sábado, 19 de maio de 2007

Piores textos

Se houvesse um festival de piores textos, dois se destacariam hoje: o editorial do Povo e um artigo do crítico de cinema do Diário, de que falo noutro post.

Vamos aos principais trechos do editorial.

O resumo já traz uma palavra estranha ao contexto:

A ocupação da Funai em Fortaleza já deveria estar sendo pelo menos auscultada em Brasília.
Auscultar, segundo o Aurélio: "1-Aplicar o ouvido ou o estetoscópio a (o tórax, o abdome, etc.) para conhecer ruídos que se produzem dentro do organismo de; 2-Procurar conhecer; inquirir, sondar". O que seria auscultar uma ocupação? É o caso em que o pedantismo só faz confundir.

Os indígenas reivindicam a promoção hierárquica do órgão, para melhor encaminhamento de reivindicações.
Quer dizer: eles reivindicam para melhor reivindicar.


O texto começa com o sujeito no singular (O protesto dos indígenas), mas o autor coloca tanta coisa antes de chegar ao predicado, que ele vem no plural: poderiam ser contornados...

Mais adiante o texto fala em municípios supracidatos, mas não há citação nominal de nenhum município.

Contudo, essa política migratória forçada, apesar de haver povos indígenas nômades, tornou-se equivocante. Talvez tenha querido dizer "mostrou-se equivocada".

De resto, o texto é uma salada de aspectos históricos de que o autor tenta se valer para sustentar um argumento que se mostrou confuso. Se a reivindicação dos índios tiver o mesmo nível (o que acho difícil) será difícil de ser atendida.

O Povo anuncia para amanhã mais uma reforma gráfica e editorial. Mas se não cuidar dos textos...

Confira a infelicidade do editorial aqui.

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