quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Delenda Cartaxo

Foto: Marcus Campos
Delenda Cartago era a frase repetida por Catão. Destruam Cartago, cidade rival de Roma. Cartago quer dizer cidade nova. Cartaxo, secretário das Cidades, acabava de ser destruído nas urnas, apeado do poder petista pelo prefeito de Quixadá, Ilário Marques.



Talvez isso explique o motivo da repórter errar o nome de Joaquim Cartaxo, trocando-o por Cartago repetidas vezes na matéria publicada no Povo dia 27 de dezembro: PT busca calma interna para enfrentar 2008.

Conte aí:

"O Cartago é um cara de princípio. Eleição é assim, ganha ou perde. Bola pra frente”, declarou o deputado estadual Dedé Teixeira.

ter apoiado Elatério em detrimento de Cartago possa atrapalhar, internamente, a unidade do PT

Sônia Braga, ex-presidente do PT e aliada de Cartago, defende que a administração municipal

A repórter não estava num dia bom. Também trocou o nome da prefeita mais de uma vez:

em Fortaleza, da prefeita Luciane Lins.

Dedé não acredita que o fato de a Democracia Socialista (DS), da prefeita de Fortaleza Luciane Lins,

“Todas as tendências sabem da importância da reeleição da Luciane.

acreditar que a disputa interna não vá interferir na reeleição de Luciane

Colaboração do leitor Tarcísio Filho

Sobre judiação

Um jornalista me enviou email dando conta de que, apesar da explicação do rabino Henry Sobel, ele continua achando ofensivos aos judeus os termos judiar, judiação. Por isso, volto ao assunto.

Primeiro, quero declarar que não sou judeu, apenas admirador do povo que forneceu os quatro pontos cardeais que dirigem e iluminam nossa civilização: Cristo, Marx, Freud e Einstein.

Convidou-me a ler artigo através de um link e antecipou trecho do artigo em que se tenta desqualificar a autoridade do rabino para opinar sobre o assunto, pois ele não teria muita intimidade com o idioma.

Antes do resumo do artigo em contraponto, republico as palavras do rabino.


"O significado está claro: não há nada de pejorativo. Não fomos nós que maltratamos. Nós, os judeus, fomos maltratados. E cada vez que usamos a palavra 'judiar', estamos conscientizando os outros. O termo não deve ser eliminado. Pelo contrário, é bom que o mundo se lembre do preconceito do passado, para que não o permita no presente e no futuro"


CONTRAPONTO

Samuel Szerman:
“De princípio gostaria de declarar que não sou autoridade em português. Sou apenas um pouco mais curioso e interessado em conhecer o idioma que a média das pessoas. Meu maior interesse no estudo de nossa língua é a semântica.

O articulista se declara, também, sem autoridade em português.

Poucos sabem disso, aí incluindo os próprios judeus, mas judiar significava "maltratar os judeus". Era um verbo intransitivo. O objeto direto estava subentendido. Hoje, judiar, pela semelhança do vocábulo com judeu, judia, Judas e Judá, cria uma natural associação de idéias, considerando o judeu como o agente da crueldade.

Natural associação de idéias é claro exagero. Não creio que se faça a associação. Alguns, como Ferreira Gullar, dizem que remete ao ato de maltratar o Judas no Sábado de Aleluia. Em vez de apenas mais uma etimologia fantasiosa, a explicação do poeta pode se defender. Está muito longe o período em que se maltratavam judeus por questões étnicas ou religiosas. Mais próximo e popular, a malhação. Campo para o estudo da semântica.

O argumento da “associação natural” só se justificaria se houvesse um fenômeno a partir do qual os judeus, de vítima histórica, teriam passado a condição de algoz contemporâneo. Desconheço.

Curiosidade: Tornou-se verbo transitivo indireto. "Judiaram dele". É claro que, se o verbo pede um complemento, na afirmação, está subentendido o agente. A palavra já está tão arraigada no uso popular que há quem nem faça a associação. Entretanto, a ofensa aos judeus permanece. É subliminar. Contribui enormemente para incrementar o anti-semitismo.

Essa última frase foi mais um culto ao exagero. Se o autor é apaixonado por semântica, vai entender a evolução da língua. No início, significava maltratar os judeus. Na evolução, maltratar como se maltratavam os judeus. A partir dessa associação, passou a exigir um complemento. Pois se já não se maltratavam os judeus, o objeto que recebe a ação precisaria ser nominado, já que não estava mais subentendido. Simples, é a dinâmica da língua.

Judiação pede menos explicação. É um derivado gramaticalmente correto de judiar. Gramaticalmente. Politicamente, NÃO!

Essa frase mostra uma contradição fatal para o comentário que vem logo a seguir.

Aqui explico que a discussão sobre o sentido pejorativo ou não dos termos na berlinda não é uma questão doutrinária ou religiosa. É do idioma. É gramatical. Para se obter uma base, não se consulta o rabino, e sim, o professor ou o entendido em português. Por maiores que sejam meu respeito e minha consideração pelo rabino Henry Sobel, lembro que ele, apesar de lisboeta de nascimento, é americano e sua língua materna é o inglês. "

Perceberam? Para desqualificar o rabino, um gramático. Antes, porém, ele afirmara que o termo é gramaticalmente correto. E acrescenta com um grito: Politicamente, NÂO. Se gramaticalmente está correto, precisamos agora de mais alguém para opinar sobre outro aspecto. O gramatical, já não se discute.

O termo judeu não se restringe a uma nacionalidade, a uma religião também. O rabino tem maior autoridade para falar de ofensas a judeus pois abrange as duas dimensões: a nacionalidade e a religião.

Ninguém nem se lembra dessa associação, a patrulha do politicamente correto é que chama a atenção. Daqui a pouco a paranóia vai acusar a patrulha de cometer também um outro tipo de anti-semitismo.

E o debate vem num momento em que o presidente do Irã quer negar a existência do holocausto. É bom lembrar o quanto os judeus sofreram, para evitar que isso se repita. Jamais.


Samuel Szerman, presidente da ACIB - Associação Cultural Israelita de Brasília, é Relações Públicas da Petrobrás aposentado.
O texto completo está aqui. http://www.visaojudaica.com.br/Fevereiro2005/artigos/15.htm

Leia também o post abaixo Ombudsman do Povo

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Mesmo não é pronome


Estranheza na Vertical (O Povo) ao falar de um projeto do vereador Paulo Mindello, para mudar o nome da Av. Beira Mar para Aloísio Lorscheider. Segundo o jornalista, inicialmente, seria a Via Expressa, mas esta já teria uma denominação oficial. Ora, como ele mesmo informou, a Beira Mar também já tem uma denominação oficial (Presidente Kennedy).

E ainda usou o "mesmo" com função de pronome, o que não se deve fazer nem na horizontal.

Porto de Sobral


Todo dia a gente aprende com os jornais. A lição de hoje foi na p.10 do Diário. Aprendi que Sobral, mesmo distante mais de 100 quilômetros do litoral, já teve um porto. Esses sobralenses são insuperáveis.

URVA - O que os sobralenses talvez não gostem é de ver o nome da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) trocado para Universidade Regional Vale do Acaraú, como o Diário fez na p.12, na matéria Professores continuam em greve

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Por aí choveu?

Não me lembro de ter visto chuva, ontem, por onde andei. A previsão do tempo do Povo para o dia era de "nebulosidade variável com chuvas". A mesma previsão daquele dia de raios trovoadas.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Como é o nome dele?

A coluna Crítica, do Zoeira (Diário), não gostou mesmo do filme "Eu sou a lenda". Gastou 5.077 caracteres para espinafrar o diretor, o câmera, o roteiro, os atores... Não sei se de propósito, deixou de citar o nome do filme.



Pode ser que eu é que não tenha visto. Se quiser conferir, é só clicar aí 3ª versão beira o fiasco

Ombudsman do Povo

O ombudsman do Povo deu ouvidos às nossas observações sobre inverno. Primeiro, quero me associar ao pensamento do Liberdade digital, sobre o assunto, no post Olho na Mídia: ombudsman de O POVO atento às mudanças do jornalismo:

Sob o título INVERNO, a coluna do ombudsman abordou assim o assunto.
Blog Mirando a Mídia critica O POVO por usar a palavra inverno entre aspas ou seguida de parênteses: (quadra chuvosa ou período chuvoso). Lembra que inverno já está dicionarizado (Aurélio, Houaiss e Caudas Aulete) como regionalismo nordestino para designar a quadra chuvosa e, por isso, acha as aspas desnecessárias.

Ouvido pelo ombudsman, o meteorologista David Ferran, da Funceme, explica: "O inverno, no hemisfério sul, ocorre em junho e julho. Por isso, o mais correto é chamar a época de chuvas no Nordeste de período chuvoso".

