não cabe aí, está sobrando. E o "sequer" deveria ser substituído por "até mesmo". Ou ser usado na expressão "nem sequer". E ainda estou cheio de dúvidas se tem o apóstrofo em d´água. O melhor mesmo seria reescrever.

Outra falta


Não, faltou também uma vírgula antes da palavra "tradicional" no texto ao lado. Opção é deixar o texto sem vírgula, também estaria correto.

Abelha rainha

Bela capa do Vida & Arte (Povo), com agradável texto de Luciano Almeida Filho sobre Paula Toller, vocalista do Kid Abelha. Observações.

A primeira delas está no título, cheio de simbologia: O vôo da abelha rainha. A rainha faz um único vôo na vida, o vôo nupcial, quando os mais fortes zangões conseguem alcançá-la para copular (gozam e morrem). Mas não tem hífen, como erradamente está grafado no título.

Via Internet, Paula Toller conversou com jornalistas de todo o País, tendo como intermidiária a experiente jornalista Leilane Neubarth
Não vejo razão para a maiúscula em internet. Achei bonitinha a palavra intermidiária. Poderia ser um neologismo para quem faz intermediação por meio de novas mídias, sei lá. Mas não, deve ter sido só mesmo erro de digitação: intermediária.

quando se completará 25 anos do LP de estréia
Completarão.

Leia a matéria aqui:
O vôo da abelha-rainha

Se quiser saber mais sobre o vôo nupcial da abelha rainha, visite este site:
http://www.saudeanimal.com.br/abelha1.htm

Acaciano

A probabilidade é mínima, mas acontece. Coisa rara na coluna Política, de Fábio Campos (O POVO), uma obviedade na análise:

A suposta e sempre lembrada candidatura de Patrícia Saboya (PSB) para a Prefeitura de Fortaleza está deixando de ser uma improbabilidade.


Conhecedor profundo dos movimentos políticos, o colunista sabe que uma suposta candidatura que é sempre lembrada está longe de ser improvável. Faria sentido se dissesse que a candidatura, embora pouco lembrada, não é de toda improvável.

Na mesma p.23, o trecho destacado de uma matéria fala da crise no Conselho de Ética do Senado, sobre Calheiros. Só que a matéria é esta: Governo é cobrado pela circulação ilegal de vans

Diário equivocado




Esse título acima, assim como a matéria, do Diário tem forte cheiro de manipulação. Só podemos compreender isso porque o Povo também deu matéria sobre o assunto, de página inteira (p. 15), enquanto o Diário deu apenas um 1/4 de página e de forma equivocada. Eis o texto do Diário:
A ONU, através do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), condenou a situação de conflito armado no conjunto de favelas do Alemão, no Rio, por colocar crianças em risco e deixá-las sem aulas.

Não é verdade. Leia a continuação do texto, chave para entender a manipulação:
Em nota oficial, o organismo internacional repudiou os ataques contínuos a estudantes e a estabelecimentos de ensino em diferentes partes do mundo.

Para entender, temos que ler o trecho que só O Povo publicou:

O texto do alerta na página oficial do fundo não cita o caso brasileiro, mas o escritório regional do Unicef no Brasil, ao divulgá-lo, lembrou que a violência urbana está impedindo que meninos e meninas freqüentem escolas no Brasil e deu como exemplo o caso do complexo do Alemão, no Rio.

Isto é, a ONU não compara o Rio com a Faixa de Gaza, o título do Diário, não há adjetivo melhor, é mentiroso.
Parece uma ação orquestrada, que ecoa na mídia, para que a polícia não enfrente os traficantes. Está certo o governador do Rio em persistir no combate e apoiar as ações coercitivas.


Compare as duas matérias. Se possível, leia primeiro a do Diário:
ONU compara o Rio com a Faixa de Gaza

E não deixe de ler a do Povo:

Caixa fraca

O Povo deu manchete, matéria exclusiva, sobre a condenação dos que participaram do assalto ao Banco Central. Dedicou duas páginas (6 e 7). Os repórteres Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio grafaram corretamente a palavra caixa-forte, no feminino e com hífen. Seis citações, três em cada página.

Pois não é que o editor, ou assemelhado, também usou a palavra na ventilação da matéria da p.7 e fez tudo errado? Colocou no masculino e sem hífen:

entrou por um túnel no caixa forte e levou

Para ler as matérias, clique nos links abaixo.



Repeteco Vertical


Saiu na Vertical do Povo.


Erramos do erramos

Sete dias depois, O Povo reconhece um erro na capa, que nós apontamos aqui no dia 23 de junho no comentário Capa capenga.

Mas, ao reconhecer o erro, errou de novo. Disse que foi na edição de 30 de junho (hoje). E foi no dia 23 junho, sábado. Veja o que saiu hoje:

Primeira Página (30/6) A chamada "Trânsito só foi municipalizado em 5 cidades" está incorreta. Na verdade, o trânsito já foi municipalizado em 47 municípios, mas apenas cinco deles não têm pendências com o Detran.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Entiado do Povo




Erro ortográfico na capa do Povo:


Um homem foi indiciado acusado de estuprar duas entiadas



Manchete mentirosa

O Estado derrapou feio na manchete de hoje:

MP derruba licença da torre

A matéria informa que o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública (que o jornal grafou com iniciais maiúsculas) pedindo suspensão da obra de construção da Torre Empresarial Iguatemi. Aquela que a Prefeitura não teve coragem de desautorizar e teve a brilhante idéia de pedir ao povo que faça isso, via referendo.

Ora, no máximo, o MP quer derrubar a licença. Ele pode pedir qualquer coisa, cabe à Justiça atender ou não.

Porcentuais?



De novo, e com freqüência preocupante, a Economia do Povo bate cabeça com números e letras. Desta vez, a matéria é de agência, mas não exime o jornal, principalmente porque resolveu destacar exatamente o trecho errado (clique na imagem ao lado para ampliar).

Primeiro, as letras. Os dicionários que pesquisei (Aurélio, Houaiss e Cauldas Aulete) não registram o termo porcentual, mas percentual. Há as formas palarelas percento/porcento. Porcentual, não.

Quanto aos números, veja como é estranho:

caiu em maio, em relação a abril, de 26,4 pontos porcentuais para 26,2 pontos porcentuais

Acho que esse ponto, aí, está errado. Seria então: caiu de 26,4% para 26,2% - uma queda de 0,2 ponto percentual.

Leia a matéria aqui Taxa média de juros é a menor desde 2000

Viva São Pedro


Foto de Mauri Melo - O Povo.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Liberdade de expressão



Mirando a Mídia se associa ao povo da Venezuela contra a ação ditatorial de Chávez ao fechar um canal de TV que lhe fazia oposição. O protesto foi publicado no Povo:

Erramos

O Povo é o único jornal cearense a publicar um Erramos, para reconhecer suas falhas. O Diário, só recentemente, criou um "Autocrítica", mas depende da ação de terceiros. Pois bem, o Povo traz hoje quatro correções. Uma delas é do dia 19, quase 10 dias depois. Este blog apontou no mesmo dia (Pra brejo ). E não era tão difícil de encontrar, pois estava no título do primeiro artigo da p.4. Estava assim: Renan vai pra brejo.

