Piores textos
Se houvesse um festival de piores textos, dois se destacariam hoje: o editorial do Povo e um artigo do crítico de cinema do Diário, de que falo noutro post.
Vamos aos principais trechos do editorial.
O resumo já traz uma palavra estranha ao contexto:
A ocupação da Funai em Fortaleza já deveria estar sendo pelo menos auscultada em Brasília.
Auscultar, segundo o Aurélio: "1-Aplicar o ouvido ou o estetoscópio a (o tórax, o abdome, etc.) para conhecer ruídos que se produzem dentro do organismo de; 2-Procurar conhecer; inquirir, sondar". O que seria auscultar uma ocupação? É o caso em que o pedantismo só faz confundir.
Os indígenas reivindicam a promoção hierárquica do órgão, para melhor encaminhamento de reivindicações.
Quer dizer: eles reivindicam para melhor reivindicar.
O texto começa com o sujeito no singular (O protesto dos indígenas), mas o autor coloca tanta coisa antes de chegar ao predicado, que ele vem no plural: poderiam ser contornados...
Mais adiante o texto fala em municípios supracidatos, mas não há citação nominal de nenhum município.
Contudo, essa política migratória forçada, apesar de haver povos indígenas nômades, tornou-se equivocante. Talvez tenha querido dizer "mostrou-se equivocada".
De resto, o texto é uma salada de aspectos históricos de que o autor tenta se valer para sustentar um argumento que se mostrou confuso. Se a reivindicação dos índios tiver o mesmo nível (o que acho difícil) será difícil de ser atendida.
O Povo anuncia para amanhã mais uma reforma gráfica e editorial. Mas se não cuidar dos textos...
Confira a infelicidade do editorial aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário