quinta-feira, 31 de maio de 2007

Fábio Campos

em dia que demonstra ser o maior analista político na crônica diária do jornalismo cearense.

Não precisava daquele "ou sejam". Vá lá: é bem aqui.

Correções

O Povo reconheceu hoje, na p.4, um erro que o blog apontou há cinco dias:
Fortaleza (26/5 pág. 2) A abertura da matéria "Manifestação lembra vítimas da Aids" não condiz com o texto.
Antes tarde...

Já o Diário ainda não corrigiu. A frase "Não preciso de empresa vagabunda, moleca, sem-vergonha nenhuma" é do senador Almeida Lima (PMDB-SE) e não de Renan Calheiros, como o jornal publicou ontem.

Linguagem do leitor

Supresa na manchete do caderno de Negócios, do Diário.

Metrofor ganha ritmo mais intenso

Título e texto destoam na dimensão. É dito:
a imagem de obra parada do Metrô de Fortaleza (Metrofor) começa, aos poucos, a desaparecer. O ritmo dos trabalhos está sendo garantido pelo maior fluxo de recursos tanto da União como do governo estadual.

De imagem de obra parada não pode pular de repente para ritmo intenso. Por isso ele coloca um "aos poucos" antes do desaparecer. E logo na abertura da matéria ele deixa as coisas no devido lugar: O Metrofor ganha ritmo e possui R$ 40 milhões em caixa, aguardando ainda mais R$ 168,21 milhões.
O repórter diz que o Metrofor ganhou ritmo, o editor resolveu intensificar.

Aguardando é uma história antiga. Muitas vezes o Diário deu que tinha chegado tantos milhões para o Metrofor. Dias depois, tendo que reconhecer que o dinheiro era uma promessa orçamentária, contigenciamentos travaram. É uma história recorrente, por isso o tom otimista do texto é mais esperança que realidade.

E logo vamos ter a explicação porque essa iminente cascata de dinheiro, que vai dar para intensificar o ritmo das obras:
A novidade, conta o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, é o maior empenho do governo do Estado para o repasse das contrapartidas.

Sem querer ser tão cético, dá mesma para acreditar que, de repente, isso tudo é só pelo "maior empenho"?Eu ficaria de orelha em pé.

O presidente do Metrofor afirma:

´Vamos ter mais verba para poder aplicar, prestar contas e aí o fluxo de recursos federais se acelera, porque tem a questão da paridade´, explica.

A explicação pode até ser convincente para quem domina o economês. Cabe ao repórter traduzir para a linguagem do leitor. Pode se argumentar que ele escreve para um determinado público que domina certos códigos. Como disse o presidente do Metrofor, tem a questão da paridade. Precisa explicar para os demais. Para mim, ele não explicou.

Em discussão...

Visita ilustre

da caixa postal

André,o acento foi em homenagem a você.
Tenho visitado com freqüência seu blog e estou achando-o ótimo. Estou me realizando com ele. Faltava algo assim aqui.Uma leitura crítica do que fazem e escrevem os que se acham acima de qualquer crítica. Sempre leio os jornais com espírito crítico inclusive em relação ao que dizem as entrelinhas.
Parabéns!
Visito seu blog diariamente e vou procurar colaborar com ele.

Lúcio.

Recentemente, visitei o blog do ex-governador Lúcio Alcântara e fiquei surpreendido ao ler o texto do seguinte tópico O sapateiro não vá além do chinelo:
Impertinente e descabida a manifestação do Presidente da Petrobrás (assim mesmo com acento)

Deixei um comentário:
Viva, Dr. Lúcio.
Petrobrás com acento. Aproveito para sugerir uma visita ao meu blog:www.mirandoamidia.blogspot.com. Lá, eu comento que os jornais são tão subservientes que não tem coragem nem de colocar o acento, como manda a regra de acentuação.Parabéns pelo blog.
29 de Maio de 2007 18:51

E recebi, mais surpreso ainda, por email o texto acima, se dizendo leitor deste blog. Dá mais responsa.

Recomendo a leitura do blog do Dr. Lúcio.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Ommmmmmmmm

Devia estar meio zen o autor do texto da matéria "Fecop define as prioridades", na p.2 do Povo.

Om total de R$ 112 milhões do...
Trocou o "u" pelo "o". O lapso ficou mais visível porque a letra é uma capitular.

Outro lapso na matéria:
... as áreas mais beneficiadas com os recursos serão...(veja quadro)
Não há o quadro

Na mesma página, a chamada do editorial diz que o tema é a Biblioteca Pública:
Está repercutindo bem no meio cultural de Fortaleza a ampliação do horário...
Mas o tema é outro. Sob o título "Hora da solidariedade", trata do fechamento da rede de TV pelo ditador Hugo Chavez na Venezuela.
Confira aqui.

Ainda na p. 2, a coluna Vertical trocou a foto. O tópico "sem cosmético" é sobre Ciro Gomes, a foto de outro Gomes: Tin

Números sem padrão



No quadro que o Diário costuma destacar os números de uma matéria, não há padronização quanto ao texto que vem logo após o número. Ora vem a inicial em maiúscula, ora em minúscula, como atesta a figura ao lado (clique na imagem para ampliá-la).

Mais prático foi O Povo. Em quadro semelhante, o texto vem todo em caixa alta. Acaba com o dilema.

Autor errado

Nas "frases" da p.2 do Diário, foi atribuída a Renan Calheiros a seguinte:
Não preciso de empresa vagabunda, moleca, sem-vergonha nenhuma.
A frase, na verdade, é do senador Almeida Lima (PMDB-SE).

Na Comunicado, o tópico "Força-tarefa" foi grafado sem hífen.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Navalha em cearense

Esta só O Povo deu: Cai primeiro cearense em operação da PF
Você lê a matéria aqui.

Esta O Povo só deu agora:
Dentista acusado de pedofilia se entrega.
(não encontrei o link no site do Povo)

É mesmo provincianismo. Como a matéria foi um furo do Diário, que deu manchete sobre o caso no dia 25 de maio, O Povo desconheceu o fato, o que revela também arrogância e desrespeito com o leitor.

Observem o seguinte trecho da matéria:
As investigações corriam em sigilo até o último dia 24, quando a Polícia invadiu a residência do dentista.
Isto é, desde o dia 24 não era mais sigilo, mas só hoje, cinco dias depois, o leitor exclusivo do Povo veio saber que a residência fora invadida pela polícia. Isso é jornalismo?

Título mentiroso

Tatuagens só podem ser feitas por médicos

O título acima não está de acordo com a realidade nem com o texto da matéria. Dá a entender que já está em vigor. E só terá vigência quando e se for aprovado no Congresso e sancionado pelo presidente Lula.

O último andamento do projeto é de 2/3/07: "Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Prioridade"

Mais detalhes, aqui.

Menos Lustosa

O melhor de Lustosa da Costa (Diário) é quando lhe falta assunto e ele remexe o baú das recordações, brindando os leitores com memoráveis crônicas. Quando se mete a analisar a política contemporânea, melhor pular o tópico.

É o caso de hoje em que compara o adultério (assumido) de Renan Calheiros com um suposto de Fernando Henrique, que a mídia não teria explorado. E diz que "o presidente do Senado está tendo a vida devassada pelo moralismo de nossos jornalistas".

Jornalista é mesmo uma racinha esquisita e às vezes se assemelha aos urubus a escarafunchar os podres de homens públicos. Mas no presente caso, há suspeita de que o dinheiro público foi parar na privada (ops!).

Além do mais, não pega bem falar mal de quem já morreu (Sérgio Mota).

Ronda do quarteirão e pedofilia

Não entendi os critérios do Diário. No dia 23, deu manchete com exclusividade:
Suspensa licitação do "Ronda do Quarteirão.
E eu comentei aqui.

Pois bem, hoje o tema foi manchete do Povo (Justiça retira montadora e libera governo) e do Estado (Justiça tira Nissan da "Ronda do Quarteirão"). Entre os dois títulos, fico com o do Estado. Já o Diário não deu nenhuma chamada na capa, e o assunto ficou relegado a um canto de página (Despacho cassa liminar para venda de camionetas). Que coisa estranha.

O Diário optou por esta manchete:
Polícia prende dentista acusado de aliciar crianças

No texto, comete uma impropriedade:
"...mostrava crianças e adolescentes cearenses em cenas de pedofilia..."
Ora, elas podem ter sido alvo de pedofilia ("desejo forte e repetido de práticas sexuais e de fantasias sexuais com crianças pré-púberes", segundo o Aurélio). Talvez estivessem em cenas sensuais.

Veja o destaque dos números:

05 dias é o prazo da prisão preventiva... (podendo ser renovado por mais 5)
Notaram que um 5 tem zero à esquerda e outro não? Homem, tire o que está sobrando. O que faz aquele zero ali?

Anticoncepcional bem baratinho


Na chamada de capa, sobre o barateamento dos anticoncepcionais, o Diário disse o seguinte:
0,40 centavos será o preço máximo das cartelas.
Se isso for verdade, o governo realmente radicalizou. Da forma como escreveu o Diário, o valor seria uma subdivisão do centavo. E o número está em destaque como mostra a figura ao lado. O correto seria "40 centavos" (sem o zero a esquerda nem a vírgula) ou "R$ 0,40".
Na manchete da página interna, o preço cai:
Anticoncepcional será vendido a R$ 0,30
Mas o texto explica: há uma variação no preço de R$ 0,30 a R$ 0,40. Então, para deixar bem claro a oscilação, colocaram um valor na capa e outro na p.5.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Romance policial

Boa sacada do repórter Ricardo Moura (O Povo, p. 9) para a abertura de sua matéria (manchete do jornal) sobre ineficiência de quase metade dos inquéritos de homicídios. Fugiu da aridez estatística sem deixar de dar uma idéia sobre os números. Simples e eficiente:

Se a investigação criminal no Ceará fosse um romance policial, quatro em cada dez livros não revelariam a identidade do assassino no final.