Erick Guimarães, editor-chefe-executivo do O POVO, declara que o jornal opta pelas denominações quadra chuvosa ou período chuvoso: "Em respeito à linguagem popular não deixamos de usar inverno, mas acrescentamos a explicação necessária".

FONTE ERRADA - Louvável a disposição do ombudsman para o debate. Só acho que usou a fonte errada para respaldar O Povo. A questão é mais cultural, linguística, e menos climática. Com todo respeito, não precisaríamos ouvir um meteorologista para saber que "o inverno, no hemisfério sul, ocorre em junho e julho."

Sempre soube que o inverno, aqui no Brasil, começa em junho (21) e vai até setembro. Assim, o meteorologista errou até mesmo no seu campo. Vai ver que diminuiu para dois meses a estação para incluir mais uma. Teríamos, então, no Nordeste, cinco estações: verão, inverno, outono, primavera e quadra chuvosa.

Sugiro ampliar o debate para ouvir linguistas e gente ligada à cultura. Um lembrete para o editor-chefe-executivo. O jornal está deixando de usar inverno sim, só aparece na boca dos entrevistados, e vem logo seguido da explicação. Isso, ao contrário do que diz o editor, é desrespeito. Dedique um tempo à leitura das matérias sobre assunto e verá.

JUDIAÇÃO- o ombudsman também deu ouvido à patrulha do politicamente correto, quase sempre equivocada. Disse:
A nota "Judiação" do Canal 1, do caderno Buchicho, de sexta-feira última (25), incorre no anti-semitismo. "Judiação" e "judiar" - no sentido de maltratar - são palavras que ofendem os judeus.

Não é o que pensa o rabino Henry Sobel, em "Os 'porquês' do Judaísmo" (Congregação Israelita Paulista. São Paulo, 1983):

“O significado está claro: não há nada de pejorativo. Não fomos nós que maltratamos. Nós, os judeus, fomos maltratados. E cada vez que usamos a palavra ‘judiar’, estamos conscientizando os outros. O termo não deve ser eliminado. Pelo contrário, é bom que o mundo se lembre do preconceito do passado, para que não o permita no presente e no futuro”

Judiar tem a ver com judeu, é verdade. Mas quer dizer maltratar, como se maltratavam os judeus. Concordo com o rabino. Em vez de anti-semitismo, homenagem. Além do mais, ninguém liga o termo à sua etimologia. Outro problema: como cantaríamos Asa Branca, hino nordestino, neste trecho:


Quando olhei a terra ardendo/qual fogueira de São João/eu perguntei a Deus do céu/por que tamanha judiação?

Vagamente ociosa

Texto da manchete de capa do Povo disse que vagas de trabalho ociosas.
Se a vaga é ocupada, já não é vaga.

Fez-se um dique na p.14.

Falta se redimir na p.16.

Leitor ilustre: Nonato Albuquerque

Entre meus poucos leitores, a alegria de contar com o autor do antenado blog Antena Paranóica, jornalista Nonato Albuquerque.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Protesto a favor


Ontem, o Diário errou na proposição (veja post Que preposição! ). Hoje, o Povo errou de preposição na p. 9.

Quem deu o título queria, obviamente, dizer protesto contra corte de árvores. Como não havia espaço, trocou de preposição e disse o contrário. Como se os protestantes clamassem pelo corte.

Assim abona o Aurélio.


Oficina política


Boa iniciativa da coluna Política (O Povo) de tentar aportuguesar os termos em inglês que infestam textos e falas de publicitários e consultores. A coluna começou assim:
Ontem, convenção regional do DEM. Anteontem, uma oficina de trabalho (o DEM preferiu usar workshop) do partido.

A tradução não foi fiel ao sentido da palavra. No original, workshop tem duas acepções. A primeira é aquela oficina que nós conhecemos bem, oficina de trabalho, geralmente trabalhos manuais, mecânicos.

No contexto aqui, aplica-se a segunda acepção: seminário, encontro.
É o que diz o American Heritage Dictionary:

O Michaelis traduz assim:

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Que preposição!

A repórter trocou proposição por preposição na matéria sobre projeto do deputado federal Luiz Bassuma, do PT baiano.

Foto: Gustavo Pellizzon

O erro cometido no abre da matéria é repetido adiante.

A regularização da preposição não irá acabar com os problemas socioeconômicos do País.

