As commodities do Diário
Com o título "Exportações prejudicadas" o editorial do Diário se aventura sobre um tema que parece não dominar.
A desvalorização da moeda norte-americana, porém, prejudica as exportações, afetando a cadeia produtiva e, por extensão, o comércio externo.
Acho que a ordem está trocada. Prejudica o comércio externo e afeta, por extensão, a cadeia produtiva.
Não há, entretanto, como evitar o impacto negativo na competitividade das empresas exportadoras não ligadas a “commodities”. Afinal, elas estão absorvendo os efeitos negativos do real valorizado.
Ora, é o contrário. Vejamos a wikipédia, sobre "commodity": É uma referência aos produtos em estado bruto ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Também pode ser utilizado para referir-se a produtos sem diferenciação.
Isto é, se a única diferença é o preço, a desvalorização do dólar prejudica os exportadores de commodities. Se o produto agrega valor (vá lá o termo), a variação cambial o afetará menos. Isso, se realmente eu entendi.
O erro continuou no segundo parágrafo seguinte:
...para atenuar os efeitos danosos da queda do dólar sobre um conjunto de empresas não beneficiadas pelo alinhamento dos preços internacionais proporcionado às “commodities”.
Aqui, um erro de estilo:
Aquele dirigente enxerga na queda da Selic, a taxa reguladora dos juros básicos da economia, outra alternativa em favor das exportadoras afetadas.
Já nem se cobra mais, nos textos comuns, a etimologia da palavra. Mas os textos de editorial, que reflentem a opinião do veículo, deveriam ter um cuidado maior. "Outra alternativa" é um pleonasmo. "Alternativa" já contém "outro" (alter).
Leia o editorial aqui.
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