Nariz de cera

O Povo inovou na capa do Gol!. Resolveu não dar notícia. O texto todo é um imenso nariz de cera com alguns erros de ortografia e concordância. Para saber o resultado da partida, só no final. A manchete foi "Pelada" oficial. Mas o repórter diz que O jogo foi tecnicamente razoável e teve até algumas boas jogadas.

Leda deLira

A principal nota da coluna Leda Maria é de um evento ocorrido no dia 14 de maio, há 14 dias (falta de assunto para a segunda-feira?). Não sei se por desatenção ou por vergonha, a colunista não diz a data, apenas "em pleno mês de maio".

Fala da sessão solene in memoriam para homenagear o escritor cearense Gerardo Melo Mourão. Depois da sessão, noutro local do Senado, houve lançamento de um livro sobre o homenageado de autoria do também cearense José Luís Lira. A foto maior não é do evento principal (que não mereceu nenhuma), mas de Lira acompanhado de parentes e amigos do poeta recém-falecido.

A coluna tem mais duas fotos também de Lira (com Mauro Benevides, outra com Marco Maciel). E essas duas fotos estão fora de contexto, longe da "notícia".
Terá sido descuido no fechamento da coluna?

Quem é o autor?

Ao repercutir pesquisa sobre a redução da maioridade penal (maioria esmagadora a favor), o Diário publicou uma "opinião do especialista", mas se esqueceu de anotar o nome do autor. Sob o título "Medida é uma adequação necessária", o texto informa apenas a profissão, advogado.

Ah, o autor é Paulo Quezado (está na versão eletrônica, é só clicar no link acima).

Números contra o aborto

O número de participantes da caminhada contra o aborto foi de 5 mil no Diário (p. 8). No Povo, foi o dobro: 10 mil participam de manifestação (p. 5).

Ao pé da palavra, até que não divergem tanto, pois o texto do Diário fala em mais de 5 mil.

Suplente não muda bancada

O título da principal matéria de política do Diário (p. 3) não condiz com o texto da matéria:
Licenças fazem mudar as bancadas

Fala da licença de deputados e da convocação de suplentes. O título dá a entender que a mudança afetaria as bancadas de cada partido, mas o texto não toca nesse assunto.
Fiquei imaginando um quadro com as mudanças, mas o abre da matéria vai em outra direção:
A mudança na composição da Assembléia Legislativa, motivada por licença concedida a parlamentar, foi uma realidade constantemente vivenciada na legislatura passada

Como reverter uma derrota?

O Diário informa na capa que um filme romeno foi o vencedor do Festival de Cannes, mas não diz o nome. Quem quiser saber que vá à p. 18. Isso não é uma chamada, é um teaser.

A chamada da Jogada deve ter sido feita por torcedor alvinegro:
Para reverter a derrota do último sábado, o Ceará anunciou ontem que deve contratar dois laterais.
Essa reversão seria impossível.

domingo, 27 de maio de 2007

Idiotas da objetividade

Gente que leu pouco e pensa que sabe muito entendeu de reinventar a língua. Tem contaminado muita gente. Exemplo disso está no seguinte texto da matéria “Estudante morre em acidente” (O Povo, p 3):


A namorada do rapaz foi encaminada a um hospital, e não corre risco de morte.

Não conheço uma só pessoa que use em suas conversas “risco de morte” em lugar de “risco de vida”, expressão consagrada por escritores clássicos (consta no Houais). “Risco de morte” é uma expressão de laboratório sem abonação de escritores. Quando se registra “risco de morte”, a morte vem sempre adjetivada (ex: “não corre risco de morte súbita”). É coisa de jornalista metido a besta, os idiotas da objetividade, como definiu Nélson Rodrigues. Daqui a pouco ninguém faz mais seguro de vida, será apólice de morte.

Houve tanta preocupação em dizer “risco de morte” que os autores se descuidaram do verbo encaminhar. Esqueceram o h.

Confira aqui.

Leia mais sobre o tema, clicando aqui.

Capa desleixada do Povo

A capa de domingo do Povo, dia de maior circulação do jornal, não merece tanto desleixo.

A começar pelo texto da manchete:
A indústria de fundos de investimento alcançou este mês o marco histórico de R$ 1 trilhão em patrimônio e as pessoas físicas já representam 23,9% do volume negociado na Bolsa de Valores.
Indústria de fundos de investimento. Não conheço essa indústria. Mesmo se considerar que é uma metáfora, foi uma infelicidade.
Logo depois de patrimônio, merece uma vírgula. Mudança de sujeito, regrinha pouco conhecida.

O POVO traz 30 dicas para guardar dinheiro e obter sucesso no seu.
Para guardar dinheiro, não precisa de tantas dicas. E essa construção “obter sucesso no seu” é muito duvidosa.
Acredito que quiseram dizer que O Povo traz 30 dicas para melhor investir o seu dinheiro.

24 horas de erro
No quadro O Povo 24 horas, há erro em todas as chamadas

a)AONDE INTERNET
O fumo perde o glamour e fumantes precisam saber aonde acender seu cigarro para não levar uma advertência ou até mesmo uma multa.
Os fumantes precisam saber onde e não aonde acender o seu cigarro.
Depois de "glamour", vírgula. A mesma regrinha da mudança de sujeito.

b) RÁDIO HRS
Neste domingo, a Tempo FM apresenta, a partir das 18hs, um especial com Marisa Monte (foto) e Dianna Krall. Antes do especial, das 16hs às às 18hs, vai ao ar o Pôr-do-sol Lounge, com o DJ André Wesarusk.
A abreviatura de horas é o simples h e não hs como O Povo escreve três vezes. No mesmo texto, põe às às.

c) TV CANIAS
No Repórter Eco inédito deste domingo, a última reportagem da série do quadro biodiversidade sobre fontes de energia renováveis. TV O POVO - canias 48, 23 (NET) e 11 (TV SHOW)
Erro de digitação: canias (canais)

Mais um erro de digitação na chamada do Anuário
Fortelaza

Viva Valdemar


Impecável o argumento do autor da coluna Concidadania no tópico "Do não à desumanização". Só não gostei mesmo do título, mas o texto une emoção e racionalismo no ponto certo, num tema que já foi tabu e que tentam banalizar.

Leia a coluna aqui.

sábado, 26 de maio de 2007

Descuidos do editorial

Os descuidos de hoje do editorial do Povo:

a) Pleonasmo: túneis subterrâneos

b) Afetação: pés arborícolas

c) Impropriedade: tiveram transplante

d) Ortografia: paus d'arco (o correto é paus-d'arco)

Confira o editorial aqui.

O Povo é parcial na greve dos professores

O Povo não costuma fazer isto, mas fez: ouviu só um lado.
Das matérias de que me lembro ter lido sobre greve, o balanço da paralisação trazia sempre avaliação dos dois lados, dos trabalhadores e dos patrões. Desta vez, só os patrões tiveram vez.

Está na p 3, matéria Paralisação é parcial nas escolas:
Apenas 5% das 415 escolas de Fortaleza aderiram à greve dos servidores da educação deflagrada na última quinta-feira, segundo a Prefeitura. Na manhã de ontem havia aula em escolas nas seis regionais da Capital
Ninguém do movimento grevista foi ouvido. Quer dizer, não só a greve foi parcial

Deu a louca no Povo

A P 2 do Povo de hoje está recheada de erros

a)Primeiro o uso excessivo e desnecessário de aspas (veja o post abaixo Navalha nas aspas ).

Está na chamada de Política:
Ciro Gomes soltou o verbo contra Sérgio Gabrielli. Ele classificou de “canalhice” as declarações de que a siderúrgica do Ceará seria “insustentável”.
Retire as aspas, o texto não perde nada no sentido nem na força. As aspas, repetimos, quando numa só palavra, modificam-lhe o sentido.

Na capa do jornal, há um exemplo do uso correto das aspas:
Segundo pesquisa do IBGE, o Estado ficou mais evangélico e “casado”.
Exatamente para dizer que o casado, neste caso, não tem o sentido literal.

b)Mais embaixo, na matéria de título “Manifestação lembra vítimas da Aids”, o abre está trocado. Apesar de ter o subtítulo “candelight”, o texto se refere a um fundo, uma notícia velha:
Tramitando há quase dois anos no Congresso, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) foi regulamentado ontem à noite no Senado.

c)Este é mais compreensível, uma palavra estrangeira. Candelight.
O correto é candlelight (candelabro). O erro se repete duas vezes nesta página e também na capa.

d)No mesmo texto, erra o plural de ONG. Escreveu ONG’S (o fetiche das aspas, virando apóstrofo). O correto: ONGs (ou sem o S).

e) Mais embaixo, num texto-legenda, dois erros.
Primeiro, o título está truncado:
Colóquio nonon

Segundo, se entendi o projeto gráfico do Povo, nem deveria ter o título, mas aquela vinheta chatinha “2’ min visuais”

f) Vertical.
Leia o texto do tópico “Abih-CE teme câmbio em baixa”:
A partir do próximo dia 15, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), do Ceará, desencadeará campanha de mídia em São Paulo (Capital e Interior), Goiás, Rio de Janeiro e Brasília para divulgar o potencial turístico do estado.
Por que colocar iniciais maiúsculas em capital e interior (São Paulo) e não fazer o mesmo com estado (Ceará)? É só padronizar.

No tópico “comenda”, tirou o i do nome do presidente da Câmara: Tn Gomes

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Navalha nas aspas

O uso excessivo e inadequado de aspas é uma qualidade negativa do Diário. Pois não é que O Povo quer se igualar ao corrente nesse item.

Título da P 19 do Povo:
Para Mendes, ação da PF é "fascista"
Uma das funções das aspas é indicar citação literal, mas quando colocadas em apenas uma palavra é para indicar que ela não está em seu sentido denotativo, e pode revelar também ironia. Certamente, o jornal quis dizer que a palavra é de Mendes. Mas haveria dúvida se as aspas fossem retiradas? Observe:

Para Mendes, ação da PF é fascista
Mais simples, mais direta e não deixa a impressão de que Mendes estaria ironizando a ação da PF. Ele está fazendo uma acusação séria.

Também há excesso de vírgulas. Texto logo abaixo do título:
Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, a Polícia Federal, ao permitir o vazamento
As vírgulas que encurralaram Gilmar Mendes dão a entender que ele é o único ministro do STF. Como é apenas mais um, o nome deveria vir sem as vírgulas.

Na outra matéria da página, mais aspas indevidas:
Parlamentares dizem que investigação é "dirigida"

Fico imaginando os parlamentares, em coro: dirigida, dirigida, dirigida.
Se digo que alguém é "trabalhador", possa estar insinuando que este alguém não é muito chegado ao trabalho. As aspas deterioram o sentido original da palavra, ao ponto de significarem o inverso. Tomem tento.

Uma quase notícia

Não sei de onde O Povo (P.13) tirou esta. Veja este título:

FAB confirma quase-colisões
Dizer que quase houve uma colisão é uma coisa, mas juntar o advérbio com um hífen a um substantivo e criar outra palavra é um disparate. E coloca isso na machete da página...

E também está lá nos "números":
Duas quase-colisões entre aviões ocorreram no espaço de um mês.
Vamos inventar, mas assim já é demais.

Salário alto

Na P. 8 do Diário, a matéria "Servidores do Município deflagram greve" destaca os seguintes números: 791,98 mil. É o valor incial reivindicado na tabela.
É muita grana, não?

E faz uma enquete com os grevistas. Mas a pergunta requer respostas óbvias: Você é a favor da greve geral?
É perguntar se macaco quer banana.

E ainda usa um código no sobretítulo da matéria "Funcionários da UFC ameaçam parar". Escreveu lá: PLP-01

Espolta no DN

O Diário criou um neologismo nas curtas da P.6. Disse que Fernandinho Beira-Mar estava sob espolta de 10 policiais.

Colocou aspas desnecessárias no título "Frente para 'brecar' as ações da PF"

Mistura do Lustosa

Hoje o Lustosa, que não foi à posse do ministro Napoleão Maia, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por estar gripado, trocou as bolas. Disse que era no Superior Tribunal Federal, órgão inexistente. E deixou de acentuar "calipígia" e "constituía".

quinta-feira, 24 de maio de 2007

2' min no editorial do Povo

Já disse que 2' min é redundante. Há uma frase do editorial do Povo que se contaminou com esse tipo de anomalia:
São 42.000 mil mortes, em média, por ano
E aí, são 42 mil mortes ou 42 milhões?

Mais à frente: ...há de se tomar medidas firmes e imediatas...
Não seria "hão de"? No mesmo parágrafo, repete a expressão "medidas firmes".

Depois, comete um erro de informação:
Ora, em todo mundo a utilização de barreiras eletrônicas e radares é aplicada justamente com essa intenção. Os motoristas são apenas avisados de que naquela via há fiscalização eletrônica, mas não sabem exatamente a localização do aparelho
Não é verdade. No dia mesmo em que entrou em vigor a norma de que deve haver sinalização nos locais de fiscalização eletrônica, a Globo veiculou reportagem sobre como isso se dá em vários países. Há formas diferenciadas. Lembro bem que em Londres, também há obrigatoriedade da sinalização.
Definitivamente, o editorial do Povo já teve melhor texto e argumentação mais segura.


Diário
Alguém pode me explicar, precisamente, o que quer dizer o seguinte trecho do editorial do Diário, intitulado "Projeções climáticas"?:
Existe um consenso internacional de que a redução dos danos potenciais depende de um somatório de medidas recomendáveis, que devem ser adotadas com a realidade condizente de cada país e com suas conseqüências no âmbito regional.
O que é mesmo que cada país deve fazer?

Quando Haddad

O Diário chamou na capa a visita que o ministro da Educação, Fernando Hadad, faria ao Ceará. Disse que "nesta edição", antecipa com exclusividade detalhes do programa "Alfabetização na idade certa" que o ministro veio lançar.
Mas esqueceu de dizer onde e a que horas. Disse apenas que era hoje, no Ceará.

Para saber onde, só lendo O Estado: "A solenidade será no Centro de Convenções (salão A superior)".
O evento começou às 10h, nenhum jornal informou isso.
E a chamada de capa do Estado errou o dia: Fernando Haddad lança amanhã no Ceará...
O evento foi hoje.
O Povo não deu nada.

Policial com sentimento

Mariana Toniatti, do Povo, escreveu um texto comovente sobre uma criança de 10 anos assassinada a tiros. Fugiu do lugar-comum dos textos policiais. Bem-escrita, a matéria nos faz entrar na casa, viver o drama da família e se emocionar com o drama.

Alguns pecadilhos. Em nenhum momento fala da hipótese de o garoto ter praticado delitos, como fez o Diário. Mas está presente no texto nas respostas da mães e de irmãos, como esse trecho destacado na página: "Na família ninguém acredita que estivesse metido em assalto." E citou uma hipótese absurda, que o garoto estaria dentro de um ônibus quando foi atingido.

No resumo da matéria, a edição truncou o texto, que termina assim:
A família diz que ele nunca havia se envolvido em

Recomendo a leitura. Clique aqui.

Outra da Polícia.

Nesta, o Diário levou a melhor.
Na matéria sobre o depoimento do pistoleiro, o Diário foi o único a dizer que não haveria (como não houve) acareação entre os acusados de matar Ana Bruna. O Estado chegou a dar manchete: Acusados de matar Ana Bruna serão acareados.

A matéria do Diário merecia mais crédito pois trazia a argumentação do juiz para que não houvesse a acareação: Quem não tem compromisso com a verdade, réus envolvidos na mesma acusação, não se presta para participar de acareação cujo resultado, além de ser discutível, seria imprestável como prova. Este é o entendimento dos tribunais e da doutrina moderna predominante”, disse o juiz Jucid Peixoto do Amaral em seu despacho indeferindo o pedido de acareação.

Até parecia saber que a informação era exclusiva, pois disse mais: O magistrado foi mais além: “A acareação, em outras oportunidades, leva à solução das divergências. Porém, no presente caso, não tem necessidade. Por tais motivos, o processo passa para fase de instrução.”

Outra contradição:
Sobre o mesmo tema, o Diário informa que Veridiano afirma: Eudásio deu o primeiro tiro em Ana Bruna.

No Povo, só a carona: Pistoleiro acusa cabo da PM de dirigir moto

Santa Casa dos horrores

A matéria intulada "Saúde pública na Santa Casa está comprometida", da repórter Natércia Rocha (Diário), é um verdadeiro raio x daquela instituição que, pelo texto, transforma-se numa casa de horrores. Dramático.
Vale a pena ler. Clique aqui.
No início, um errinho: a expressão maus-tratos foi grafada sem o hífen.

15 ou 16 em Alagoas?

Na página 6 do Diário, há uma "curta" com o seguinte título:
15 bebês morrem em hospitais públicos

Mas o texto matou mais um:
Já são 16 recém-nascidos mortos desde o dia 15.

Gol de placa

Bom texto de Flávio Paiva (Diário) sobre os mil gols de um só Romário.
Recomendo com entusiasmo a leitura. Clique aqui.

Petrobrás tem acento

Manchetes dos jornais de hoje:

O Povo
Petrobras descarta
siderúrgica no Ceará

Diário
Petrobras descarta
siderúrgica no CE

O Estado
Petrobras descarta
siderúrgica cearense

Além da semelhança das manchetes, todos os jornais trazem mais uma coisa em comum: o respeito ao desrespeito da Petrobrás em relação às normas gramaticais brasileiras. A empresa sempre usou o nome com acento, como manda a regra. Até que um belo dia, no governo anterior, os tecnocratas resolveram abolir o acento gráfico, para fazê-la mais internacional. Pode? Um absurdo que os jornais não são obrigados a seguir, a não ser por subserviência.

Alguma empresa francesa faria isso? Cito a França porque a língua de Victor Hugo usa muitos acentos, bem mais do que a nossa. Nem por isso, alguma empresa contabilizou prejuízos por essa peculiaridade. A guinada da Petrobrás foi naquela época do modismo de atualização de marcas (lembram que o Banco do Brasil queria tirar a preposição "do" de seu nome?). Os bancos mudaram as marcas, mas a Caixa não se atreveu a tirar o acento do "Econômica".

Pois bem, a Petrobrás demonstra desrespeito ao povo cearense, tripudia de nossos empresários e políticos. Não podemos ficar calados. Da mesma forma, não podemos aceitar sua iniciativa de agredir a língua brasileira. Acho até que deveríamos abolir os acentos gráficos, mas enquanto isso não ocorrer somos obrigados a escrever de acordo com as normas. Principalmente se é uma empresa do governo. É um acinte.

Proponho um protesto dos jornais. Voltemos a usar o acento em Petrobrás.

Cool, insista não desista

DA CAIXA POSTAL

Parabéns pelo esforço superhumano de tratar do jornalismo que não existe no Ceará devido a pressão dos insumos das rotativas, pela fome de luxo-caviar dos empresários do ramo, pela sede de auto-afirmação material dos que um dia foram jovens promessas nas redações...

A missão é espinhosa, mas não desista... mande bala, rasgue, taque o pau, não concilie, essa turma de desesperados materialistas só entendem mesmo essa linguagem, deixe-os sem sossego, tire-os do conforto, chame-os para o que um dia eles foram, realistas, convide-os para responsabilidade de nunca perder de vista o que é a realidade, e deixar de passar como fatos meras versões...

Adelante, e que Don Quixote te guarde dos ventos dos moinhos de vento....

Francisco Norton Lima

Agradeço o comentário acima, que chegou por email. O blog não tem patrocínio, o combustível dele são os comentários, as críticas e, naturalmente, os elogios.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Fora do lugar-comum

A coluna Motor 8.5 do Povo fez um bom trabalho.
Saiu do lugar-comum e foi ouvir especialistas em carro para opinar sobre os veículos que estão no edital do Ronda do Quarteirão. É uma boa leitura, até mesmo porque foge do lengalenga político.
Tire suas conclusões depois de ler o que eles dizem aqui.

