Idiotas da objetividade
Gente que leu pouco e pensa que sabe muito entendeu de reinventar a língua. Tem contaminado muita gente. Exemplo disso está no seguinte texto da matéria “Estudante morre em acidente” (O Povo, p 3):
A namorada do rapaz foi encaminada a um hospital, e não corre risco de morte.
Não conheço uma só pessoa que use em suas conversas “risco de morte” em lugar de “risco de vida”, expressão consagrada por escritores clássicos (consta no Houais). “Risco de morte” é uma expressão de laboratório sem abonação de escritores. Quando se registra “risco de morte”, a morte vem sempre adjetivada (ex: “não corre risco de morte súbita”). É coisa de jornalista metido a besta, os idiotas da objetividade, como definiu Nélson Rodrigues. Daqui a pouco ninguém faz mais seguro de vida, será apólice de morte.
Houve tanta preocupação em dizer “risco de morte” que os autores se descuidaram do verbo encaminhar. Esqueceram o h.
Confira aqui.
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8 comentários:
Agora você viajou na maionese. O correto é, sim, risco de morte. Risco de vida todos querem correr. Não se trata de "coisa de jornalista metido a besta, os idiotas da objetividade", mas do correto.
Aconselho pesquisar sobre o assunto. Pode começar acessando o link que sugeri. Tente encontrar uma citação (só uma) em algum escritor. Tente.
Tem razão. Daqui a pouco vão decretar o fim das expressões idiomáticas. É o neoliberalismo na língua. Cou como diz o Zé Simão, tucanaram o risco de vida.
Não é porquê não há citação de escritor que a palavra está incorreta. Você assistiu o Fantástico hoje? O Caco Barcelos também utilizou a expressão "risco de morte", que é a correta. Melhor se informar melhor antes de posar de palmatória do jornalismo cearense.
Continue tentando uma abonação de escritor. Citar o Caco Barcelos...Essa é uma expressão de laboratório, só encontrada ( e apenas recentemente) em textos jornalísticos ou técnicos. Isto é, por gente que não domina o idioma.
Em 15 anos de jornalismo, somente nos últimos dois é que ouvi falar na expressão risco de morte. Concordo com o André Carvalho e com os escritores.
Você é, sem dúvida, do time dos que grafam "Messejana", "Porangabussú" e por aí vai...
André,
O anônimo lá de cima disse que risco de vida todos querem correr. Me inclua fora dessa, porque a expressão significa "risco de [perder a] vida. Essa figurinha, muito comum na língua, chama-se elipse. Aliás, ele caiu na armadilha de sua lógica de botequim. Se não pode dizer "risco de vida", também não "correr" risco. Porque aí, o "correr" está em sentido metafórico. E agora, é de morrer de rir.
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