Dez dias depois. Meio atrasadinho. Talvez para compensar, publicou um erro com data futura: 26 de julho. Vai precisar do "erramos do erramos". O erro reconhecido hoje como do dia 26 de julho é de junho e foi comentado aqui (Comeram o c ).

Ainda na p.4, o professor de Ciências Políticas Pedro Henrique Antero, sempre um texto bom, cometeu dois deslizes:
pôr em prática os instrumentos da democracia semi-direta não é o bastante
O correto é semidireta.

Isso é unanimidade entre todos
Se não fosse entre todos não seria unanimidade.

Leia o artigo aqui Onde está a Assembléia?

Imprecisão econômica


A economia do Povo não anda muito bem. Mais um exemplo de título e matéria estranhos hoje. Para contextualizar, a matéria trata da reação do mercado de fast food à chegada da Buger King. Ora, Big Mac é um dos itens do MacDonald's. Se tivesse havido uma modificação neste produto, vá lá. Mas não foi o caso. A mudança foi na inovação do MacCafé. Mesmo se quisermos aceitar o produto pela corporação (continente pelo conteúdo), fica estranho porque inclui outras redes. E não foi só isso.
A expressão ponto-de-venda é citada seis vezes. Apenas uma de forma correta, com hífen.

Os números não batem. Nem as letras:
A criação do Shrek Menu e a inserção do “tão, tão distante” reino animado do ogro queridinho dos filhos e pais, desde o último dia 11, significou um investimento - para a corporação - de R$ 11 milhões. Já o investimento por loja, em Fortaleza, vai de R$ 1,4 milhão a R$ 1,9 milhão, revela o franqueado local.

Erro de concordância. O verbo deveria estar no plural, pois o sujeito é composto.
Se o investimento da corporação foi de R$ 11 milhões, foi todo gasto em Fortaleza, e ainda faltou dinheiro. São 10 lojas na capital. Na estimativa mínima, totaliza R$ 14 milhões. Na máxima, R$ 19 milhões. Muito confuso isso.

Sexo sem nexo

Numa curta sobre o ranking do sexo, o Diário escreveu isto na p. 16:

Se o assunto é sexo, o amante francês ainda está entre os mais ativos do mundo: registra um número de relações sexuais de 120 por ano, superior à média mundial. Nesse mesmo ranking, o brasileiro se posiciona melhor, com 145 relações sexuais anuais, mas os gregos levam vantagem - são 164 por ano.

Como está na página internacional, imaginei que o texto seja de uma agência de notícia francesa. Só isso explicaria colocar no título e abrir o texto com o terceiro colocado neste ranking. Ou então o autor da matéria é apaixonado pelo povo francês.

Leia aqui: Amante francês ainda está bem situado

Complexo de inferioridade

O Diário ficou na dúvida sobre se a inicial deve ser maiúscula ou minúscula em Complexo do Alemão (p. 7). Se é o nome do lugar, maiúscula. Na dúvida, o jornal foi para um lado e para o outro, como jornalista em tiroteio de favela.

No título, inicial minúscula. Na legenda, maiúscula. No texto da matéria, de novo minúscula.
Para ler a matéria, clique aqui Operação mata 13 no complexo do Alemão.

Outra folia no mesmo tema está na coluna Comunicado:
Não é folia
A III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional encerra uma série de outras conferências em Estados e Municípios. O evento será realizado até 6 de julho. Quatro dias. O mesmo que o Carnaval.

Tenho a impressão de que todas as palavras negritadas ficariam melhor com minúsculas. Estado deve vir em maiúscula quando denotar nação politicamente organizada. Imagine município.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Que privilégio!

Descuido na escrita, mais relevante ainda por estar no editorial, do Diário:

Nessa proliferação da doença, a cidade de Fortaleza alcança posição privilegiada: entre 2001 e 2006, as ocorrências cresceram 522%

Para ter o privilégio de ler o editorial, clique aqui Controle do calazar.

Simbora Sibá

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), ainda não havia renunciado na p.21 do Povo: Aliados de Renan pressionam por renúncia de Sibá. Para não ser furado, O Povo deu a notíca na p.2, num texto minúsculo, e deu chamada na capa: Sibá renuncia à presidência do Conselho de Ética.

O Diário, sem chamar na capa, deu a notícia direitinho na p.7: Sibá deixa presidência do Conselho de Ética

Povo frustrante

Quem tentou seguir o conselho do site "leia o povo digital" se vestiu de frustração. Depois de clicar no ícone, vinha uma página branca de resposta, um longo período de ampulheta para, ao fim, saber: "servidor não encontrado".

Álcool: subiu ou desceu?

Matéria do caderno de Negócios do Diário deixou ainda mais estranho o texto de uma matéria publicada ontem no Povo, já comentada aqui por causa da estranheza do título(clique aqui para ler o comentário: É mesmo? ).

Sob o título Álcool mantém alta mesmo na entressafra, o repórter do Povo diz que acabamos de sair da entressafra:
O período de entressafra da cana-de-açúcar (dezembro a maio) deixou o álcool hidratado, utilizado como combustível veicular,

Já a matéria de hoje do Diário (GNV vai subir para R$ 1,47) diz que a safra começou faz três meses:
Já o álcool anidro, somente agora, depois de três meses do início da safra, começa a baixar os preços.

E agora? O álcool se mantém em alta ou já começou a cair? Quando é mesmo a safra e a entressafra da cana-de-açúcar?

Aproveitando a carona, uma explicação. As duas matérias falam, sem explicar, em álcool anidro e álcool hidratado. Qual é a diferença? A água. O anidro é isento de água, usado na mistura com a gasolina. O hidratado é aquele usado diretamente no tanque dos automóveis.

O Povo se apequenou

Os grandes jornais trouxeram manchete sobre o réveillon, exceto O Povo, no seu dia de pequenez:

Diário
MP quer indiciamento dos responsáveis pelo réveillon

Estado
Dinheiro gasto no Réveillon deve ser devolvido ao BB

Povo
A invasão do crack em Fortaleza

O Povo foi craque ao esconder lá embaixo de sua capa a matéria do réveillon? Não, foi horrível. Situação de que o ombudsman não vai ter como escapar. Não há dúvida de que a atitude dos dois ministérios públicos era tema para manchete.

Tão clara é a postura do Povo que não deixa dúvida no título da p.2:
Procurador afirma que Prefeitura não é acusada.

Curioso é que O Povo, tão prefeiturista, ainda leva furo do Diário, que ontem antecipou o reajuste do servidor do Município, divulgado só hoje no Povo.

Elogio

Agradecemos a referência elogiosa que o blog Liberdade Digital fez ao Mirando a Mídia. Clique na imagem abaixo para ampliá-la.





terça-feira, 26 de junho de 2007

É mesmo?

Não parece estranho este título? É mesmo estranho. O mesmo é descabido na frase. Ele não apenas está sobrando como deturpa o sentido. Sabe-se que a entressafra é uma causa de aumento de preço, escassez do produto. O mesmo colocado na frase tem um sentido de "apesar de", o que não faz sentido. Mesmo. A matéria pode ser lida no Povo aqui Álcool mantém alta mesmo na entressafra

Sobrou cavalo

Esta do Lúcio Brasileiro é daquelas de fácil especulação e difícil conclusão. Jamais se saberá se houve erro ortográfico, se desatenção ao trocar cavaleiro por cavalheiro ou uma proposital e fina ironia lançada aos freqüentadores do Rancho da Fantasia. Quem haveria de reclamar? Lúcio a cavaleiro...