Fábio sem foto

A coluna Política, de Fábio Campos, começa assim:

Atentem para o que disse o presidente do PT, Ricardo Berzoini (foto)...
A única foto da página, além da do colunista, é a do ministro do STJ, Napoleão Maia Nunes. Esse erro você só vê na versão impressa.

Mas vale a pena ler a coluna. Clique aqui.

Assembléia em dia de Câmara

Sob o título acima, na P, 21 do Povo, matéria começa assim:

A Assembléia Legislativa viveu mais um dia de Câmara Municipal. Manifestantes com problemas com a Prefeitura de Fortaleza estão fazendo questão de procurar primeiro os deputados estaduais, para depois recorrerem aos vereadores da cidade.

O texto apenas revela perplexidade com a situação, não busca explicá-la. Se está virando moda, como disse o texto, deve haver uma explicação. Um dos manifestantes chegou a ser entrevistado, mas não sobre isso. Ao leitor, cabe a especulação. Será que a Câmara está cumprindo o seu dever? Os manifestantes estariam optando pela Assembléia porque a Câmara não tem oposição e não lhe dá ouvidos?

Leia a matéria aqui.

2' minutos


Chatinha essa vinheta do novo projeto do Povo. Por vários motivos.

É bem maior que o título das matérias.

Às vezes, vem 2' min, noutras 2' minutos. Ora, o simbolo posterior ao número 2 já quer dizer minuto. Escrever 2' minutos é o mesmo que dizer R$ 5 reais, 2h horas.

Seja qual for a quantidade de notícias que venha abaixo delas, o tempo de leitura será sempre 2 minutos? Quando é só uma, não estaria chamando o leitor de retardado por levar tanto tempo para ler uma curtinha?

Nos "2' min visuais", pior ainda. Pra que isso? Basta a foto com o texto abaixo. Fica a vinheta disputando atenção com a foto, com os textos. Parece aqueles comerciais que ganham prêmios, mas não vendem o produto anunciado.

Uso o termo "vinheta", não sei se é o mais apropriado. Se alguém puder me ajudar...

Gulherme Rocha

Está assim o texto abaixo do título "Reformado casarão da rua Guilherme Rocha":

A rua Gulherme Rocha ganhou de presente o casarão da década de 30 que lhe haviam tomado.
Mas perdeu o i.

Você pode ler a matéria aqui, mas não vai encontrar a frase com erro, exclusiva da versão impressa.

Língua de Mussum

Baixou o espírito do antigo componente dos Trapalhações no "Fala, cidadão" da P5 do Povo:

Escreva o nosso blogs

Aliás, como está o ruim a impressão do jornal. Ou a impressão é minha?

Equívoco do Gervásio

Apesar da fonte que desestimula a leitura, li o artigo Equívoco político, do jornalista Gervásio de Paula, na P. 4 do Povo. Depois de delongas, o penúltimo parágrafo chega à essência do artigo:

...deputado Heitor Férrer abraçou, recentemente - metendo o pé na jaca - uma causa inglória e sem sentido social, nos primeiros acenos de reforma da Constituição do Estado do Ceará, ao ser sectário contra a licença de deputado estadual para fins de ocupação de cargo no Executivo. Que mal há nisso ? Se o requisitado tem competência para o exercício do cargo, se é dotado de estatura moral igual à de Vossa Excelência para assumir os encargos administrativos e conviver honestamente com os recursos financeiros públicos na máquina estadual, só tem a ganhar com isso a sociedade em função da qual sobrevivemos.

Primeiro, uma correção. Heitor não é contra um deputado assumir cargo no Executivo. O que ele defende é que o parlamentar faça opção. Se vai assumir o cargo, renuncie ao mandato. E tem sentido. Uma das funções do Legislativo é fiscalizar o Executivo. Da forma como está, há promiscuidade. Para ilustrar, o recente caso de Eunício Oliveira. O deputado licenciou-se para ser ministro. Numa votação polêmica, em que o governo Lula precisava de todos os votos, o ministro deixou o cargo, voltou à Câmara dos Deputados e votou com o governo. Ato contínuo, voltou a licenciar-se, deixou o Congresso e voltou para a Esplanada.

Outro ponto a discutir. O suplente assume como um parlamentar de segunda categoria, sem as plenas prerrogativas do titular. E fica pesando sobre sua cabeça uma espada de Dâmocles. Por mais que seja independente, estará sempre atrelado ao governo. Caso vote com a oposição, por exemplo, o Executivo pode a qualquer hora mandar de volta o deputado secretário e dar um chega pra lá no suplente indisciplinado. Hoje, o Legislativo sofre com isso. Só teria a ganhar com a proposta de Heitor Férrer.

O Povo chapa-branca

As manchetes do Povo de ontem Prefeitura declara guerra às cartomantes e de hoje Multa inibe motoristas são dignas de um boletim da Prefeitura. A primeira demonstrava falta de assunto, mas, junto com a de hoje - justificando a fiscalização eletrônica - pode revelar outra motivação.

Ainda na capa, a chamada "Mulheres do Ceará ocupam vice-liderança", falando de transações com cartão de crédito, omite o "quando". Não diz em que período houve a movimentação de R$ 4,4 bilhões.

Extra! Extra! Extra!

Tubarão dá à luz sem procriar.

Se verdadeira, essa notícias escondida nas "curtas", da P.15 do Diário, merece manchete.
Vamos ler o texto:

Uma fêmea da espécie dos tubarões-martelo deu à luz sem procriação um filhote...
Não é estranho? Procriar e dar à luz são sinônimos. Seria o mesmo que dizer que a fêmea pariu sem parir, procriou sem procriar, deu à luz sem dar à luz.

E vejam o título:
Tubarões podem se reproduzir sem sexo.
Dúbio. Os filhotes nasceram sem órgão sexual?

Leia esta notícia aqui.

Penúltima chamada

Coluna Comunicado do Diário se mostrou desinformada no tópico "última chamada":

Termina hoje o período de recebimento pela Assembléia Legislativa de propostas de entidades da sociedade civil para a atualização da Constituição Estadual.
Na P2, informa-se que "foi prorrogado por 15 dias o prazo para a entrega de emendas.

E no tópico "casa nova", velha redundância: inauguração das novas instalações
Velhas, não seriam inauguradas.

E por falar em P2, olha o que tinha lá:
...devem ser protocoladas junto à Diretoria Adjunto.
Por que não diretamente na Diretoria?

... já que a mesma estava enferma e precisava...
O advérbio com função de sujeito é intragável.

... determina a obrigatoriedade de veiculação a cerca dos tributos federais...
Que cerca é essa?

E, na mesma página, Edilmar: Câmara Federal. No Congresso há Senado Federal e Câmara dos Deputados. Os adjetivos "federal", "baixa" e quejandos não passam de adjetivos e não merecem inicial maiúscula.

Meio-ambiente é de lascar

Na seção "As mais comentadas", na P.2 do Diário, três erros num pequeno espaço.

Os leitores defenderam a tradição mas sobretudo o respeito ao meio-ambiente.
Meio e ambiente são sinônimos, mas o uso já está disseminado. Agora, com hífen, é de lascar.

A maioria das mensagens... foram de críticas ao Ceará.
A foram...
Os alvo foram a organização do time
Promiscuidade pura: sujeito e predicado no singular, artigo e verbo no plural.

As commodities do Diário

Com o título "Exportações prejudicadas" o editorial do Diário se aventura sobre um tema que parece não dominar.

A desvalorização da moeda norte-americana, porém, prejudica as exportações, afetando a cadeia produtiva e, por extensão, o comércio externo.
Acho que a ordem está trocada. Prejudica o comércio externo e afeta, por extensão, a cadeia produtiva.


Não há, entretanto, como evitar o impacto negativo na competitividade das empresas exportadoras não ligadas a “commodities”. Afinal, elas estão absorvendo os efeitos negativos do real valorizado.
Ora, é o contrário. Vejamos a wikipédia, sobre "commodity": É uma referência aos produtos em estado bruto ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Também pode ser utilizado para referir-se a produtos sem diferenciação.
Isto é, se a única diferença é o preço, a desvalorização do dólar prejudica os exportadores de commodities. Se o produto agrega valor (vá lá o termo), a variação cambial o afetará menos. Isso, se realmente eu entendi.

O erro continuou no segundo parágrafo seguinte:
...para atenuar os efeitos danosos da queda do dólar sobre um conjunto de empresas não beneficiadas pelo alinhamento dos preços internacionais proporcionado às “commodities”.

Aqui, um erro de estilo:
Aquele dirigente enxerga na queda da Selic, a taxa reguladora dos juros básicos da economia, outra alternativa em favor das exportadoras afetadas.
Já nem se cobra mais, nos textos comuns, a etimologia da palavra. Mas os textos de editorial, que reflentem a opinião do veículo, deveriam ter um cuidado maior. "Outra alternativa" é um pleonasmo. "Alternativa" já contém "outro" (alter).

Leia o editorial aqui.

Furo do Diário

Enquanto O Povo dá manchetes sobre ações da Prefeitura (cartomante, multas), o Diário faz jornalismo e dá um furo no concorrente com a seguinte manchete:

Suspensa licitação do 'Ronda do Quarteirão'
Só não entendi essas aspas.

Estadinho

Venho sendo cobrado a falar também do Estado, não só de O Povo e Diário. É que tenho dificuldade de encontrar o jornal, ele não está na internet.
Hoje dei uma olhada.

Capa
Não entendi a Macaca com aspas e o Tricolor de Aço sem. Se os dois são sinônimos de Ponte Preta e Fortaleza, respectivamente, ou se colocam aspas nos dois ou em nenhum.

Pag 3
Na matéria "Tucano pede anulação da eleição para os conselheiros", a seguinte linha abaixo do título:
Deputados defendem apuração das discrepâncias existentes.
É, se elas fossem inexistentes, não preocupariam os deputados

Coluna Diário Político
Elogios graciosos
O colunista Fernando Maia critica o deputado Teodoro por fazer elogios graciosos ao governador Cid Gomes.
Deveria cobrar??? Aliás, corre à boca-pequena que elogios ou críticas, nada é gracioso na maioria das colunas publicadas nos jornais cearenses.