Acesso à matéria por aqui: Projeto propõe parto anônimo

Diário do exagero



Capa do Diário dobra a perda salarial dos aposentados. Baseado unicamente na associação que congrega os aposentados, o jornal mais que dobrou as perdas. Disse na capa que elas chegam a 160%. O número não tem base em nenhuma informação. A manchete do caderno Negócios fala em 70%. Segundo o presidente da associação, as perdas variam de 65% a 67%.

Aí, o jornalista resolveu extrapolar, passou para 160%. Tenho quase certeza que não haverá correção amanhã na "Autocrítica".


Leia a matéria Aposentados encaram perdas de até 70%

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Raios e trovoadas


A cidade viveu dia de temporal ontem, tudo registrado nos jornais. Causou susto na cidade, ainda mais no jornal O Povo, alvo de dois raios, a que eu chamei de vingança do inverno, chamada de quadra chuvosa. Segundo eles, a tucanagem do nosso inverno é por causa de pitaco de um meteorologista.

Olha a ironia. Ontem foi um dia atípico, com muita chuva, raios e trovoadas. Sabe qual o prognóstico publicado na p.2 do Povo, no "Tempo no Ceará"? A mesma de ontem, de anteontem, a de todo dia, até sete dias atrás e mais (parei no dia 17) e também de hoje: nebulosidade variável com chuvas.

Curiosidade. Um texto que eu não havia lido. Agradeço ao blog do Wanfil pela dica. A visão de um estagiário do Povo. Ele não conseguiu encontrar pontos alagados na cidade. Talvez por causa disso, o fotógrafo Mauri Melo tenha conseguido a boa foto da capa do jornal. Como não encontraram alagamentos nas ruas, foram a Lagoa do Opaia, para cumprir a pauta. Sorte de estagiário?

Ele começa dizendo que não se espantou com as chuvas e trovoadas. O espanto, e enorme (bordão do Carlos Augusto Viana - Diário), do repórter foi com a falta de alagamentos. E passou a refletir com seus botões. Como pode ser visto aí.


Leia também A isenção engajada nos textos jornalísticos 2 , do blog do Wanfil.

Ambos em mais de dois?


No texto da chamada de capa do Diário:

Quatro rapazes e uma garota - ambos de classe média alta - foram presos...

O "ambos" se refere a que ou a quem?


Colaboração: Chico

Estimado Prestes

Uma redação, em nota oficial, da Secretaria de Educação de Fortaleza certamente perderia pontos numa prova. Prova do nível da educação de Fortaleza. O que significa a expressão "nossos mais estimados préstimos"? O adjetivo, sozinho, já seria estranho. Ainda mais no superlativo.
A nota foi publicada em todos os jornais de Fortaleza.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Questão errada

A Comunicado (Diário) traz uma denúncia grave. Estão usando até provas de seleção para fazer propaganda de Luizianne Lins. Foi no Imparh. Se não teve consentimento da prefeita, foi puxa-saquismo sem par, o responsável precisa ser punido. Se teve o conhecimento, a prefeita deve ser punida. Você acertaria esta questão?

Questão 37: A Prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, instituiu, em 2007, um projeto que veio contemplar a camada pobre da população. Nesse projeto, uma vez por mês, o valor da passagem dos ônibus urbanos custa apenas um real. Marque a opção que traz o dia em que o projeto é posto em prática:
a) O primeiro domingo de cada mês;
b) O primeiro sábado de cada mês;
c) O último domingo de cada mês;
d) O penúltimo domingo de cada mês.

Pensamento em greve

Ai dos alunos da UVA se o seu aprendizado depender do ensinamento deste professor, que representa os demais. Olhe aí o que foi dito na p.11 do Diário:


O presidente do Sindicato dos Docentes da UVA (Sindiuva), Nicolau Bussons, explica que após uma assembléia entre os professores da instituição, na quarta-feira passada, o corpo docente decidiu continuar a greve. Porém, as aulas serão retomadas no dia 28 . “Caso não haja negociação, após 30 dias do retorno das aulas, a UVA voltará a greve”, explica.


Peraí, peraí, me explica mais uma vez.
O repórter só pode tá brincando com o professor (de que mesmo, hein?) Como é que a decisão foi continuar a greve se as aulas serão retomadas no dia 28? Como é que voltarão à greve se continuam em greve?

Se quiser conferir esse exercício de lógica, clique aqui Professores fecham via em protesto

Sem reserva




Na capa do Diário: Com reserva apenas de 5% de sua capacidade... o açude atingiu volume morto. Se é assim, está mesmo é sem reserva.







O jornalista ainda deve estar sob impacto do balanço nas bolsas para escrever isto, misturando alhos com bugalhos. O texto parece truncado.