CAVALGADA INFERNAL
Tinha mais cavalo que cavalheiro, mas natalício de José de Sá encheu varanda do Rancho da Fantasia para mesa das mais gulosas e plurais.

Para ler na íntegra, clique aqui na coluna.

Inverno irregular




Erro de concordância no título desta matéria, o verbo deveria estar no plural para concordar com o número 53.

E o texto ainda discorda do quadro (ao lado), que indica percentual de perda de 63% em Cariri e Canindé. A repórter fala em 65%.

Na matéria, a repórter fala tecnicamente das chuvas. O povo fala sempre de inverno, os repórteres, papagaiando técnicos, esquecem o linguajar de seus leitores e o seu próprio. Escreve para técnicos:

Com o início da quadra chuvosa, que foi de fevereiro a maio
Essa é a quadra dos técnicos. Quem não se lembra das chuvas de dezembro, de janeiro?

Apesar da imprensa, dos técnicos, o entrevistado fala a linguagem dele:
"O inverno foi completamente descontrolado. Quando houve as primeiras chuvas, a gente plantou, esperando que ia continuar."

Para ler a matéria, clique aqui 53% da safra degrãos foi perdida

Comeram o c


Esqueceram a letra C logo no título, logo na primeira palavra. E, na matéria, ainda deixaram sem hífen a palavra água-de-coco.

Editorial exagerado

O editorial do Povo começa com um evidente exagero:
Os meios jurídicos estão alvoroçados diante do início efetivo da informatização da mais alta corte de Justiça da Nação ("da Nação" é uma cacofonia: danação).

O próprio texto, mais na frente, reafirma que é um exagero:
É claro que o serviço eletrônico, criado pelo STF, está apenas em estágio inicial e só servirá, por enquanto, para recursos extraordinários

Para ler o editorial, clique aqui Justiça ágil.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Número forçado

Trouxe o Diário no destaque do cabeçalho da p. 9:

140 ANOS DA Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel abrem festejos hoje

Para começar com o número, o autor forçou um pouco a espontaneidade da frase. Quem sabe poderia ser assim: 140 anos da Biblioteca são festejados a partir de hoje.

Calmaria


Pescadores reclamam que estão sem condições de pescar de acordo com as novas regras que proíbem a pesca da lagosta com arrastão.
Parece que o mar não está mesmo para peixe. A foto da capa do Diário é a mesma da capa do caderno Regional. Ou essa foto é muito boa ou o fotógrafo, que esteve em Icapuí, não deu boas opções.
A matéria, que ainda grafa alto-mar sem hífen, está aqui: Pescadores preferem caçoeira

Outro nome

Errinho chato logo no início da coluna que se chama Política (O Povo):

A dura nota oficial da Câmara de Vereadores de Fortaleza,
A nota é assinada pela Câmara Municipal de Fortaleza.

Haja município

A repetição se deu no abre da matéria da p. 10 do Povo:

O "São João da dança, Música e Cordel" será de 27 a 30 próximo, no município de Ocara, município a 87 quilômetros de Fortaleza

Você lê a matéria aqui: Quadrilha, música e cordel no São João de Ocara

Iguais editoriais

Coincidências curiosas de vez em quando aparecem nos jornais em forma de matérias sobre o mesmo assunto, prova de que a releaseamania é um joguinho agradável nas redações e domina a pauta das publicações. A coincidência de hoje não se trata disso, não se trata de matéria. Os editoriais, por motivos diversos explanados na introdução, falam de armas, de combater o contrabando, de aumentar o controle.

No do Povo, dois errinhos:
Vê-se muitas notícias de prisões de traficantes de drogas,
Vêem-se.
transporte alternativa

Confira:

O Povo
Mercadores da morte

Diário
Violência descontrolada

Cadê a diversidade?



Fotos ruins na cobertura da parada gay, evento sempre rico em imagens. Com posições trocadas, o que O Povo deu na capa o Diário deu na interna e vice e versa, os dois jornais destacaram um mesmo personagem e a bandeira do movimento. Faltou ousadia. A luz noturna não ajudou a fotografia (pode ter sido também o tratamento da foto, a impressão). Sem diversidade.

domingo, 24 de junho de 2007

Viva São João


Foto de Edimar Soares, na p. 14 do Povo:


Cearense no espelho





O mito da rejeição para explicar o caráter do cearense que, segundo Gilmar de Carvalho, não tem nada de hospitaleiro. O Vida & Arte do Povo dedicou suas páginas para refletir sobre essa tese. O dono da sesmaria do Ceará não aceitou o legado. Não só a terra foi rejeitada, mas seu povo. Esse seria o mito fundante, para Gilmar, não o fruto do amor híbrido do europeu com a nativa, Moacir, filho da dor de Iracema. O melhor é a entrevista com Gilmar, mas vale a pena a leitura completa, mesmo do texto meio confuso do Ednardo.

Leia aqui: Uma prosa chamada Ceará

Surpresa domingueira



Manchete diferente, para um domingo, no Povo. Costuma ser de matéria fria. Hoje, uma denúncia envolvendo a prefeitura de Croatá. O Diário ficou com a geladeira (Esmaltec):
Projetos para o Centro da Capital não saem do papel.

sábado, 23 de junho de 2007

Deu o pira

O Blogger sumiu com os posts. Deve publicar depois, estou só explicando sobre o atraso. Vou consultar os controladores.

É prosa

O antetítulo da matéria Deputados reagem contra posição da CM, na p.3 do Diário, trocou versus por versos. Aliás, esse título informaria melhor se fosse tipo "Deputados reagem
à nota da Câmara".

No texto, pequeno deslize:
em nota oficial divulgado ontem

Capa capenga


Diferentemente do que está dito nesta chamada do Povo, 47 cidades estão com trânsito municipalizado, conforme informação da p.11, na matéria Cinco cidades sem pendências:
das 47 cidades cearenses que municipalizaram o trânsito, apenas cinco gerem o trânsito devidamente, de acordo com
O texto truncado é do próprio jornal. E na lista das cidades, escreveu Ibiapiano. Suponho Ibiapina.
O Diário também escreveu sobre o tema, com título mais informativo:

Cândida no céu


A repórter Raquel Chaves voou alto e fez um belo texto sobre o sonho de Cândida. Pela primeira vez, viu Fortaleza de cima. Não deixe de ler, no Povo:


Sem sair do chão, o Diário fez matéria sobre o mesmo tema. Os títulos já dão a idéia da diferença de tratamento de cada um. O Diário informa. O Povo vai além, também emociona.



Leão no quarto


A capa do Povo disse que o Fortaleza ficou em quarto lugar:

O Leão perdeu para o Criciúma por 2 a 0 e está em quarto na Série B, mas pode ser ultrapassado após a rodada de hoje.
Nem precisou esperar tanto, já caiu para quinto na tabela publicada na p.17: Nova derrota fora de casa. Informação confirmada no Diário: Fortaleza volta a perder fora.