Política (P.4)
A coluna do Macário comete um escorrego ao assinalar "conta corrente", com hífen. Só leva o tracinho no plural (contas-correntes) e assim mesmo com outro sentido: livro, que certamente já nem se usa mais, onde se escrituram as contas correntes dum estabelecimento comercial (Aurélio).

Na mesma página, o seguinte título me chamou a atenção:

Inácio Arruda diz que emendas simplórias não tem mais vez
Como assim, simplórias? Parece que o erro não foi do jornal, a não ser por ter reproduzido a fala do senador, que esclarece: "os parlamentares não podem mais fazer emendas simplórias que signifiquem obras sem valor e desnecessárias".

Mas simplória quer dizer tola, ingênua. E as emendas, origem de corrupção (alvo da operação navalha), não têm nada de simplórias. Pelo contrário.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Pau no Diário

O Diário de hoje traz a terceira matéria sobre a festa de Santo Antônio em Barbalha.
Na primeira (sábado, 19/5), falava apenas dos preparativos da festa. Já O Povo dizia que o pau da bandeira havia sido apreendido pelo Ibama. Mesmo com uma sucursal na região, o Diário levou furo. Tratei do assunto aqui.

Na segunda matéria(domingo, 20/5), noticia que o Ibama liberara o pau, de cuja apreensão os leitores do Diário não tinham sido informados. Comentei aqui outra estranheza. O texto disse que o pau passara a noite na sede do Ibama, no Crato.

Hoje, com destaque na capa, volta ao assunto, ouvindo personalidades sobre o impasse entre a tradição da festa e a lei ambiental. De novo, o texto não passa recibo dos erros anteriores. No de hoje, fica claro que o pau de aroeira não deixara o sítio, em Barbalha, de onde foi arrancado, para pernoitar no Crato. Ele será levado diretamente do sítio Roncador até a igreja, num percurso de 5 quilômetros.

Ô coisinha difícil para esse jornal é reconhecer um erro. Também, até a autocrítica é terceirizada...

Pistolagem na reportagem

Terminou hoje a série de reportagem inciada domingo no Povo. Um fiasco em comparação ao que prometeu.

Com o "carimbo" de cobertura especial e o sobretítulo POLÍTICA E PISTOLAGEM, O Povo deu a seguinte manchete: Poder, intimidação e morte. O texto da capa:

Política e pistolagem sempre andaram de mãos dadas no Ceará. Prefeitos, vereadores, deputados e governadores já se envolveram em crimes pela disputa do poder na região. O balanço é cruel. O Povo foi atrás dos principais crimes envolvendo políticos nas últimas décadas e constatou a falta de punição aos mandantes....

No domingo, comentei aqui: Mas as quatro páginas da reportagem citam apenas três casos de pistolagem: Almir Dutra (então prefeito de Maracanaú), João Jaime Ferreira Gomes Filho (então prefeito de Acaraú) e Afonso Fontes (então candidato a deputado). Quanto a este último, ainda há dúvida se houve motivação política.

Notem que o texto de abertura disse que o Povo foi atrás dos principais crimes nas últimas décadas ( e citou apenas três). E constatou: O BALANÇO É CRUEL.

Ao término da reportagem, na edição de hoje, quem foi cruel (com elegância) foi o editor Guálter George em artigo "a pauta veio antes" debaixo da vinheta BATE-PAPO COM O LEITOR.

Explicou como se faz a pauta, que haveria risco para a segurança de fontes e jornalistas. Que foi um material sereno e que saiu como planejado: enxuto, objetivo, analítico e histórico. E disse que o repórter Vicente Gioielli era paulista, mas já diz "vixe", de vez em quando. A matéria de hoje, que fechou a reportagem, tem o título "A moeda toma o lugar da bala". Fala de dossiês contra adversários, o exemplo veio de São Paulo, aquele contra o Serra.

Interessante a série pela discussão, reflexão. Mas o jornal tentou dar um impacto que não existia, certamente para justificar a manchete. Pesquisar as últimas décadas, anunciar que o balanço é cruel e apresentar apenas três casos. Sei não, tem algo errado. É o que se chama de forçar a barra.

Errinhos de concordância

O Povo
No resumo da matéria da P7:
Em Fortaleza, cabe o novo e o velho.

E no meio do texto da matéria da P9:
Para limpar um poste gasta-se R$ 261,97

Prêmio BNB de jornalismo

O Povo e Diário dividiram o prêmio nacional de jornalismo impresso (texto). Cada um puxou a brasa para sua sardinha nos títulos de chamada de capa: "O POVO VENCE PRÊMIO BNB" e "Diário vence o prêmio BNB". Os dois sonegaram informação nos títulos. Menos mal para o Diário que informou no texto da chamada que o prêmio foi dividido com o principal concorrente. O Povo só disse isso, e de maneira enviesada, na P.2.

Prefeitura declara guerra às cartomantes

O título acima é o mesmo da manchete do Povo de hoje. A matéria diz que a Prfeitura entrou com uma ação contra as cartomantes que emporcalham os postes com anúncios de seus serviços. Só pode ser falta de assunto dar manchete disso. Ou a explicação estaria, ironicamente, no sobretítulo da manchete?

ANÚNCIOS IRREGULARES

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Um jornal para ver

O Povo de cara nova. Mais leveza, bom da gente olhar a página, os destaques do leiaute, mas não estimula a leitura. As fontes escolhidas não ajudaram, ouvi várias reclamações sobre dificuldade de leitura. A fonte dos título é muito semelhante à do Diário. Principal diferenla é o pingo do i, redondo no Povo quadrado no Diário. A dos textos é cansativa, parece saída de uma antiga tipografia. Precisa ser revista, apesar de toda justificativa do sr. Garcia. A reforma gráfica está sob teste. Está na hora de ouvir os leitores.

Tenho a impressão de que a crença de que a interatividade é saída para o jornal, deu-se ênfase a esse ponto. Ao ponto de ser mais forte o estímulo para outras mídias do que para a sua própria leitura. O tamanho da fonte, pequeno. Também vai no padrão da internet. Aqui, há uma diferença, exatamente pela interatividade. O leitor pode modificar o tamanho da fonte que lhe for mais cômodo. No impresso, não tem opção. Portanto, aproximar-se do padrão médio de legilibidade de seus leitores.

Na organização da página, impecável. Mais espaço para imagem, mais brancos. Ao valorizar as fotos, valoriza ainda mais o fotógrafo, com um bom tamanho da fonte do crédito. Bom.

Mas não me convidou à leitura. Deve ser porque hoje eu estava com enfaaaaado de ler jornal.

domingo, 20 de maio de 2007

Coelce no Fantástico

Essas duas capas, uma do dia 10, a outra do dia 15 de maio, a meu ver, registram vexames do jornal. Repetitivo. No mínimo, deixou a dever para o leitor. A primeira, do assalto no Iguatemi (um shopping da Água Fria), já discutimos aqui.

E esta não trouxe chamada sobre o corte de energia que causou a morte de uma senhora dependente de aparelhos para sobreviver. Tinha que estar na capa.

Ecoou no Fantástico. O assunto foi destaque, com direito a chamadas antes do programa começar: atração.

A matéria foi dada com exclusividade pelo Diário, circunstância carimbada nos textos seguintes da repercussão do caso.

O assunto foi parar em todos os meios de comunicação, nas redes de TV, nos jornais de amplitude nacional. Em torno de 900 citações no Google.

Foi debatida na Assembléia Legislativa. Dois deputados federais (Leo Alcântara, Chico Lopes) se apressaram em apresentar projetos de lei para evitar esse tipo de catástrofe. Ganhou mundo. Pois, bem.

Ponto para a profissional que fez o texto, Leda Gonçalves, uma reportagem humanizada.

Mas tentem ver na capa (acima) qualquer menção à matéria.

Um material de impacto, exclusivo, de alta relevância, enorme potencial de repercussão, (como se provou!).
Merece manchete, mas não foi nem da página interna.

O papa não perderia tanto destaque se não fosse a manchete. Deixaria aquela bela foto. Mas, vá lá.

Então, teria que ser a de segunda importância. Nada, nenhuma linha. É possível que o responsável tenha cometido um erro de avaliação na hierarquia dos fatos, o que seria ruim profissionalmente. Mas poderia ter sido por conveniências, o que seria pior ainda, num espaço de cinco dias. Remember Iguatemi. Impõe dúvidas, deteriora a credibilidade.

A imagem da capa não é muito nítida, listo as chamadas daquele dia:

Salários em alta (dos deputados)
Papa condena aborto na visita ao País (manchete)
44 pacientes esperam por UTI na Capital
Justiça manda garis voltarem ao trabalho
Caldeirão: 70 anos de massacre
Rabecão improvisado em Caucaia
Federal indicia os pilotos do jato Legacy
Perfil dos rivais de Fortaleza e Ceará
Cid: CE não negocia mais a siderúrgica
Imposto chega a 70% do valor dos presentes (mães)

Proponho um exercício:
Pensar, com vagar, qual dessas chamadas
deveria sair para dar lugar à do corte de energia elétrica, fatal.

Isso, obviamente, se você não decidir deixar a capa como está.
Deixe o seu voto no comentário.
Enriqueça o debate.











O que há com Luizianne?

Os jornais publicam hoje uma nota da Prefeitura de Fortaleza que fala muito mal de Luizianne Lins.

A Prefeitura concedeu licença para a construção do Iguatemi Empresarial, "às margens do Rio Cocó, principal bacia hidrográfica da capital cearense". Agora, provoca a Câmara para tentar um referendo popular para ratificar ou não a sua decisão. Gente, que coisa!!!

A nota argumenta que a "Prefeitura entende que o direito à propriedade não pode estar acima do interesse público" e quer que a população se posicione sobre o tema, "já que a legislação atual é permissiva neste aspecto".

Ué, em que circusntâncias se encontrava a Prefeitura no momento em que concedeu a licença? Pensava diferente naquele momento? Se acha a lei permissiva, o que fez para sanar essa situação? Lamentavelmente, Luizianne, com essa atitude, revela despreparo para estar à frente de um cargo tão importante. Fortaleza não merece isso.