...com maior alta desde setembro do ano passado: 4,45%, para 56.097 pontos.

Vingança do inverno

Os jornalistas do Povo tucanaram o inverno. Hoje o inverno se vingou, conforme notícia veiculada no blog do Eliomar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tem grana



Na capa do Diário.

Sem grana, não haveria irregularidades. Mais seguro é o título da p.5:

Vírus da intolerância

O texto do editorial do Povo está melhor do que o dos últimos dias, mas ainda apresenta problemas de pensamento. E logo na abertura:

A questão da intolerância voltou a ocupar as páginas da mídia internacional esta semana, por conta da suspensão da visita do papa Bento XVI à Universidade La Sapienza, em Roma...

Primeiro: não é “por conta da”, é "por causa da”.

Segundo: o cancelamento da visita do papa é conseqüência, e não causa, da intolerância.

Terceiro: deixou de informar as causas do ridículo protesto de professores e estudantes. Não foi apenas porque o pontífice é conservador. Foi lembrado um discurso que o então cardeal Ratzinger havia feito, há quase 20 anos, na Universidade de Parma, em que ele cita filósofos contemporâneos para defender a postura da Igreja na condenação de Galileu.

As informações foram dadas pelo Globo, no dia 15.



O Povo decreta guerra em Angola

Chamada de capa do Povo diz que Angola está em guerra civil. Tenho a impressão de que o conflito angolano terminou faz mais de cinco anos.

Leonaldo

Clodoaldo: gosto muito de você, leãozinho... No Povo.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Joio anti-semita

Já disseram que a função do editor é separar o joio do trigo. E publicar o joio. Não tenho certeza, parece que a frase é de Mark Twain. Digo isso a respeito de uma matéria internacional publicada hoje na p.18 do Diário (Hezbollah tem pedaços de corpos de soldados).
Não proponho a censura, mas o texto, de tom macabro, parece mais uma propaganda do grupo terrorista Hezbollah contra o exército israelense. Não acredito que seja uma ação deliberada anti-semita do jornal local, pois a matéria é de agência. Mas a escolha dela para manchete da página é, no mínimo, mau gosto.

Aumenta a concentração

Na p.12 do Diário.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Chuvas de verão

O Diário destacou o inverno na capa. O Povo, o verão.
Quem falou aos cearenses?


















Pensando bem, pensando melhor, o Norton tem razão. Aquela frase do presidente do Povo - o melhor jornal brasileiro para os cearenses - é desastrosa para o jornal e já impregnou a redação. O Povo não fala para os cearenses, mas para os brasileiros. Esse conceito talvez seja uma das causas para a queda no número de leitores. Muito lamentável.

Parece um reconhecimento de que o melhor jornal cearense para os cearenses é o seu concorrente.

A Folha se propõe a ser o melhor jornal paulista para os paulistas, assim como o Estadão. O Globo, o melhor jornal carioca para os cariocas. Daí serem grandes jornais brasileiros.

CHUVAS DE VERÃO - talvez não fala em inverno para não contaminar o evento "Verão Vida & Arte". Então, por que não diz logo que são chuvas de verão? Para nós, vida e arte é o inverno que traz.

O Povo detesta inverno

Saudade é palavra que não encontra equivalente em carga emocional em nenhuma outra língua, dizem os estudiosos. É de difícil tradução. Inverno, para nós, também tem sentido todo especial, fala de nossa alma. Significa vida, fartura, alegria.

Os outros nem gostam de inverno, dizem que o tempo é ruim quando chove. Pra nós é tempo bom. É uma palavra que nos é muita cara. Dizem sempre que o melhor governo pro Ceará é um bom inverno. Então, como explicar que o jornal O Povo o tenha excomungado de suas páginas? O vocábulo virou um anátema.

A Funceme divulgou seus prognósticos sobre o inverno deste ano (que eles chamam de quadra chuvosa). Teremos bom inverno, como já haviam antecipado os profetas sertanejos, dias antes.

O Diário acertou em dar manchete ao tema que interessa a todos os cearenses. O Povo deu numa chamada na parte inferior da capa.











Agora, a curiosidade. A palavra inverno não aparece uma única vez nas páginas do Povo. Vou repetir. Nem uma vez. Já a expressão "quadra chuvosa" alagou o texto, citada sete vezes. Numa delas, o repórter diz que nas serras a tendência é que "a quadra seja mais intensa".