Crise de autoridade


Lula também sofre com atraso do caos aéreo. Desde 6 de dezembro, e repetiu por sete vezes, cobra solução de seus subordinados para pôr fim à crise iniciada a partir do acidente do avião da Gol com o jato Legacy. Crise de autoridade.

A dica é do blog do Wanfil, estudante de jornalismo.

Notícia da Agência Estado (sexta-feira): Pela 8ª vez, Lula pede o fim da crise nos aeroportos do País.Vejam as outras sete:
6 de dezembro de 2006 - Lula pede ação de auxiliares para conter crise
21 de dezembro de 2006 - Lula culpa companhias aéreas por atrasos
23 de dezembro de 2006 - Presidente promete pôr fim à crise em um dia 2
7 de março de 2007 - Lula pede hora e data para fim da crise
31 de março de 2007 - Lula fala em solução para o problema em 3 dias
2 de abril de 2007 - Lula chama controladores de irresponsáveis e pede solução definitiva
4 de abril de 2007 - Presidente diz que caos não se repetirá
Para ler mais, visite o blog do Wanfil.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Urbanidade


Pronto. Sobre o post abaixo, reafirmo que só pode ter sido barbeiragem minha não encontrar o link. Mas só agora (estive muito tempo fora) pude ver a matéria sobre as críticas de Joaquim Cartaxo, contra um aliado do governo, o PSDB. Eis o link:

A campanha está no ar.

Cidade sem urbanidade

Acho que o Diário cometeu um erro de avaliação na hierarquia das duas matérias na p.3 (Política). Não era tão difícil a escolha. Esta foi a escolhida como principal: Briga na Câmara Municipal, falando da repercussão na Assembléia de algo que ocorrera anteontem na Câmara.

A outra matéria, agora pasmem de vez, quando fui buscar o link para oferecer aqui, não a encontrei no portal do Diário. Deve ter sido barbeiragem minha, ela jamais seria retirada...

O título da matéria é Presidente do PT reclama das investidas dos tucanos.
É o que há de diferente nas páginas políticas cearenses de hoje e exclusiva do Diário. Prova de que o material era bom foi a reação na Assembléia. Quem teve tempo de assistir pela TV, os tucanos voaram sobre o presidente do PT. Depois petistas retrucaram.
Então, como justificar esconder a matéria, deixar em segundo plano na página e sem chamada na capa, e ainda dífícil de ser encontrada no site?

Mas o que diz a matéria?

Sem urbanidade, o arquiteto Joaquim Cartaxo, secretário de Cidades do governo Cid e presidente estadual do PT, dirigiu-se aos tucanos. Frase sua iniciou a matéria:
"O PSDB está cumprindo o seu papel de aprendiz de oposição e fica tentando desestabilizar as relações políticas entre o PT e o PSB, e os outros partidos. Isso é coisa de quem está com crise de identidade, aprendendo a duras penas ser oposição".

Crise de identidade
Claro que deveria ser a principal, é a de maior impacto, a mais recente, exclusiva. E o próprio Cartaxo entregou a chave ao falar em crise de identidade dos tucanos. Coisa que estava acontecendo com ele, o que fatalmente ocorreria num momento de tensão. Foi o primeiro. Era o presidente do PT ou o secretário de Estado? As funções, a ocasião acabou de provar, são incompatíveis e geradoras de conflitos.

Cartaxo insiste que PSDB não faz parte do governo estadual, os dois tucanos secretários teriam sido escolhas pessoais do governador. Essa certeza nem Cartaxo tem. Portanto, por todos os motivos já ditos e pelos ingredientes de conflito com potenciais desdobramentos, era a matéria principal.

Vou olhar de novo se encontro no portal. Tem jeito não, tentei até o mecanismo de busca..... Nada. Se encontrar, coloco um post avisando. Se alguém encontrar, seja bem-vindo.

Vendaval


À Rinaldo, o leitor deve se livrar do texto que vem logo abaixo da manchete do Diário:
Parques representarão acréscimo de 220 megawatts à matriz energética do Estado; três primeiras unidades já estão em obras

Vamos esquartejar:
Parques representarão
Parques? (Que parque é esse que eu nunca vi?) Linguagem técnica que o leitor só vai decifrar mais adiante, em outro texto: parque eólico.

acréscimo de 220 megawatts à matriz energética do Estado;

Serão acrescentados 220 megawatts à rede elétrica. Matriz energética é o conjunto de fontes geradoras de energia, sendo a elétrica uma delas. Então, não há acréscimo à matriz energética, pois nenhuma outra energia foi acrescentada. Houve, sim, acréscimo de produção de energia elétrica. Pode até se dizer que houve aumento no percentual de energia eólica na composição da matriz de energia elétrica. Para se ter idéia, a lenha faz parte da matriz energética, muito consumida no Ceará.

três primeiras unidades já estão em obras
Dá a impressão de que se trata dos primeiros parques eólicos no Ceará.
Impressão reforçada pelo abre da matéria na capa do caderno Negócios:
Começam a sair do papel os projetos para a instalação de parques eólicos no Ceará.

Acertou ao grafar megawatts, diferentemente do que foi feito na capa do caderno Negócios: MegaWatts, Mega Watts

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A costura de sonhos

Simples e agradável a matéria de Ludmila Wanbergna, na p.10 do Diário. Desde o título, o texto e a foto de Kid Júnior.

Leia aqui:

Leque de crimes

O texto da manchete do Diário traz uma imprecisão:

Cinco assassinatos, todos com as mesmas características, formam o leque de crimes apurados.
Não há leque de crimes, visto que há apenas um: assassinato. Poderia se falar em leque de assassinatos (cinco).

Sem hífen na Vertical

Faltam dois hífens no título de hoje da coluna Vertical S/A (O Povo):

Água de coco em pó
O correto é água-de-coco.

Ululante

Obviedade no título da p.22 do Povo:

Bompreço deve abrir 15 novas lojas
Obviamente, não iria abrir lojas antigas.

Com certeza, não é exclusividade. O Diário traz, na p.6, dois maus exemplos:
Após reajuste, governo cria 626 novos cargos
Câmara dos Deputados cria duas novas CPIs

Fácil missão

Na p.13 do Povo, uma repetição perfeitamente evitável. A coluna do Tostão está do lado da matéria principal. Os dois títulos têm a mesma expressão "missão quase impossível". Leia matéria e coluna clicando nos links abaixo:

Grêmio com missão quase impossível

Missão quase impossível

Trabalhar o trabalho

Está no abre da matéria Mulher é presa por aliciar trabalhadores rurais (O Povo, p.10):

Eles iriam para São Paulo trabalhar até doze horas de trabalho por dia em uma plantação de cana-de-açúcar

Bondinho suspenso

Chamada de capa do Estado:

MPF quer suspender bondinho
Ué, mas o bondinho de Ubajara já não vive suspenso?

Chuva de cadeiras


Desta vez, O Povo também cobriu o protesto e confronto entre professores e guarda municipal na Câmara. A foto é de Mauri Melo.
A matéria você lê aqui:

Imagem de Cid











Decisiva para a compreensão da matéria o flagrante captado por Cid Barbosa, atrás da guarda que enfrenta professores municipais no prédio da Câmara.
(Cid Barbosa - Diário).