A argumentação da nota é paupérrima. É como se ela estivesse em estado de letargia quando deu a licença e só acordou agora com os protestos por parte da população (?), do movimento sócio-ambiental (sic) etc.

Ora, e o que dizer do réveillon, considerado suspeito por diveras instituições? Que fez a prefeita na ocasião? Em vez de reconhecer o erro, prometeu uma festa maior. Não seria o caso também de um referendo?

Assim não, Luizianne.

Achados paleontológicos

O Povo traz hoje duas páginas sobre paleontologia. Pena que uma desminta a outra. Na P.12, abaixo do título "Folhas pré-históricas no Ceará", o seguinte texto:

Professores e pesquisadores descobrem área com vários tipos de vegetais fossilizados na região do Baixo Jaguaribe. É o primeiro achado deste tipo na região.

Agora leia o títlo da P. 13:

Primeiros achados há mais de 50 anos

Está claro que não foi um descuido na hora de fazer o título, pois o texto que vem abaixo confirma:

As primeiras plantas fossilizadas no Baixo Jaguaribe foram encontradas, há mais de 50 anos, por um pesquisador do Rio Grande do Norte

Editorial O Povo

Os errinhos do texto:

Mortes nas filas de espera de UTIs voltam a registrar-se no Ceará levando às autoridades a se debruçar mais uma vez...
Essa crase é descabida.

As UTIs devem ser utilizadas por pessoas que necessitem de internamento nessas unidades especializadas como única alternativa para reverterem suas doenças.
Alternativa quer dizer opção entre duas coisas. Então, o adjetivo "única" é impróprio para esse substantivo, que lembra "outro", daí alteridade. E reverter doença também é meio impróprio, não? Mais simples: curar.

Leia o editorial.

Balanço cruel

Texto da manchete "Poder, intimidação e morte" (O Povo):

Política e pistolagem sempre andaram de mãos dadas no Ceará. Prefeitos, vereadores, deputados e governadores já se envolveram em crimes pela disputa do poder na região. O balanço é cruel.

Mas as quatro páginas da reportagem citam apenas três casos de pistolagem: Almir Dutra (então prefeito de Maracanaú), João Jaime Ferreira Gomes Filho (então prefeito de Acaraú) e Afonso Fontes (então candidato a deputado). Quanto a este último, ainda há dúvida se houve motivação política.

Como é uma série de reportagem, que começou hoje, é possível que mais nomes venham para comprovar que o balanço é cruel. Mas ficou devendo aos leitores para justificar o adjetivo que vai na capa e nas páginas internas de hoje.

Bandido desaforado

Ontem eu disse que o pessoal da Economia (e também da Polícia) assume o jargão do setor (leia o post aqui). Hoje, a Polícia deu seu exemplo. Está na P. 14 do Diário o seguinte título:

Julgamento de bandido é desaforado para a Capital

Apressadamente, julguei que o bandido tinha dito alguns desaforos, desacatara o juiz. Na matéria, o repórter traduz desaforado (transferido). Então por que não escrever o mais simples, mais claro e mais direto?:

Julgamento de bandido é transferido para a Capital

Ibama solta o pau

Hoje, o Diário deu na P.12:

Ibama libera pau da bandeira em Barbalha

Para os leitores do jornal, a notícia caiu assim sem mais nem menos. Na edição de ontem, não havia a informação que o pau tinha sido apreendido. A apreensão foi nocitiada pelo O Povo. E fiquei tentado a dar crédito a matéria do Diário, pois a do Povo foi feita em Fortaleza. A do Diário, em Barbalha, pela sucursal do Cariri. E foram ouvidos os mesmos personagens: o chefe do Ibama no Crato, Eraldo Oliveira, e o chefe do Instituto Chico Mendes, Jackson Antero. Vacilo do Diário.

Hoje, ao tentar se recuperar, publica uma estranheza:

Depois de uma noite apreendido na sede do Ibama, o pau da bandeira, feito da aroeira, árvore em extinção, foi liberado.

Desconfio. A matéria diz que a aroeira cortada tem mais de 23 metros e cerca de duas toneladas. Valeria mesmo a pena transportar de Barbalha para o Crato (sede do Ibama) para passar apenas uma noite e ser recambiada para Barbalha no dia seguinte? Acho que não.

E o texto ainda nos brinda com a seguinte declaração:

Ele avalia que o corte de outra árvore causará um prejuízo maior.
É mesmo?

Influência sudestina

Ontem, foi a "loira" no Buchicho (Povo). Hoje, foi no Diário (P. 8):

Aposentados terão holerite para provar renda.

Esse termo aí é coisa de paulista. Nós dizemos mesmo é contracheque.

Oligarquia irritada


Com bastante atraso, a coluna Regina Marshall (Diário) fala da Revista Piauí, que trouxe na seção "perfil" um texto bem escrito sobre os Ferreira Gomes, de Sobral. O tópico da coluna, intitulado "Os irritados", diz isso:
Quem quiser conhecer mais de perto a oligarquia dos Ferreira Gomes tem que ler a revista Piauí.
O problema é que a colunista não diz que a revista é mensal e que a matéria saiu na edição de março. Isto é, quem correr às bancas para comprar a revista vai sair frustrado. Menos os leitores deste blog, que podem ler aqui.
A foto acima, que mostra Dona Mazé com os cinco filhos --Lia, Cid, Ivo, Ciro e Lúcio --, está no site da revista.

sábado, 19 de maio de 2007

Haja álcool

Sob o título "Pinguços ousados", a coluna Regina Marshall (Diário) traz o seguinte texto:

Os seguranças de supermercados devem manter rigorosa vigilância nas seções de bebidas desses estabelecimentos, pois pinguços costumam penetrar, de mansinho, disfarçando o estado de embriaguês e pegam garrafas de whisky e outras bebidas, removem os lastros e levam a garrafa à boca. Algumas pessoas já foram vítimas desses marginais, adquiriram whisky de qualidade e ao chegar em casa descobriram que foram lesados.

Eca!!! Quem escreveu o texto devia estar "lastreado" com o sobejo da bebida pois trocou "lacre" por "lastro".

A educação pelo avesso

O título acima é o mesmo que foi publicado hoje no Caderno 3 (P.4) do Diário, assinado pelo crítico (?) de cinema Pedro Martins Freire. É um festival de erros gramaticais e de pensamento:


Num país onde deputados se elevam à condição de marajás e professores (que os ajudaram e ensinaram a ser gente e a tratar os outros como gente) terão piso salarial de R$ 850,00 só daqui há três anos, o sistema de ensino não poderia ser tratado de outra forma senão que a pontapés.
Não entendi essa mistura de deputados com professores. Este "senão que" é um verdadeiro pontapé na língua.

É o que mostra o documentário ´Pro Dia Nascer Feliz´, de João Jardim, o realizador de ´A Janela da Alma´.
É mesmo, o filme mostra isso? Então, não quero ver.

É como o nível de importância que o governo dá à escolar que ele quer ver o País.
Dá à escolar???

O ostracismo do sistema de educação no Brasil começou a ser vilipendiado
Peraí, o ostracismo começou a ser vilipendiado?

pelos militares da ditadura que controlou a nação durante mais de duas décadas e se estende até os dias de hoje.
Para quem não sabia, a ditadura se estende até os dias de hoje. Quem sabe umas vírgulas não ajudariam o entendimento do que ele quer dizer...

A idéia de educação para os governantes e detentores do poder são os ´cursos profissionalizantes´, ou seja, a preparação de mão de obra para o comércio, a indústria, etc.
O "etc" deve comportar jornalismo, pois escrevem "mão-de-obra" sem hífen.

Preparar e investir no indivíduo para o pensar tornou-se um perigo. Essa ideologia do atraso permanece viva no governo Lula, no qual foi depositado a esperança de mudanças e hoje não passa de uma sombra de FHC, ou pior ainda, dado às denúncias de favorecimento e corrupção envolvendo o seu partido político, o PT.
Seria ele uma prova da consequência de não preparar o indivíduo para pensar? E esse "dado às denúncias"... Tenho que parar para pensar, mas dá uma preguiça!!!

A grande pergunta que o filme deixa para todos, após se ver a solitária e notável adolescente pernambucana Valéria Manari de uma pequena cidade do interior caminhar por uma estrada, a qual se configura como metáfora das incertezas é: o que se fazer para reverter toda essa falência criminosa, esse planejado assassinato de um País, expressado degradação de seu sistema de ensino.
A pergunta é mesmo pertinente: o que se fazer? Como se reverte uma "falência criminosa", um "planejado assassinato". Só a ressurreição.

No Brasil, criança e adolescente nascem sob a omissão do estado já nos hospitais e maternidades, passa pelo bairro ou favelas em que moram, na falta de ambientes de lazer e efetivos programas assistenciais, na solidão da ignorância dos pais, no ato da falta da escola (ou de salas adequadas, de professores), no desvio da merenda escolar (quem rouba não é punido).
"Criança e adolescente nascem". Precisa comentar? "...na solidão da ignorância dos pais", "no ato da falta da escola". Meninos, acho que ele escreveu assim para provar sua argumentação. Tipo assim: se não houver melhora no sistema de ensino, todos escreverão assim. Vote!

E, quando dentro da escola, o que o jovem encontra? Falta de escolas e, quando têm, os prédios estão mal conservados ou caindo aos pedaços, banheiros sujos, matagal onde deveria ser área de esporte e lazer, professores desmotivados e ausentes, a ameaça da violência. Claro, há exceções.
Peraí de novo. Quer dizer que quando dentro da escola, o jovem encontra falta de escola? Como é que ele entrou na escola se a escola não há?

Em ´Pro Dia Nascer Feliz´, a exposição da falência do sistema de educação do País, choca.
Deve chocar mais do que essa vírgula separando o sujeito do predicado.

E é chocante, não apenas pela certeza da descaso, da incompetência e da falta de vontade política, mas por ser um processo de assassinato mesmo do ambiente da educação.
Certeza da descaso. Deve ter querido dizer "dá descaso" ou do "descaso".