Ora, na edição do dia 15, já havia cometido um desaforo com nossa cultura, com nosso povo. Depois de um agricultor explicar que o inverno (a repórter colocou entre aspas) chegou, foi dito isto: O que ele chama de inverno é a quadra chuvosa, que no Cariri começa mais cedo.
Está na matéria Com a chuva, agricultores começam a plantar no Cariri

Na edição de hoje, O Povo trouxe um glossário dos termos meteorológicos. Começou com uma explicação indispensável sobre chuva. Preste atenção, para nós o contrário de inverno é verão, seca, estio. Sabe qual o termo para explicar um período de ausência de chuvas durante nosso inverno? VERANICO.


No Diário, houve quatro citações de inverno, três na capa e uma no título da p. 9.
Mas no texto dos repórteres, também houve estiagem. Só dá quadra chuvosa. Não largaram o termo nem para evitar repetição, como neste trecho da p.10:
participantes do Comitê de Planejamento e Execução de Ações para a Quadra Chuvosa, após o anúncio da quadra chuvosa do Ceará.
Pois é, nesta matéria (Prefeitura reforça ações preventivas), o inverno também perdeu de goleada: Quadra Chuvosa 6 x 0 Inverno.

Pequenas obras

No Diário

O novo presidente do Sinduscon, Roberto Sérgio, disse que a prefeita Luizianne Lins, com suas "pequenas obras", não enfrenta o déficit habitacional (coluna Egídio Serpa).

"Ela ressaltou, em alto e bom som, ser a autoridade que mais garante casa própria para a população cearense" (coluna Leda Maria).

Além do Horizonte



Além do Horizonte, existe, também, o Quixadá.







Frase de Carlos Augusto Viana, na coluna É... (Diário).

Quem?

Novo publicitário, na p.5 do Povo.

S DE MAIS na p. 9.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Não às Farc


Peguei a imagem no Noblat

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Onde fica o Boqueirão do Cesário?

Em Morada Nova, segundo matéria de hoje do Diário.

Em Beberibe, segundo matéria do Diário em outubro passado.




E onde fica a "Autocrítica'?
Na p. 2 do Diário.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Royalties - não fique por fora

Para explicar o que é royalties, tema da manchete do Diário, o jornal acrescentou um elemento - "fique por dentro" - como se fosse um glossário. Explicou pela metade. Buscaram na internet, certamente no site Comciência, da SBPC, e colaram o seguinte texto:


A palavra royalty tem sua origem no inglês royal, que significa "da realeza" ou "relativo ao rei". Originalmente, royal era o direito que os reis tinham de receber pagamento pela extração de minerais feita em suas terras. No Brasil, os royalties são aplicados quando o assunto é recursos energéticos, como o petróleo e o gás natural

Não é bem isso, o mercado de franquias, por exemplo, conhece bem o termo. O franqueado paga royalties ao franqueador. Pode ser cobrado em várias situações, até de propriedade intelectual.

Assim define o Houaiss:

1 compensação ou parte do lucro paga ao detentor de um direito qualquer, p.ex. de uma patente, concessão etc.
Ex.: r. sobre certa marca industrial
2 parte acordada da receita de uma obra qualquer, paga ao autor, compositor etc., ger. em forma de percentagem sobre o preço de custo a varejo de cada exemplar vendido
Ex.: viver dos royalties de um único best-seller


CONTROL C - o site poderia até cobrar royalties do Diário pela cópia do texto - um artigo de Sara Nani - que o jornal "esqueceu" de citar.

Por conta

O uso inadequado da expressão "por conta de" está virando uma praga, nas palavras de Josué Machado:

"Por que será que tantas pessoas passaram a usar a expressão por conta de em vez da limpíssima e castiça locução por causa de? Talvez achem por causa de muito simples, quem sabe vulgar, pouco literária.
Sem o modismo papagaial, deveria ser usada a locução conjuntiva perfeita para expressar causa - por causa de; ela aparece sempre antes de substantivo."

Um mau exemplo está no texto da manchete do Povo de hoje:

Mais três mortes foram confirmadas no País por conta da doença.

O site Vestibular Uol dá uma dicas:

Por conta de
Não use por conta de como sinônimo de por causa de, em razão de, mas no sentido de a cargo de, sob responsabilidade de.

Escreva
A elaboração da planta ficou por conta do doutor Ruy.
Por causa do novo trabalho, o pai não poderá tirar férias.

Não escreva
Por conta do novo trabalho, o pai não poderá tirar férias.

Febril


Na capa do Diário, esse erro de concordância.