E ainda conecta com a capa policial. É muita força.
Faz parte da matéria

terça-feira, 19 de junho de 2007

Pan-americanos, se liga

A tocha dos jogos pan-americanos acabou de passar por Fortaleza. Mais um motivo para não ter esquecido de colocar o hífen no bairro Pan-Americano, na abertura da matéria

Apreendidas 2,1toneladas de fios (O Povo, p.9, clique aí para ler)

O Diário, sobre o mesmo assunto, grafou corretamente na p. 13. Está lá:
Duas toneladas da fiação estavam dentro de uma sucata, localizada no Pan-Americano.


Cllique aí: Sucateiros estimulam a ação dos ladrões

Pra brejo

Começou com erro no título o artigo de Regina Ribeiro (O Povo, p.4):
Renan vai pra brejo

Houve outros:

que hoje deverá ter seu desfecho na Comissão de Ética do Senado.
Desde sexta-feira, o desfecho havia sido adiado para quarta-feira.

Nunca vi uma conivência com a mentira de forma tão velada, uma cumplicidade masculina elevada ao mais alto grau da desfaçatez,
Certamente, quis dizer o contrário. Ouso achar que a palavra, pela semelhança e sentido, seria deslavada.

Se alguém quiser entrar em contato com a jornalista não vai conseguir com o e-mail divulgado: (@opovo.com.br)

Érica campeã



Parabéns, Érica Siqueira Furtado, que cursa o último semestre de Direito na UFC, pela melhor nota do País no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

Informação do Povo. Matéria pode ser lida aqui:

Aluna da UFC é a melhor do Brasil

Coisas de 1977

Muito agradável o texto de Batista de Lima, na p.3 do Caderno 3 do Diário. Recomendo a leitura. Antes, algumas observações:

Há trinta anos
Fazia escuro mas a gente cantava. Ainda se dançava de rosto colado e pouco se falava de glicose, cálculo renal, ácido úrico e dengue hemorrágica. Já se consumia tanto álcool que até os carros se embebedavam e a gente ainda amava os Beatles e os Rolling Stones, e jogava no bicho, porque se desse carneiro
O poeta que escreveu a letra para Ednardo compor a música jogava mesmo era na Loteria Federal.

íamos para o Rio de Janeiro e voltávamos nas capas das revistas coloridas,
Perdão, professor, mas não seria iríamos, já que está na condicional?

e a gente invejava Vinícius, queria a tosse do Bandeira, a secura de João Cabral, o pigarro do Graciliano
A tosse do Bandeira, o pigarro do Graciliano, vocês queriam isso mesmo?

Quintana espiava por traz da vidraça a nossa pequenez poética e a Academia lhe dava as costas
Aqui, trocou-se o s pelo z.

Há trinta anos Tenerife, nas Canárias, entrou no mapa mundi.
Essa palavrinha tem hífen e acento: mapa-múndi.

O texto está uma delícia. É o primeiro artigo dele que leio de cabo a rabo.
Para ler, clique aqui.

Ré laxante

Este é um título que pode virar piada. Está na p.15 do Diário (clique no link para ler a matéria):

Ocidente desbloqueia fundos palestinos

Paraibanos

Lustosa da Costa (Diário) disse errada a pátria de Suassuna e rejeitou a sua na seguinte nota:

Oitentão
Não é só Pernambuco, pátria de Ariano Suassuna, que pode se orgulhar de suas glórias literárias. Nós temos razões de sobra para vanglória por sermos berço do poeta Francisco Carvalho que também chegou aos oitenta anos.

Nós, quem, cara pálida? Ariano e Lustosa, pelo que sei, são conterrâneos. Da Paraíba.

Nota cifrada

A Comunicado (Diário) publicou uma nota cujo entendimento não alcancei. Deve ter sido dirigida para um número pequeno de leitores. Se alguém souber o significado, gentileza deixar um comentário ou e-mail para andrek7a@gmail.com:

Sem castigo
Pensando bem, nem toda nudez será castigada, assim como alguns atos de vandalismo, falta de educação e incivilidade hão de passar impunes. Isso, porém, não é coisa de teatro, mas de cinema. Sem efeitos especiais. De vera. Aliás, de veras.

Dizer nada

O primeiro tópico da coluna de Edilmar Norões (Diário) parece ser um exemplo publicado num manual de como dizer nada com muitas palavras:

Estratégia de Governo
Há uma natural expectativa de todos os setores da sociedade quanto à posição a ser tomada pelo Governo do Estado tendo em vista o que vem sendo anunciado não apenas por assessores do governador Cid Gomes, mas, também, por segmentos de sua bancada na Assembléia Legislativa.
Em relação a quê?

E essa expectativa mais se justifica na medida em que neste primeiro semestre o governo praticamente limitou-se a economizar ao mesmo tempo que nutrindo os cofres estaduais com mais recursos. Aliás, com os quais promoverá as ações reclamadas por diversas áreas administrativas. Com isso, espera alavancar os projetos visando ao desenvolvimento do Ceará.
???

Zero à esquerda



Na capa do Diário, um zero à esquerda completamente desnecessário:

03 MIL veículos é a capacidade do depósito do Detran, na Maraponga.

Pedófilos miram polícia

Cuidado, polícia. Você está na mira de 700 pedófilos. Foi isso mesmo que uma das chamadas de capa do Estado deu hoje:

Polícia na
mira de 700
pedófilos

Certamente quis dizer o contrário, que os pedófilos estão na mira da polícia.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Saudades de Jeri




Sertanejo em Brasília

Matéria do Regional (Diário, p.2) começa assim:

Ibaretama. O suplente de vereador, Francisco Euzete Lima Pereira, está disposto a forçar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na agilização do julgamento de um processo e decidir se irá concretizar o maior sonho de sua vida, se tornar membro da Câmara Municipal desta cidade, localizada no Sertão Central. Para isso, ele viaja, amanhã, para Brasília, de ônibus. Pretende acampar em frente ao prédio do TSE e iniciar uma greve de fome.

Matéria interessante, o título é que engana um pouco.
Sertanejo fará greve de fome em Brasília

O termo "sertanejo", creio, está deslocado. Não é que não seja verdadeiro, mas ser do sertão, neste caso, não é preponderante para a matéria. Duas opções:

Suplente de vereador
Vai fazer greve de fome

Suplente faz greve de
fome para ser vereador

Falta de voto
Na mesma matéria, na peça com o título "Perseverança", é dito:

27 votos impediram que Euzete ganhasse uma vaga como vereador
A falta de voto foi que impediu que se elegesse.

Balzac definitivo


"Se a imprensa não existisse, não seria preciso inventá-la"

Honoré Balzac, numa de suas boas sacadas.
A frase inspirou o bom texto de Gervásio de Paula, no Diário. Para ler, clique aqui:

Lustosa repetitivo

Na coluna de hoje, Lustosa da Costa (Diário) escreve um dos tópicos sobre "Rifões são datados". Mais que isso, são repetidos. O mesmo tópico foi publicado no sábado. Para conferir, clique aqui.