O filme, não faz denúncia, mas promove uma reflexão fortíssima sobre o por que desse processo de acabamento.
De novo, a vírgula separando o sujeito do predicado.

A realidade exposta no filme, é o da escola, objetivamente se direciona na figura que nela deveria ser seu maior personagem: a juventude.
É repetitivo, heim? De novo, a vírgula separando o sujeito do predicado.

A escola vira exposição de ausência, carência. Quanto aos jovens, uma dolorosa exposição: a impossibilidade de sonhar com o futuro. Jardim não esquece de colocar a discussão da educação na faixa das classes sociais. As três alunas, Cissa, Mariana e Maysa, privilegiadas sociais, conscientes das desigualdades sociais, se perguntam: o que podemos fazer?
Terá querido dizer "socialmente privilegiadas" quando escreveu "privilegiadas sociais"?

Não é delas a função de acabar com a desigualdade. O espectador, sem saída, reflete com elas.O grande trunfo de ´Pro Dia Nascer Feliz´ é o de levantar reflexão sobre o destino do sistema de educação do Brasil. A idéia despertada, é o do que tudo está errado e da necessidade da derrubada do que aí está para a construção de um outro projeto. O atual, não dá mais, esgotou.
Ai, ai, virou estilo. A vírgula entre sujeito e predicado em mais duas vezes no parágrafo acima.

Um outro modelo de educação no qual jovens e professores não sejam figuras da exclusão, brigando para se incluírem num processo que os impede de entrar. O debate com o diretor João Jardim, após a sessão de hoje de manhã, tem tudo para ser especial. Que os estudantes dos cinco colégios que se farão presentes à sessão aproveitem a oportunidade do debate.

Ufa! Vocês conseguiram chegar ao fim? Quando li o editorial do Povo, que eu comento em piores textos, achei que era o imbatível do dia. Mas esta crítica é hors-concurs. Se o Diário tivesse só esse crítico, hein? Salve-nos, L.G. Miranda Leão.

Spread - explica pra mim

O pessoal da Economia (e também da Polícia) costuma escrever com o jargão do setor, como se a matéria se dirigisse só aos iniciados. Quando, na verdade, um dos objetivos é traduzir a linguagem, geralmente cifrada para o público em geral, a todos os leitores.

Na matéria "Mantega discute com a Febraban" (P.9 do caderno Negócios, do Diário), o principal assunto é a redução do spread. Mas, em nenhum momento, explica o que seja isso.

Pleonasmo na inauguração

Esta saiu nas "curtas" do caderno Negócios do Diário:

Lula inaugura nova fábrica no Tocantins

Se a fábrica não fosse nova, não seria inaugurada.

Navalha afiada

A operação navalha da PF prendeu muita gente, até mesmo o plural da matéria sobre ela na P.7 do Diário:

Foi solto o conselheiro do TCE de Sergipe, e um ex-procurador do Maranhão, que estava foragido, foi beneficiado

Imagino que apenas o conselheiro havia sido solto. Depois chegou a notícia do ex-procurador. Atualizaram às pressas, deixando uma desnecessária vírgula (depois de Sergipe) e a frase "foi beneficiado"

Lustosa da Costa

A sempre agradável crônica de Lustosa da Costa traz hoje uma curiosidade que certamente ele não percebeu ao escrever. Diz ele:

Quem não é visto não é lembrado. Nem gosto de registrar que ainda há gente de minha geração viva para que a Parca não ocorra recrutá-los logo.

E na coluna ele cita três: Guilherme Neto, Luís Campos e Adísia Sá.
Toc, toc, toc

Intrigante repetição

Está no tópico principal da coluna Comunicado (Diário):
...proteína presente no trigo, trigo, aveia, centeio e cevada, ingredientes de pães, bolos, pizzas e...

Preguiça na capa do Diário

Quem fez a capa do Diário de hoje devia estar com preguiça. Quase todas as chamadas foram literalmente copiadas (control c) das matérias internas. Em alguns casos, apenas corrigiu termos, como na manchete: "... é apenas uma das faces da crise". O texto da pág 8 está diferente: "é apenas uma fase da crise".

Noutra chamada, é o inverso. O sobretítulo está correto na p. 17: TESTEMUNHA-CHAVE. Erraram na capa, ao retirarem o hífen.

Na chamada da lista sêxtupla da OAB, a sigla do Tribunal ora é TJ-CE, ora TJCE.

Loira ou loura

Loira é variante de loura. O primeiro termo é mais usado em São Paulo. Aqui, na "loura deposada do sol" não dizemos loira. Tanto que na campanha eleitoral de Luizianne, havia adesivos com o "Lôra". Então, por que os jornalistas insistem em chamar "loira" como fez hoje o Povo na manchete do Buchicho? Haveria muitas estrangeiros na redação? Não, porque os daqui também gostam da loira, embora os cearenses prefiram "loura". Influências dos sudestinos.
Bom, loira ou loura, Cláudia Leite realmente levanta a galera.

O Povo dorme mais cedo

Segundo O Povo, Só um preso foi liberado ontem. Mas o Diário deu na última hora STJ liberta mais um da ‘Navalha'.
Certamente O Povo já havia fechado quando a informação chegou. Ganhou o leitor do Diário.

O Povo retira liminar

O jornal foi mais rápido que o governador no caso da licitação de carros de luxo para a polícia. Veja o texto que abre a matéria "Cid diz que Estado vai recorrer da liminar":

O governador anunciou que o Governo tentará derrubar na Justiça a licitação que garantiu à Nissan direito de disputar a licitação para fornecer os carros do programa Ronda do Quarteirão

Está claro que a primeira "licitação" deve ser "liminar".

Ibama segura o pau

Sob o título "Ibama apreende pau de Santo Antônio" (O Povo, pag 11), matéria informa que há um impasse para a realização da tradicional festa de Santo Antônio, em Barbalha. A matéria do Diário --"Programação de festa tem lançamento hoje" (Regional) -- não toca neste assunto, é mais uma agenda.

Vai ter ou não a festa?

Onde está o não?

Na matéria "Onde está o depoimento?" (pag 6, O Povo), esqueceram de colocar o "não", mudando completamente o sentido do texto:

Último depoimento da testemunha Ana Bruna ainda foi incluído nos autos do processo que apura as mortes no caso Valter Portela.

Matéria interessante do repórter Nicolau Araújo sobre o sumiço de documento tão importante para as investigações. Vale a pena lê-la.

Piores textos

Se houvesse um festival de piores textos, dois se destacariam hoje: o editorial do Povo e um artigo do crítico de cinema do Diário, de que falo noutro post.

Vamos aos principais trechos do editorial.

O resumo já traz uma palavra estranha ao contexto:

A ocupação da Funai em Fortaleza já deveria estar sendo pelo menos auscultada em Brasília.
Auscultar, segundo o Aurélio: "1-Aplicar o ouvido ou o estetoscópio a (o tórax, o abdome, etc.) para conhecer ruídos que se produzem dentro do organismo de; 2-Procurar conhecer; inquirir, sondar". O que seria auscultar uma ocupação? É o caso em que o pedantismo só faz confundir.

Os indígenas reivindicam a promoção hierárquica do órgão, para melhor encaminhamento de reivindicações.
Quer dizer: eles reivindicam para melhor reivindicar.


O texto começa com o sujeito no singular (O protesto dos indígenas), mas o autor coloca tanta coisa antes de chegar ao predicado, que ele vem no plural: poderiam ser contornados...

Mais adiante o texto fala em municípios supracidatos, mas não há citação nominal de nenhum município.

Contudo, essa política migratória forçada, apesar de haver povos indígenas nômades, tornou-se equivocante. Talvez tenha querido dizer "mostrou-se equivocada".

De resto, o texto é uma salada de aspectos históricos de que o autor tenta se valer para sustentar um argumento que se mostrou confuso. Se a reivindicação dos índios tiver o mesmo nível (o que acho difícil) será difícil de ser atendida.

O Povo anuncia para amanhã mais uma reforma gráfica e editorial. Mas se não cuidar dos textos...

Confira a infelicidade do editorial aqui.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

(I)migrantes

Acordo anistia migrantes

Assim é a manchete da pag 31 do Povo. Mas o abre esclarece que o acordo aprovado no Senado americano pode regularizar a situação de 12 mil imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Será que a manchete não colocou "imigrante" por questão de espaço? Mas logo a letra I, que é tão fininha... É, ela migrou para outra parte do texto.

Redundância

Pag 25 do Povo, no resumo da matéria "Geração de empregos formais no País é a maior desde maio de 2004":

"Mais uma vez o País registrou recorde na geração de empregos formais. Foram criados em abril 301.991 novos postos de trabalho".

Poderia criar velhos postos?

Segundo tem jogo?

Na pag 13 do Povo, o seguinte título:

Segundo tem dois jogos hoje

Tenho a impressão que quiseram dizer "Segundona tem dois jogos hoje", referindo-se à série B do Brasileiro.

Implicância

O verbo implicar -- no sentido de trazer como conseqüência; envolver, importar -- é transitivo direto. Muita gente boa esquece (ou desconhece). Foi o que ocorreu hoje no editorial do Povo ("Isso implica em criar uma rede de proteção") e na coluna É, do caderno 3, do Diário ("...cresce a terceirização, que implica na despencada da qualidade do atendimento").

Para corrigir, basta eliminar a preposição logo depois do verbo implicar.

Leia o editorial e a coluna É.

Furo no Cariri

O Diário tem sucursal no Cariri (Crato e Juazeiro); O Povo, não. Mesmo assim, só deu hoje o que o concorrente já publicara ontem sobre a descoberta de peças arqueológicas no Sítio São Bento (Crato). Para ler a matéria, clique aqui.

Como não chegar a Jeri


Oportuna a matéria do caderno Regional, do Diário, "Rodovias não têm sinalização", sobre a dificuldade de sinalização nas rodovias que levam a Jericoacoara. A falta de indicação nas estradas confunde os turistas, que precisariam parar de vez em quando, principalmente nos triângulos, para não se perder. Mas se se guiar pelas "sinalizações" da matéria, também teriam dificuldades.


