Editorial Diário
Parece impróprio o título "Boicote às obras" do editorial do Diário. Fala de um protesto (melhor que boicote) contra o início das obras de transposição do São Francisco, em Cabrobó (PE).
Aliás, uma curiosidade sobre a origem da palavra. Segundo o Aurélio, veio do nome de Charles Cunningham Boycott (1832-1897), proprietário de terras irlandês a quem se impuseram sanções comerciais, por se ter recusado a baixar aluguéis.
Voltemos ao editorial.
O protesto, entretanto, não vem afetando o desenvolvimento dos trabalhos.
Quer dizer, se foi boicote, não foi efetivo.
Os invasores das fazendas Mãe Rosa e Toco Preto, incrustadas no sertão pernambucano, se dizem trabalhadores sem terra e pescadores.
Antes, o editorial disse que eram apenas trabalhadores rurais.
está o bispo de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que ensaiou no passado uma greve de fome contra o projeto
A desinência do verbo já indica passado. Portanto, dizer que ensaiou no passado não acrescenta muito. Falta de tempo para pesquisar a data? Adjetive o passado, e o texto até que passa "ensaiou num passado recente" ou algo assim.
Pior trecho, redação muito ruim:
Seus inimigos não levam em conta a segurança hídrica de 12,5 milhões de nordestinos, sujeitos à contingência da escassez d´água sequer para consumo humano.
Já viram que a frase tropeça. Segurança hídrica, pomposa. O termo contingência não cabe aí, está sobrando. E o "sequer" deveria ser substituído por "até mesmo". Ou ser usado na expressão "nem sequer". E ainda estou cheio de dúvidas se tem o apóstrofo em d´água. O melhor mesmo seria reescrever.
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