Política Regional
Na mesma página 4, a matéria Mensagem chega à Assembléia este mês pede para comentar no e-mail regional@diariodonordeste.com.br

Phofinho


Na p.24 do Povo, a matéria "Ligações mais baratas via IP" (não achei o link) traz o seguinte texto:

SKYPE PHOFE
Era para escrever SKYPE PHONE. Deve ser porque o aparelho é fofinho.

Por cabeça

O Povo trocou as bolas nas Páginas azuis, em entrevista com Ícaro de Sousa. O erro ampliou-se porque saiu em destaque:

"Quando colocamos a produção per capta dos doutores da UFC, "
Per capita seria o termo correto.

Leia a entrevista aqui "A UFC está vivíssima"

Beira-mar

O Povo começa a grafar beira-mar com hífen, coisa que acertadamente o Diário já vinha fazendo. Pelo menos, em três ocasiões na edição de hoje:

1) Ligações ilegais serão mapeadas (p.8)
"poluição da beira-mar", "Riacho Maceió, na avenida Beira-Mar", "num interceptor na avenida Beira-Mar",

2) Forró pé-de-serra e arraiá à beira-mar (p. 11)

3) Comunicação e economia em debate (p.20)
PROGRAMAÇÃO: ...no hotel Ponta Mar (Avenida Beira-Mar).
No mesmo quadro, foi grafado "Ancerramento" (encerramento).

Em contrapartida, lascou um hífen em "meio-ambiente", no abre da matéria Operação de fiscalização flagra crimes ambientais (p.9):
Órgãos de fiscalização do meio-ambiente realizaram,

Óbvio em destaque

O Povo colocou em destaque uma obviedade na ventilação da matéria Tranqüilidade antes da alta estação:

Enquanto a alta estação (período em que há maior fluxo de turista na cidade) não chega, o movimento maior nas barracas da Praia do Futuro é do pessoal da terra

Bola-de-neve

Depois do Diário, com a boa série de reportagem sobre o Centro, O Povo vem agora com uma sobre o seqüestro de praças.

Ponto para Raquel Chaves que escreveu capital cearense com minúsculas. O pessoal do Diário, sem razão, costuma grafar Capital cearense.

Retira-se um ponto por grafar, logo em seguida, bola-de-neve sem o hífen.

Leia a matéria Cadê a praça que estava aqui?

Serra presidente

Tenho a impressão que O Povo se equivocou na foto e legenda que ilustram a matéria "Estudantes programam mais invasões de reitorias" (p.2). O texto diz:

Reitorias de todo o País devem ser invadidas na primeira quinzena de agosto. A decisão, embalada pela repercussão da ocupação da Universidade de São Paulo, foi tomada por líderes estudantis durante assembléia realizada no fim de semana. O protesto é contra o sucateamento do ensino superior público.

O começo está muito claro "reitorias de todo o País". Aí, para ventilar, foi colocada uma foto do governador José Serra (SP), com a seguinte legenda:

Decretos de José Serra são apontados como a origem da crise.
E os decretos de Serra agora tem validade em todo o território brasileiro. Acha-se que Serra exerce um cargo de âmbito nacional ou é só para queimação?

Cadê a PÁGINA 2?


Alguém pode ajudar? Não encontro os links de matérias e chamadas da p.2 do Povo, que veio com errinhos e curiosidade. A começar pela FRASE:


"Chamar isso de um processo de privatização é um surto à inteligência do brasileiro"


A frase é de José Gomes Temporão, ministro da Saúde, sobre críticas que vem recebendo, mas poderia muito bem ser aplicada ao título que o Povo deu: Ceará privatiza escolinhas.

Eu já havia comentado aqui Privatização?


Ortografia
Megassena se escreve assim, mas O Povo seguiu a Caixa: MEGASENA


Pontuação
A festa de 97 anos do Theatro José de Alencar, foi em cima de um picadeiro.
Essa vírgula é indevida.

Concordância
ASSALTO - Quatro pessoas foram presas, após assaltar uma topic no Serviluz. Foram levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente. De lá, eles foram para o IML,
"Pessoas" concorda com "elas".
Juridiquês
Este foi um vacilo da Vertical, no tópico "A torre e o Cocó":
Ele se baseou em perícias e em decisão transitada e julgada
O termo é estranho, mas é assim: transitada em julgado (não cabe mais recurso).

Manchetes de segunda

Estão cada vez piores as manchetes da segunda-feira dos jornais cearenses. Todos eles, mas O Povo ganhou o troféu geladeira:

O Povo
Saiba quais serviços você não precisa pagar

Diário
Polícia de olho nos crimes pela internet no Ceará

O Estado
Hotéis prevêem baixa para a alta estação

domingo, 17 de junho de 2007

Idade zero


Este é um exemplo de como o jornalismo apreende a linguagem técnica e simplesmente a reproduz. Está na p.13, do Diário, no abre da matéria Campanha estima ter vacinado 95% das crianças em Fortaleza:


Dia D de vacinação contra a poliomielite, ontem, mobilizou pais de crianças com idades entre zero e cinco anos


Será se alguma criança de zero ano se vacinou? Você já ouviu alguém responder que uma criança tem zero ano de idade? Tão mais fácil seria dizer "crianças com idade de até cinco anos".

Quando nada é nada mesmo

Hoje a coluna do Edilmar Norões (Diário) trouxe apenas duas vezes sua expressão preferida "quando nada". É só vício, veja:

a expectativa é que Ariosto tenha o apoio de seus colegas, quando nada, do Ceará.
Que feio!

Fora Cláudio Cabral

Não encontrei Cláudio Cabral no cardápio de colunas do portal do Diário. Nem mesmo no caderno Gente, que traz até o Estrelas Esquecidas. Cabral está fora do site (ou será que não vi?).

Por isso, não coloco o link, mas está lá na p. 6 do Gente:
JOVIALIDADE
O segredo da juventude

É um errinho mais comum do que deveria ser: confundir jovial (alegre) com juvenil (jovem). Talvez a confusão se deva porque jovialidade se origina de Jove ou Júpiter.

Meus blogs

A partir de hoje, indico blogs favoritos.

Reinaldo Azevedo
Contraponto inteligente ao mar de mesmismo da imprensa. Leitura obrigatória.

Política O Povo
Boa equipe e bem articulada.

Josias
Boas análises e informações exclusivas

Antena paranóica
O mais interessante e diversificado blog de jornalistas cearenses, do Nonato Albuquerque.

Eliomar de Lima
A notícia, primeiro quem dá é ele.

Sobretudo
Blog do Roberto Maciel. Três feras do jornalismo cearense + Luiz Carlos Carvalho + Marcus Sá.

Blog do Lúcio
A crítica sutil e elegante de quem até ontem era governador.

Noblat
Boa equipe, boa estrutura de informação.

sábado, 16 de junho de 2007

Mais respeito pela mentira


Jabor, no Jornal da Globo de ontem.

Antigamente as tramóias eram mais respeitosas com a opinião pública.
Estamos assistindo a uma aula tragicômica sobre o desequilíbrio político do Brasil: as provas feitas com recibos podres, compradores laranjas, velhos analfabetos, firmas que não existem, bois imaginários, açougues fantasmas...

É fascinante o deslavamento de tudo que é dito, o esfarrapamento das desculpas; a Comissão de Ética é comandada pelo telefonema da esposa do Cafeteira. É a ânsia desesperada de senadores para enterrar o tema principal de nossa atraso: a cumplicidade tradicional entre empreiteiras e políticos.