A justificativa da matéria foi exatamente conferir os trechos que levam às praias de Jeri e Preá. No entanto, o trecho percorrido só vai até Acaraú. Mas não é só isso.


A matéria foi originada em Sobral. Portanto, o roteiro deve iniciar-se lá. A repórter esclarece: "o motorista segue pela BR-222, entra na CE-178, passa pela BR-403 e encontra, na seqüência, os triângulos do Morrinhos, Marco e Acaraú, bifurcações que dão acesso ao famoso litoral".
Se você for olhar o mapinha (clique na figura acima para ampliar) desenhado para ilustrar a matéria, a BR-222 não passa em Sobral. Segundo o mapa, o motorista já sairia de Sobral já pela CE-178. A BR-222 (no mapa) sai de Fortaleza e vai rumo a Acaraú (erro grosseiro). Antes, viraria BR-402. A repórter fala em BR-403. A repórter não teve culpa, o mapa é que é desinformativo.


O texto é bom, com pequenos senões:
Logo no início, está escrito: "Com a aproximação do verão, férias e alta estação turística no Ceará, período onde o fluxo no litoral aumenta em torno de 10%". O advérbio aí é de tempo (período) e não de lugar. Portanto, deveria ser "quando" e não "onde".


Há também uma vírgula separando sujeito de predicado (Quem não conhece, se perde mesmo.) e a palavra "caixas-d´água" foi escrita sem o hífen.
Mesmo assim, vale a pena ler a matéria.

Opção policial

O Diário deu manchete para o depoimento de um acusado de assassinar o próprio irmão. No mesmo dia em que morreu mais uma pessoa na fila da UTI e da prisão de figurões na operação Navalha da PF. Se é verdade ou não, o suspeito pode estar querendo se livrar das acusações. Seja qual for o caso, dar a manchete é uma opção muito questionável. E logo em duas linhas, ocupando todo o espaço da largura do jornal.

Comerciante acusa parente,
PMs, delegados e advogado

quinta-feira, 17 de maio de 2007

E a foto?

Dos colunistas do Povo, a discreta e competente Sônia Pinheiro talvez seja a única a não expor sua foto na coluna. E, às vezes, nem a dos personagens, como ocorreu hoje na pag 3, onde ela escreveu: "É a proposta que o edil Márcio Lopes - na foto - tenciona...".

Só que esqueceram de colocar a foto.
E o título da nota é INTERESSANTE.

Mantido e conservado

Na pag 10 do Povo, no abre da matéria "Peças tupis-guaranis no Crato":

"O local está sendo mantido conservado, para o Iphan iniciar o trabalho"

Se tirar o "mantido", não perde a conservação. Mais enxuto e mais elegante seria: "O local está preservado, para o Iphan iniciar o trabalho". Além de extinguir a redundância, descartaríamos o "sendo".

Só o mi

Um vício das editorias de economia que revela desprezo ao leitor.
Quando se trata de bilhão ou trilhão, não há dificuldade quando usam a forma reduzida nos títulos: bi e tri, respectivamente. Mas no caso de milhão, grafar "mi" pode confundir o leitor. Afinal, a cifra é mil ou milhão?

Alegam questão de espaço, que já revelaria desapreço ao cliente, o leitor. Mesmo assim, não é o caso do seguinte título da pag 8 do caderno Negócios do Diário:

Projeto deve ter R$ 60 mi em recursos

Ora, se a questão é espaço bastaria reduzir e fazer o título mais simples:

Projeto deve ter R$ 60 milhões.

A palavra "recursos" estaria sobrando, pois é sinônimo, aí, de dinheiro, já expresso com "R$".

Dor-de-cotovelo

O Ceará perdeu a direção do Dnocs para o Rio Grande do Norte, mas a reclamação do colunista Egídio Serpa (Diário), cujo irmão foi assessor de imprensa do órgão na gestão de Eudoro Santana, é de cunho partidário. Lamenta que o PT tenha perdido o Dnocs para o PMDB. Ele termina seu comentário dizendo:
Agora, o PMDB, que levou o Dnocs ao caos quando o comandou no quadriênio anterior, retoma a sua direção. Que sina.

Antes, ele citara uma constelação de nomes notáveis que, segundo ele, seriam gênios e que fizeram bem à autarquia. Mas não disse a que partido pertenceriam. Logo, revela preconceito contra o PMDB ou dor-de-cotovelo por algum motivo não-revelado no seu texto.

Confira aqui.

Pedala, revisão

Na matéria com o título "Passeio ciclístico sai de Messejana" ( e foi pra onde?), pag 12 do Diário, a expressão "passeio ciclístico" aparece no início do título, no início do abre e no início da legenda da foto. Ufa, é cansativo até para quem não pedala.

Para conferir, clique.

Projeto invasor

Na matéria que traz o título "Índios ocupam sede da Funai (Diário, pag 8)", o acento da palavra "índio" invade e ocupa o sobretítulo DANÇAS NA ESTRUTURA. Claro que é "mudança". O Diário, sem querer, fez poesia concreta com esta falha do projeto gráfico.

Na mesma matéria, esqueceram o hífen da palavra "infra-estrutura".

Leia a matéria aqui. Na internet, você não vai ver a falha gráfica, só a falta do hífen.

E no cabeçalho da página (que também não é visto na internet) colocaram um acento em "Secretaria", que virou "Secretária".

Preju nacional

Esqueceram de colocar o acento no título PREJUÍZO NO MARANHÃO, na pag 6 do Diário.

Natação

Edilmar Norões (pag 3, Diário) gosta mesmo de "quando nada". A expressão aparece três vezes na coluna de hoje. Clique aqui para ler a coluna e note que se a expressão for retirada não há perda para a frase. Até ficaria mais enxuta, pois quando nada se molha.

Neno dá a resposta

Num post anterior (Números na UTI), mostramos as diferenças dos números sobre fila na UTI. O Diário falava em 36, O Povo em 48. E perguntamos: Em quem acreditar?

A coluna É, do Diário de hoje, responde. Assume os números do Povo. Está lá na seção "sobremesa":

Café amargo.
Em Fortaleza existem 48 pacientes na fila para um leito de UTI. E dessa forma permanecerá, enquanto as autoridades não precisarem recorrer ao serviço público de saúde.

Leia a coluna.

Fair play não é jogo-limpo

As páginas de esporte dos jornais de hoje estão cheias da expressão inglesa "fair-play", grafadas erroneamente sem hífen. Exceto os colunistas Alan Neto (O Povo) e Tom Barros (Diário). Curiosa a seção "saiba mais" da pag 13 do Povo. Ao traduzir a palavra, trocou as bolas no hífen. Escreveu a inglesa sem hífen e lascou o tracinho na portuguesa (jogo-limpo).

No Jogada, pag 3, é anunciado que Romário está conformado. Vai buscar o gol mil mesmo longe do Maracanã, em São Januário. Só não diz quando. O leitor deve imaginar que é hoje contra o Sport, mas o jornal não disse isso.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

O Povo recebe uma nota do Iguatemi

E diminui o noticiário sobre o assalto no shopping.
Além da manchete, o jornal havia dado uma página para o fato.
Hoje, mereceu o menor espaço da pág 9.

Houve tiros?
Num trecho, a nota diz:
"Convém ressaltar que não houve, em absoluto, um único disparo em todo o ocorrido, ao contrário do que noticiaram alguns periódicos."

O Povo, que colocou mais de um tiro na manchete (Assalto, tiros e reféns), calou-se. Os tiros também foram disparados no título interno: Correria, medo e tiros. Aliás, se houve mesmo tiros, a seqüência lógica seria inversa: Tiros, medo e correria.

Como a nota é enfática em dizer que não houve tiro, e o jornal silenciou, está em voga o antigo ditado popular: quem cala consente.

Só no Povo
A nota não foi publicada no Estado, que botou o nome do shopping na manchete. Nem no Diário do Nordeste. Mas aqui, há uma explicação. No Diário, não houve assalto no Iguatemi, nem sequer num shopping. Foi tão-somente numa agência da Caixa na Washington Soares. Há duas agências da Caixa nesta avenida.

Menos no Diário
Engraçado o que está escrito hoje na seção "As mais comentadas". A número 1 foi esta:

"Os leitores reclamaram e ficaram surpresos com a falta de segurança geral em Fortaleza, onde mesmo em estabelecimentos fechados e, aparentemente, imunes à violência urbana é possível acontecer crimes como o assalto da noite da segunda-feira, ocorrrido na agência da CEF dentro do Shopping Iguatemi."

Isto é, a notícia mais comentada pelos leitores do Diário foi a que eles leram em outros jornais, pois o único meio de comunicação que noticiou o fato e não informou que foi num shopping (muito menos no Iguatemi) foi o Diário.

Só hoje o jornal descobriu que o fato se deu no Iguatemi. Assim mesmo, na página interna. O assunto mereceu chamada de capa (ao contrário do Povo), mas disse que foi "num shopping na Água Fria".

Dia seguinte
Engraçada a postura dos dois jornais no dia seguinte. O Povo quase não deu, é a menor matéria da pág 9. E na versão eletrônica, não encontrei a matéria. Deve ter sido falha minha. Na versão impressa, a matéria principal é "46 casais participam de casamento coletivo" . Depois, vem "Inscrições para o Prêmio Itaú-Unicef até junho". E a menor a que tem o sobretítulo "Roubo de malotes".
Já o Diário deu quase o mesmo espaço da edição anterior.

Editorial do Povo

Errinhos no editorial. Além do estranho título (Demarcação de campos), as palavras "sociopolítico" e "socioeconômico" se escrevem assim sem hífen e não como publicadas ("sócio-econômico" e "sócio-político").

Outra bobagem recorrente, certamente oriunda do pedantismo da academia é a que vai em negrito na seguinte frase:

"O papa foi bastante enfático no reconhecimento de que não cabe à Igreja, enquanto instituição, oferecer modelos sócio-políticos concretos que possam atender às aspirações da humanidade.

Retire a expressão em negrito, a frase nada perde e ainda ganha em elegância. Se a Igreja não for instituição , será o quê?

Leia o editorial.