Toda esta comédia mambembe é para nos desviar da questão principal, pois não se trata mais de saber se o Renan tinha ou não dinheiro para a pensão. É claro que sempre teve. A questão é a pergunta no ar: por que o Claudio Gontijo, lobista de uma empresa, é quem pagava dona Mônica em dinheiro vivo todo mês? Só isso. Por quô? Será que ele era boy do Renan?

Muito mais grave que um eventual crime do senador é o perigo de desmoralização do Senado. O que assusta nessa chanchada é que antigamente as patranhas, as tramóias eram mais respeitosas com a opinião pública.

Hoje não há mais respeito – não digo pela verdade; mas não há mais respeito nem pela mentira.

Omissões

Faltou alguma coisa, em quatro ocasiões, do segundo caderno do Povo.

1) Sanduíche farto é segredo para atrai público (p.23)
2) Aids dim nui em países da África (só na versão impressa, p.31)
3) Centenas de crianças em trabal ho forçado (p.32)
4) Pentágono cogitou usar "bomba gay" (aqui, é no texto do abre):
O Pentágono chegou a tentar planejar uma "bomba gay" para transformar soldados inimigos em homossexuais. A idéia não é vista tão estranha por especialistas em homossexualidade

Certamente, o texto quis dizer que os especialistas não acham a idéia tão estranha.

Para ler as matérias no original, basta clicar nos links acima numerados.

Dívida em dúvida

Sem o acento, o substantivo "dívida" virou verbo no título da contracapa do Povo (p.18) :

Divida com a torcida

Capa do Povo

Pelo menos três estranhezas na capa do Povo de hoje.
Primeiro, na legenda da foto principal:
As barracas da Praia do Futuro já estão se preparando para a alta estação. A expectativa dos proprietários é de um movimento entre 30% e 100% maior que o restante do ano

Entre 30% e 100% é uma variação muito grande, precisão 0%.

Depois no texto da manchete:
Cinco policiais rodoviários federais foram presos ontem no Ceará por crimes de corrupção passiva, extorsão e formação de quadrilha. Segundo a Polícia Federal, que cumpriu os mandados de prisão, busca e apreensão, os policiais facilitavam a fiscalização na BR-116.
Tenho a impressão de que a fiscalização era dificuldata pela ação dos policiais corruptos, que facilitavam a vida dos corruptores.

Por fim, uma chamada que não é bem verdadeira, no tópico INTERNET:
Através da tecnologia virtual paper, você pode enviar por e-mail a reprodução das páginas do O POVO para qualquer lugar do mundo.
Não é verdade que você possa enviar por e-mail reprodução das páginas. No máximo, você envia um link, que o destinatário deve clicar para acessar o portal do Povo. Envio mesmo de página, não existe.


sexta-feira, 15 de junho de 2007

Pegues

Escorregão feio do Estado, na capa:

Dois homens são pegues com arsenal
O particípio do verbo pegar é pegado. Admite-se a forma irregular pego(ê), mas "pegue" é de lascar. Certamente foi traído ao fazer paralelo com o verbo entregar, que aceita as formas entregue e entregado.

Haja quando nada

O campeão de natação voltou a atacar. Em apenas um pequeno tópico, a coluna Edilmar Norões, atira sobre nós, duas vezes, seu indefectível "quando nada":

Expectativa
Em meio, portanto, a essas manifestações sobre reforma política vale, quando nada, saber que, depois de engavetada por mais de 12 anos no Congresso Nacional, a polêmica, mas importante matéria, está sendo objeto de discussão. E, pela decisão do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, apoiado por outras lideranças, renovaram-se as esperanças de que, desta vez, o projeto, quando nada, seja discutido e votado.

E, no tópico "questionando", regência errada de implicar:
Se o fortalecimento do processo partidário implica no fortalecimento da democracia
O certo é "implica o fortalecimento"

Tem mais, no tópico "apoio do governo:
serão acrescidos com a realização de concurso público, que vai permitir a contratação de novos mil policiais.
Contrataria velhos policiais?

E ainda "em 3 tempos":
Encerra hoje, no Hotel Oásis Atlântico, o encontro...
Encerra-se, não?

Diferencial Camboriú


Pequeno senão do sempre bom caderno Turismo do Diário:

Do alto do Morro da Cruz, o Cristo Luz saúda turistas e moradores. O monumento é um diferencial para quem chega e logo se encanta com tanta beleza.

Diferencial? E só para quem chega?


Uma cidade litorânea, contornada pelo mar

É mesmo?


Leia a matéria aqui Balneário Camboriú

Muita besteira

Na capa do Diário, o sanfoneiro Dominguinhos vira acordeonista. E diz que ele vai fazer um show com o autêntico forró poético. Forró poético? Autêntico? Quem me explica?

Besteira muita
Saiu na Comunicado, tópico "cartando alto":
Curioso é que a Prefeitura de Fortaleza ainda não deu o pontapé inicial - ´pontapé inicial´ é besteira muita, com os devidos royalties para o colunista Neno Cavalcante.

Se concorda que é "besteira muita", por que não evita o termo?

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Relaxe e goze - 4 minutos

O Povo deu dois "2 min" para a gozação de Marta Suplicy:
Marta se desculpa por "frase infeliz"
O outro foi na p.20, sob o título FRASE (não encontrei na versão eletrônica).

Privatização?

O Ceará (futebol) está prestes a arrendar as divisões de base, informou O Povo. Mas a isso chamou no título de privatização. Acho que o termo é impróprio, pois se aplica a algo do Estado que passa para o controle de entidades do setor privado. Parece que não foi o caso.

Leia a matéria aqui Ceará privatiza escolinhas

Não foi pistolagem

No mesmo dia em que o Diário se apressou em dizer que um crime cometido em Jaguaribe foi pistolagem, a polícia desvenda o caráter do assassinato do companheiro de Ana Bruna: vingança. Cai a tese da pistolagem. Ele havia matado um cigano em Caucaia, e a família se vingou. Não foi queima de arquivo. O jornal precisa deletar dos arquivos do computador para não errar nas estatísticas. Eu comentei ontem aqui: Pressa na pistolagem

A matéria de hoje você lê aqui: Elucidado assassinato do ex-PM

No texto final, erro de contas:
Ademir era companheiro da adolescente Ana Bruna de Queiroz, que acabou sendo morta seis dias depois que ele foi eliminado.

O ex-militar foi fuzilado no dia 8 de abril, Ana Bruna no dia 13. Logo, cinco dias.

Algoz rima com arroz

Matéria do Povo, traz o seguinte texto:
Foi ultrapassada pela França, sua algoz nas Copas de 1986, 1998 e 2006.

Algoz é masculino, seu algoz. Aproveitando, algoz rima com arroz. Mesmo no plural, o timbre do o é fechado.
Leia a matéria aqui Brasi cai no ranking da Fifa

Olhar central



O Centro no olhar de Gustavo Pellizzon casa bem com o texto de Lêda Gonçalves. Leia a matéria:

Falta de projetos para habitação motiva críticas de moradores

Na versão impressa, pb, o estouro da luz no prédio foi suavizado.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Conivência inconveniente

O Povo trocou as bolas na p.10 (Justiça proíbe extraçãode madeira na Chapada):
A denúncia, do Ministério Público Federal, também revela que servidores do Ibama estariam sendo convenientes com a ação
Deve ter querido dizer coniventes.

Situação de rua


Mais um exemplo da novilíngua jornalística está na boa matéria de Lêda Gonçalves no Diário.


Cerca de 500 crianças e adolescentes em situação de rua moram no Centro.


O email de Henrique Carneiro, na opinião do especialista, deve estar errado (atenção, Autocrítica): henriquecarneiro@unifor.com.br


As universidades não costumam usar a extensão "com". O email correto deve ser henriquecarneiro@unifor.br


Recomendo a leitura da matéria, clique aqui: Pequeno exército de excluídos busca espaço

Pressa na pistolagem

Tenho a impressão de que o Diário se apressou ao tirar conclusões na matéria:
Pistoleiros executam pai e filho em Jaguaribe

O texto começa assim:
Subiu para 20 o número de crimes de pistolagem, este ano, no Ceará. No começo da tarde de ontem, dois homens - pai e filho -foram executados por pistoleiros na zona rural do Município de Jaguaribe

É possível que se prove que foi pistolagem, mas o jornal não tem elemento para firmar suas declarações. Sabe-se que foi uma emboscada e que já teria havido uma rixa com outros posseiros, as vítimas já teriam até sido espancadas. O testemunho de vizinhos é que ouviram os tiros e o barulho da moto se distanciando. Só depois foram ao local do crime. É cedo para dizer que foi pistolagem.

Professores


Só o Diário trouxe, e com o merecido destaque de duas páginas, matéria sobre a greve dos professores da Prefeitura da Fortaleza. Segundo a Prefeitura, na matéria do Diário, se a greve demorar mais uma semana, o semestre letivo será comprometido. Mais uma razão para que O Povo não se omitisse. Está boa a matéria do Diário, vale a pena ler. Clique no link:


Câmara vira praça de guerra

Ano letivo está comprometido


O Povo também falou de greve dos professores, de Maracanaú:

Professores mantêm greve julgada ilegal


Cumpriu seu papel


O Diário dedicou uma página, com uma bonita arte, para se defender e acusar seu acusador. De quebra, reclama que seus jornalistas estão sendo coagidos. Trouxe a opinião do presidente da OAB e da presidente do Sindicato dos Jornalistas.

Débora Lima fez um forte ataque ao promotor Jarlan Botelho. Foi quase todo o texto. Em defesa mesmo de seus filiados, a presidente do Sindicato dos Jornalistas reservou uma frase:

Se a Imprensa teve acesso à informação, cumpriu seu papel.

Desconfio de que seja tão simplista assim. Todo jornalista sabe que há limites, e esse pensamento está expresso em muitas matérias, até mesmo nesta que o promotor diz ter sido determinante para a execução de Ana Bruna. Vejamos. Copiei todo o texto abaixo, para comentá-lo. Se preferir no original, clique aqui.

INFORMAÇÃO REVELADORA
Elucidada pistolagem contra um comerciante

A morte do comerciante José Valter Portela, 42 anos, que aconteceu no dia 1º de março deste ano, no bairro Siqueira, está esclarecida. O depoimento de uma mulher, que convivia há quatro anos com o ex-soldado da Polícia Militar Ademir Mendes de Paula,

Inadvertidamente, a repórter já identificou Ana Bruna para os bandidos

35 anos, morto com oito tiros no último domingo, foi determinante na elucidação da pistolagem do comerciante. “Foi o Ademir quem matou o Valter Portela e, por este crime, recebeu a quantia de R$ 10 mil”, contou a jovem (não identificada por questão de segurança).

Essa frase que eu negritei é, como se diz, emblemática. Por isso que eu disse lá em cima que foi inadvertidamente. A repórter tem certeza de que não deve revelar a identidade da testemunha. Achou que bastava não revelar o nome. E foi dando mais pistas.

Ademir era envolvido em crimes de extorsão, assalto e, de acordo com a garota, “matou muita gente por aí”.

Ele matou muita gente por aí. Barra pesadíssima e ela sabe de todos.

Segundo a jovem, o ex-PM demonstrava satisfação em matar. “Ele sempre me dizia quando dava certo e fazia questão de assistir às reportagens dos crimes na televisão”. A mulher afirmou, ainda, nunca ter recebido qualquer quantia em dinheiro de Ademir. “O dinheiro que ele recebia por estas coisas desaparecia muito rápido, nem sei como”, lembrou.A garota forneceu à Polícia o nome do mandante do assassinato do comerciante Valter Portela, mas esta informação está sendo mantida em sigilo, a fim de que as investigações possam ser aprofundadas.

Veja bem, a informação é mantida em sigilo. Sabe-se que em alguns casos, é assim que se age. Às vezes, para “que as investigações possam ser aprofundadas”. O caso mais grave é colocar uma vida em risco.

“Ele me contava tudo, eu sabia de muita coisa,
porque a gente se gostava muito e ele confiava em mim.


Sabe muito, talvez muito mais do que já tenha dito. Ana Bruna virou uma bomba ambulante. Como os jornalistas gostam de dizer, é nitroglicerina pura.

Mas dizia que se eu o deixasse, ele ia atrás de mim e me matava nem que fosse debaixo da saia da minha mãe”, disse.A garota conversou, ontem de manhã, com os delegados Francisco Alves de Paula, diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo, superintendente-adjunto da Polícia Civil. No período da tarde, foi ouvida na presença de um promotor de Justiça que acompanha o caso.

Está claro que todo jornalista sabe que, em muitos casos, preserva-se a identidade de personagens nas matérias, obrigatoriamente quando há risco de vida, como a própria repórter reconhece expressamente. Então, a frase da sindicalista ficou meio solta, por demais corporativa.



A de hoje
Agora alguns trechos da matéria de hoje: Investigações ainda confusas

A testemunha não foi suficientemente protegida pelas autoridades estaduais. E o pior aconteceu: foi eliminada.
Mantém acusação contra a omissão do Estado, e está certo, mas não é só isso.

A matéria, ressalte-se, preservou a identidade da testemunha.
O repórter tem a mesma crença da repórter. Para preservar a identidade, basta não revelar o nome. Simplório, não?

A seqüência de depoimentos prestados por Ana Bruna, e a gravidade dos fatos por ela revelados, não foram suficientes para que as autoridades competentes tomassem providências no sentido de protegê-la diante de um perigo real de retaliação.
De novo, centra fogo nas autoridades. E confessa, o jornal tinha consciência de que estava diante de um "perigo real de retaliação".

O quadro DECLARAÇÕES DE ANA BRUNA diz o que a testemunha fez no dia em que deu entrevista ao Diário: deu depoimento ao delegado Francisco Alves de Paula, diante do promotor Jarlan Botelho, no Departamento de Inteligência Policial (DIP).

Lá pelas tantas, o texto diz (ver matéria coordenada). Diabéisso?

O título da outra matéria da página diz
Apuração gerou a prisão de 9 acusados

O texto diz:
Nove pessoas tiveram...(ver quadro acima).
No quadro acima, tem apenas oito.